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Comunicação interpessoal através da língua brasileira de sinais: a relação entre a comunidade surda e a família

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Data

2012

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Dissertação

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Resumo / Abstract

Foi através do ato comunicativo que o homem produziu e produz conhecimento, assim sendo todo indivíduo enquanto ser social deve estabelecer formas de comunicação concernentes às suas necessidades, de modo que o ato de comunicar é inerente à condição humana. Quanto à comunicação de sujeitos surdos propriamente ditos existem vários pontos de vista conflitantes que podemos explicitar em algumas correntes: a sociedade de modo geral desconhece a Língua de Sinais, entre especialistas por outro lado o debate é secular, dividido entre aqueles que defendem o oralismo e aqueles que defendem a sinalização. É neste cenário que elaboramos a questão que norteou nosso trabalho: quem são os principais responsáveis quanto a aquisição da LIBRAS pelos utentes surdos profundos e severos. Utilizando principalmente a pesquisa bibliográfica bem como as observações colhidas pelo autor na experiência cotidiana como professor e intérprete de LIBRAS, ao longo deste trabalho, apresentamos algumas das principais teorias comunicativas utilizando autores como Martino que conceitua a comunicação, Defleur e Ball-Hokeach que traçam historicamente a evolução do processo comunicativo e Macluhan que define os meios e tipos de comunicação, entre outros situando historicamente, a fala, a escrita, as línguas de sinais Americana e Brasileira (ASL e LIBRAS), demonstramos a possibilidade comunicativa dos sujeitos surdos severos e profundos através da utilização da Língua Brasileira de Sinais–LIBRAS- como língua natural destes, capaz de expressar e comunicar ideias, impressões, sentimentos, acontecimentos. Partindo desta concepção visamos ainda demonstrar que, para tais sujeitos surdos, oriundos de famílias ouvintes (cuja ocorrência é de 90% dos casos), é imprescindível não somente o diagnóstico da surdez, bem como, a utilização da LIBRAS como modelo comunicativo para todos desse núcleo social. Apontamos através de vários teóricos, como Quadros, Karnopp e Gesser entre outros que o surdo, assim como o ouvinte, estabelece modelos comunicativos que, embora diferentes da língua oral auditiva sejam concernentes com os conhecimentos por ele construídos ao longo de sua vida. De forma que pudemos concluir que a LIBRAS assim como a Língua Portuguesa são modalidades comunicativas do utente brasileiro, cujas diferenças se 7 baseiam nas características dos falantes, diferenças estas não somente quanto ao canal comunicativo (gestual-perceptivo ou oral auditivo), bem como quanto ao aspecto linguísticos, e ainda que a família como instituição social primária para todos os indivíduos é o principal esteio para que o surdo severo ou profundo possa desenvolver plenamente suas capacidades comunicativas desde a mais tenra infância. Ressaltamos ainda que para a família ouvinte com filhos surdos é imprescindível o apoio especializado tanto em relação á compreensão desta modalidade comunicativa, LIBRAS, quanto em relação à própria surdez, bem como a compreensão da evolução histórica do sujeito surdo na sociedade, ou seja, o papel do surdo como sujeito de direito. Ao fio finalizar este trabalho conclui ainda que embora um longo caminho tenha sido trilhado pelos sujeitos surdos, cabe a sociedade de modo geral tomar conhecimento das especificidades dos cidadãos não ouvintes garantindo espaço para eles e apoio para que suas famílias possam desenvolver formas comunicativas adequadas as necessidades.


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