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O acesso à educação superior no discurso da mídia: o sistema de cotas

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Data

2015

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Dissertação

Curso



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Resumo / Abstract

Este trabalho teve o objetivo de analisar e compreender como o acesso à educação superior e, principalmente, a política de cotas são apresentados no jornal Folha de S. Paulo. A escolha deste deveu-se ao fato de se tratar de um dos mais influentes periódicos nacionais, grande formador de opinião e, portanto, reprodutor de discursos e mitos. Um dos temas mais recorrentes nos últimos anos é o sistema de cotas, instituído como mecanismo para aliviar a enorme dívida social em relação às camadas sociais que, por razões diversas, não tinham acesso à educação superior. De certo modo, as cotas visam reparar desigualdades sofridas por aqueles que historicamente estavam excluídos da educação superior: pretos, pardos e indígenas. Os métodos usados neste trabalho foram a Análise do Discurso e a Análise do Discurso Crítica, do inglês Norman Fairclough. Os artigos e os editoriais usados nas análises foram buscados no site da Folha de S. Paulo, entre os anos de 2012, ano em que a Lei 12.711/2012, que garante a reserva de 50% das matrículas a pretos, pardos, indígena e estudantes da rede pública, entra em vigor, e 2013, ano posterior à implantação, para verificar como tal tema repercute. As conclusões a que se chega são: a Folha de S. Paulo trata o sistema de cotas como “medida populista”, “ameaça”, “afronta ao mérito acadêmico” e “afronta à autonomia universitária e às políticas locais adotadas em várias instituições”; “uma ação paternalista”; “exagero populista e discriminatório que atropela o princípio da meritocracia”; “movimento distorcido pelo viés de raça, importado dos EUA”; “Proposta ruim, de efeitos perversos”; “medida populista”. Embora se posicione contra as cotas, o jornal é favorável à adoção de cotas sociais, destinadas a pretos, pardos e indígenas, e condena o uso da raça como critério para reserva de vagas, considerado um “retrocesso histórico”. Segundo a Folha de S. Paulo, a excelência universitária, principalmente a das universidades estaduais paulistas, está ameaçada com o ingresso de grupos que estavam excluídos da educação superior, devido a defasagens deixadas pela escola pública.


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