Silva, Marcus TolentinoOkuyama, Julia Hiromi HoriOkuyama, Julia Hiromi Hori2023-05-092023-05-092017https://repositorio.uniso.br/handle/uniso/848INTRODUÇÃO: No Brasil, o Programa Nacional de Segurança do Paciente, normatizado pelo Ministério da Saúde em 2013, propõe medidas de promoção do cuidado ao usuário durante a assistência. Ambientes hospitalares são ambientes de alto risco e relacionam-se a altas taxas de mortalidade. Alguns danos irreversíveis e evitáveis são induzidos por falhas humanas ou de processos. Avaliar a percepção sobre o clima de segurança do paciente se faz necessário para conhecer segmentos frágeis para a implantação de estratégias de melhorias. OBJETIVO: Avaliar a percepção de cultura de segurança do paciente em ambientes hospitalares por meio do instrumento Hospital Survey On Patient Safety Culture (HSOPSC) e identificar as aplicações do HSOPSC no mundo. MÉTODO: O presente estudo foi composto por 2 etapas: um inquérito hospitalar e uma revisão sistemática da literatura. Na primeira, aplicou-se um questionário traduzido e validado para o Brasil, a qual foi aplicada em profissionais de saúde de um hospital universitário de São Paulo. O inquérito ocorreu entre outubro a dezembro de 2015 mediante sorteio dos setores da instituição. Na segunda pesquisa realizouse uma revisão sistemática a partir das aplicações hospitalares do HSOPSC a nível mundial. Os resultados foram agrupados por domínios do instrumento. Todas as análises foram executadas no STATA 14.2. RESULTADOS: O inquérito hospitalar entrevistou 324 trabalhadores em 68 setores do hospital. Observou-se que nove das doze dimensões do HSOPSC apresentaram resultados abaixo de 50%. O domínio “resposta não punitiva para erros” teve o pior desempenho. A revisão sistemática incluiu 59 estudos, totalizando 755.415 profissionais. Detectou-se que cinco dimensões do HSOPSC ficaram abaixo de 50% e que o domínio “resposta não punitiva para erros” teve o pior desempenho. Nas duas pesquisas, identificou-se maior participação de profissionais de enfermagem e o domínio “trabalho em equipe dentro das unidades” ficou em 75% na revisão. Encontrou-se outras fragilidades em comum: “abertura da comunicação”; “frequência de notificação de eventos”; “adequação de pessoal”; e “passagem de plantão e transferências internas”. A partir da metarregressão, o país de aplicação do inquérito e o profissional médico influênciou o clima de segurança. CONCLUSÃO: O HSOPSC é um instrumento útil para aferir o clima de segurança do paciente em ambiente hospitalar. Os resultados apontam: (i) dificuldades na comunicação entre os profissionais; (ii) problemas na transferência e troca de plantão; e (iii) influência negativa quanto à notificação de erros. Ainda existe um clima de insegurança por parte dos profissionais em relatar erros, por acharem que serão punidos ou que prejudicará a carreira. Criação de ambientes construídos em confiança mútua e aberta ao diálogo, motivada a aprender através dos erros, melhoram o clima de segurança do paciente.INTRODUCTION: National Patient Safety Program in Brazil, regulated by the Health Ministry in 2013, proposes care promotion measures for the user during assistance. Hospital environments are high-risk environments and are related to the high mortality rates. Some irreversible damage that could be avoided, are induced by human or process faults. To measure patient safety climate is necessary to know fragile segments for the implementation of improvement strategies. AIM: Evaluate the perception of patient safety culture in hospitals through the instrument Hospital Survey On Patient Safety Culture (HSOPSC) and identify the applications of HSOPSC in the world. METHOD: The present study was composed of 2 steps: a hospital survey and a systematic review of the literature. In the first, a questionnaire translated and validated for Brazil was applied to health professionals of a university hospital in São Paulo. The survey took place between October to December 2015 by randomly selecting departments of that institution. The second study sought to identify hospital applications of the HSOPSC globally. The results were grouped by domains of the instrument. All analyzes were performed in STATA 14.2. RESULTS: 324 workers in 68 sectors of the hospital were interviewed on the survey. Nine of the twelve HSOPSC’s dimensions presented results below 50%. The domain "non-punitive response to errors" had the worst performance. The systematic review included 59 studies, totalizing 755,415 professionals. It turned out that five dimensions of the HSOPSC were below 50% and that the domain "non-punitive response to errors" had the worst performance. On both studies, it was identified greater involvement of nursing professionals and the "team work within the units" domain was 75% in the review. Other weaknesses were also common: " communication openess"; "frequency of events reported"; "staffing"; and "handoffs and transitions". From the metaregression, the country of application of the survey and physician influenced the safety climate. CONCLUSION: HSOPSC is a useful tool to assess the patient safety climate in hospital environments. The results of their domains indicate: (i) difficulties in communication between professionals; (Ii) problems in transfering and exchanging of duty; and (iii) a negative influence on error notification. There is still a climate of insecurity on to report erros amongst professionals, because they think they will be punished or that it could harm their careers. Creating environments built on mutual trust and open dialogue, motivated to learn from mistakes, improve the safety environment of the patient.Pacientes - Assistência hospitalarPacientes - Medidas de segurançaCultura organizacionalQualidade da assistência à saúdeAvaliação da percepção da cultura de segurança do paciente em serviços hospitalaresDissertação