Navegando por Assunto "Maia, João - Crítica e interpretação"
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- DissertaçãoDa bengala branca à caixa preta: o aparelho técnico como possibilidade do registro da luz na criação fotográfica do deficiente visual(2024) Rezende, Fernando GonçalvesA presente pesquisa apresenta resultados de estudos com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), cujo contexto são as práxis fotográficas. Como objeto de investigação, trazemos a fotografia de João Maia, fotógrafo paraolímpico deficiente visual. Assim sendo, para alicerçar nossos estudos e analisar as imagens de Maia, nos apoiaremos nos conceitos flusserianos na obra Filosofia da caixa preta – Ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Para Flusser, os recursos técnicos são limitantes, e o fotógrafo que não conhece os programas contidos no interior da caixa preta é um funcionário da máquina. Neste cenário, as imagens concebidas se apresentam como código de comunicação que são mediações entre o homem e o mundo. Sendo assim, a presente pesquisa tem como objetivo investigar o uso do aparelho técnico pelo fotógrafo paraolímpico cego, bem como procurar responder se João Maia é funcionário do aparelho fotográfico ou subverte-se dos programas integrados no interior da caixa preta. Para tanto, nos apoiaremos na fenomenologia de Edmund Husserl, Walter Benjamin nos apoia na história europeia da fotografia e, também, acerca da reprodutibilidade técnica. Roland Barthes nos ampara na questão da linguagem fotográfica. No que se refere a percepção dos sentidos de como João Maia cria suas imagens técnicas, nos sustentamos na teoria da Gestalt com Max Wertheimer. Christoph Wulf, nos sustenta em relação ao poder da imaginação que cria uma complexa evolução neurológica humana na qual a fantasia desempenha um papel singular na cognição cerebral. Da mesma forma, no esteio de Norval Baitello Júnior, escolhemos três obras para compreender conceitos sobre a criação fotográfica. A metodologia que optamos para o desenvolvimento da pesquisa foi a qualitativa. Para analisarmos as imagens do fotógrafo paraolímpico, nos apoiamos em sete fotografias que Maia nos cedeu para realizarmos a análise. Fotografias essas que foram concebidas pelo fotógrafo nas paraolimpíadas do Rio 2016 e em Tóquio, 2020. Para esta empreitada, Barthes, Baitello Júnior e Wulf nos sustentará em seus conceitos imagéticos. Apresentamos também a entrevista realizada com Maia, em abril de 2022, para entendermos sua criação fotográfica no sentido auditivo e no tatear da caixa preta na qual podemos evidenciar aperfeiçoamento nesses dois sentidos humano, bem como, João Maia, por meio da percepção, consegue se orientar no espaço-tempo para conceber imagens técnicas. A pesquisa é relevante por tratar das práxis fotográficas de um deficiente visual, cujo resultado nos leva a concluir que a visão fisiológica seria dispensável no ato de fotografar.