Bergamaschi, Cristiane de CássiaMartins, Lúcio Henrique IvesMartins, Lúcio Henrique Ives2023-05-092023-05-092020https://repositorio.uniso.br/handle/uniso/987Embora a osteonecrose oral seja considerada uma doença rara, quando manifestada, se mostra muito resistente às terapias de tratamento disponíveis e de difícil resolução clínica. Alguns procedimentos odontológicos podem ser fator de risco para desencadear esta condição em usuários de bisfosfonatos. Dados atualizados a respeito do risco deste efeito adverso em pacientes submetidos a intervenções odontológicas e em uso de bifosfonatos não foi encontrado na literatura. Este estudo determinou o risco de osteonecrose de maxilares em usuários de bisfosfonatos submetidos a intervenções odontológicas. Trata-se de uma revisão sistemática que usou as seguintes fontes de informação: MEDLINE (via Ovid), EMBASE (via Ovid), Web of Science, Scopus, Biblioteca Virtual da Saúde e Banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior (CAPES), sem restrição de idioma ou data de publicação, com busca realizada até a data de 25 de agosto de 2020. A pergunta de pesquisa seguiu a estratégia PICO (População: indivíduos maiores de 18 anos em terapia com bisfosfonatos e submetidos a procedimentos cirúrgicos odontológicos e/ou trauma por prótese dental, e Desfecho: risco de osteonecrose de maxilares). Revisores, aos pares e independentemente, selecionaram os estudos, realizaram a extração de dados e avaliaram o risco de viés. O risco da osteonecrose em função da duração do tratamento com bisfosfonatos foi verificado. As metanálises foram agrupadas pelo modelo aleatório de DerSimonian e Laird. Foram incluídos 27 estudos e 4.865 pacientes, sendo a maioria mulheres e idosos. Os bisfosfonatos mais utilizados foram o zoledronato por via intravenosa (n= 17 estudos) e o alendronato por via oral (n= 19), para tratamento de doenças oncológicas (n= 11) e osteoporose (n= 16), respectivamente. A extração dental foi o procedimento mais comum (n= 21). A maioria dos estudos apresentou baixa qualidade metodológica (n= 21). O risco de osteonecrose nos pacientes foi de 0,8% (IC 95%= 0,5-1,2%), sendo maior risco com o uso de bisfosfonato intravenoso [8,9% (IC 95%= 6,5-11,5%) comparado ao uso oral [0,0% (0,0-0,1%)]. Não foi observado maior risco de osteonecrose em função do tempo de tratamento (p>0,05). Concluiuse que houve maior risco de osteonecrose oral em pacientes em uso de bisfosfonatos intravenosos e submetidos principalmente, a extração dental. Há necessidade de mais estudos com descrição detalhada dos bisfosfonatos e doses utilzadas. Esses achados contribuem para os pacientes, prescritores, cirurgiões-dentistas e outros profissionais de saúde, a fim de orientar a respeito dos riscos de realizar intervenções odontológicas nestes pacientes.Although osteonecrosis of jaw be considered a rare condition, it can be refractory to available treatment therapies and clinically difficult to manage. Some dental procedures can represent risk factor for triggering the condition in bisphosphonate users. No recent data on the risk of this adverse effect after dental interventions in bisphosphonate users were found in the literature. This study determined the risk of osteonecrosis of the jaw in bisphosphonate users undergoing dental interventions. This systematic review searched the following information sources: MEDLINE (via Ovid), EMBASE (via Ovid), Web of Science, Scopus, Virtual Health Library and Thesis Bank of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel, with no restriction on language or publication date until August 25, 2020. The research question was devised according to the PICO strategy (Population: individuals over 18 being treated with oral bisphosphonate submitted to surgical dental procedures or interventions for trauma due to dental prosthesis; and Outcome: risk of osteonecrosis of the jaw). Reviewers, in pairs and independently, selected the studies, extracted their data and assessed risk of bias. The risk of osteonecrosis in relation to bisphosphonate treatment duration was determined. The meta-analyses were pooled using the DerSimonian and Laird random effects model. A total of 27 studies (4,865 patients) were included, with samples comprising predominantly females and older adults. The most used bisphosphonates were zoledronate by the intravenous route (n= 17 studies) and alendronate by the oral route (n= 19) for treating cancers (n= 11) or osteoporosis (n= 16), respectively. Dental extraction was the most common procedure (n= 21). Most of the studies had low methodological quality (n= 21). The risk of osteonecrosis in patients was 0.8% (95% CI: 0.5-1.2%), where higher risk was associated with the se of bisphosphonate intravenously [8.9% (95% CI= 6.5-11.5%) than orally [0.0% (95% CI= 0.0-0.1%)]. There was no association between longer treatment duration and greater risk of osteonecrosis (p>0.05). Results showed higher risk of osteonecrosis of jaw in intravenous bisphosphonate users submitted mainly, to dental extraction. Further studies are needed with a detailed description of bisphosphonates and doses used. These findings contribute to patients, prescribers, dentists and other health professionals, in order to provide guidance on the risks of performing dental interventions in these patients.OsteonecroseMaxilaresOdontologiaDifosfonatosRisco de osteonecrose em usuários de bisfosfonatos submetidos a procedimento odontológico: revisão sistemática e metanáliseDissertação