A educação pública de Itapeva - SP: da gênese ao Grupo Escolar Coronel Acácio Piedade (séculos XIX e XX)

Esta pesquisa tem por objetivo levantar a história do Grupo Escolar Coronel Acácio Piedade, anteriormente denominado Grupo Escolar de Faxina, seu papel na formação cultural - educacional da cidade e suas ligações com as questões políticas e socioeconômicas envolvidas em âmbito regional, de 1900 a 1918. Na época de sua fundação, início do período republicano, a instituição estudada foi erguida sob o auspício de um novo tempo para a educação brasileira, em que se achava que a República, como no início do período Imperial, deveria ter um “sistema nacional de educação”. Pensava-se que, por meio da educação, se alcançaria a modernização que impulsionaria o país ao progresso socioeconômico. A instituição escolar apresenta-nos, quando de sua fundação, um importante marco histórico – patrimonial e cultural para a população de Itapeva, localizada no sudoeste do Estado de São Paulo, principal via de ligação comercial de São Paulo com o Sul, pois, observa-se nos registros da época, a preocupação dos munícipes com a instalação de uma instituição educacional. Este anseio se explica pelo fato de que a cidade surgiu das atividades primárias, do desbravamento pelos portugueses, da captura de índios no interior do país e tinha graves problemas de ordem social e econômica. Isso acaba por caracterizar a cidade e região, diferente das regiões cafeeiras do Estado de São Paulo, mais ricas e melhor atendidas pelo governo da província. Os procedimentos metodológicos da pesquisa se definem num primeiro momento na revisão bibliográfica regional, nas atas de reuniões da Câmara Municipal e na imprensa local. Buscar-se-á tecer seus nexos por meio de fontes documentais - acervo da escola, orais, iconográficos, arquitetônica, articulando o diálogo com os dados obtidos e elaborando conceitos com base na narrativa histórica. Nota-se que a preocupação na construção da escola, além de obedecer à perspectiva republicana, na tentativa de modernizar a sociedade, deveu-se à força do poder político local.