Navegando por Autor "Fulone, Izabela"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
Resultados por página
Opções de Ordenação
- TeseAções e estratégias para o acompanhamento de pacientes com transtornos mentais desinstitucionalizados(2020) Fulone, IzabelaIntrodução: Embora possam contribuir para melhores desfechos com os cuidados necessários aos pacientes com transtornos mentais graves, o uso sistemático das melhores evidências científicas disponíveis na formulação e implementação de políticas de saúde mental é um dos maiores desafios atuais em sistemas de saúde. Objetivo: sintetizar e disseminar evidências para melhorar o cuidado de pacientes com transtornos mentais graves desinstitucionalizados e investigar o padrão de uso de antipsicóticos de segunda geração (SGA) dispensados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento da esquizofrenia e transtornos esquizoafetivos. Método: utilizou-se as ferramentas de SUPORTE a Ensaios e Revisões relevantes para as Políticas (SUPPORT) para o desenvolvimento da síntese de evidências e de sua disseminação por meio do Diálogo Deliberativo (DD). A investigação do uso de SGA foi conduzida por meio de registros das Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC), armazenados no Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA/SUS), entre os anos 2008 a 2017. Resultados: a busca e a análise crítica na literatura identificaram seis estratégias para melhorar o cuidado de pacientes com transtornos mentais desinstitucionalizados. As deliberações obtidas no DD com importantes stakeholders validaram e contribuíram para a disseminação da síntese de evidências. Dentre os usuários de SGA registrados no banco de dados estudado, foram identificados 759.654 pacientes com esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo. Risperidona (33,1%), olanzapina (29,6%), quetiapina (27,7%), ziprasidona (5,1%) e clozapina (4,5%) foram os mais usados. Em idosos, a quetiapina (47,4%) foi a mais utilizada e em crianças, a risperidona (63,3%). A maioria dos pacientes trocaram pelo menos uma vez o SGA e os fatores associados à troca foram: sexo feminino, idade avançada e diagnóstico de transtorno esquizoafetivo (p < 0,001 para cada variável). Usuários de risperidona tiveram maior frequência de trocas (58/100 pacientes-ano), enquanto que a clozapina teve a menor frequência de troca (37/100 pacientes-ano). Entre as crianças e adolescentes estudadas (n=49.943), houve diferença de sexo, com predomínio do sexo masculino (p < 0,001). Conclusão A maioria das estratégias identificadas apresentaram correspondências em dispositivos da política de saúde mental brasileira, porém não estavam completamente implementados, dificultando o cuidado desta população. A investigação do uso de SGA gerou informações relevantes sobre o perfil dos usuários, a diferença de sexo, padrão de utilização e de troca de SGA no mundo real, que poderão contribuir para melhorar a prática de cuidados, a gestão, o planejamento e o uso de recursos.
- DissertaçãoUso de antidepressivos e benzodiazepínicos no Sistema Único de Saúde de Porto Feliz-SP(2011) Fulone, IzabelaA adição de benzodiazepínicos (BDZ) aos antidepressivos (ADT) é frequente no tratamento de depressão maior, ainda que não haja provas convincentes que tal combinação seja mais efetiva que os ADT em monoterapia. Os benefícios da terapia combinada, segundo evidências científicas, se perdem após 30 dias, além disso o uso prolongado de BDZ pode acarretar danos ao paciente. Objetivos: investigar o uso de ADT combinados ou não a BDZ em usuários com depressão maior atendidos no sistema único de saúde (SUS) do município de Porto Feliz-SP e relacioná-los com indicadores de uso racional (medicamento apropriado, posologia e duração adequadas) e fatores de risco para desenvolvimento de reações adversas a medicamentos (RAM). Paralelamente, caracterizar o consumo de ADT e BDZ pelos usuários do SUS e verificar a adequação da lista de medicamentos do programa de Saúde Mental constante na relação municipal de medicamentos essenciais (Remume). Casuística e Método: trata-se de um estudo observacional, transversal, retrospectivo, analítico, desenvolvido no SUS de Porto Feliz, Estado de São Paulo, Brasil. A população de estudo foi composta por pacientes em tratamento com antidepressivos (n=870) com diagnóstico de depressão (n=265), atendidos no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009. Os dados foram extraídos das fichas de retirada de medicamentos da farmácia municipal, dos prontuários médicos e de informações obtidas com a equipe de saúde. As frequências foram analisadas por meio dos testes de comparação de proporções, qui-quadrado e exato de Fisher. O consumo foi mensurado em DDD/10.000 habitantes/dia. A REMUME foi comparada às listas de medicamentos essenciais internacional (WHO-2011), nacional (Rename-2010), estadual (Resme-SP-2010 e Dose Certa). Resultados: das 4.813 prescrições contendo ADT, 33,2% foram destinadas a tratar depressão maior, sendo 53,7% (p<0,05) por meio de terapia combinada e 42,3% em monoterapia. O ADT mais utilizado foi a fluoxetina 58,4% (p<0,001). O uso racional da terapia combinada, até 4 semanas, foi constatado em apenas 1,4% dos pacientes e 47,8% utilizavam inadequadamente por mais 360 dias ininterruptamente. Medicamento apropriado 94,3% (p=0,002) e posologia adequada 94,3% (p=0,01) prevaleceram nos pacientes em monoterapia. Entre os fatores de risco para RAM, destaca-se a polifarmácia (84,5%), a presença de comorbidades (57,7%) e a idade avançada (27,1%). Aproximadamente 2,2% das prescrições utilizavam doses acima da faixa usual recomendada, sendo 91,4% para idosos. Em 2008 e 2009, a fluoxetina (DDD/10.000=156,2/152,2) e o diazepam (DDD/10.000=118,9/118,1) foram os mais consumidos. Na Remume constam nove ADT e quatro BDZ, oito não constam na WH0-2011, na Rename-2010, na Resme-SP-2010. Quatro medicamentos não se encontram no Programa Dose Certa e três deles não existem em nenhuma das outras listas de referência, sugerindo a presença de medicamentos considerados não essenciais e fármacos com mesmo valor terapêutico e custo mais elevado. Conclusão: a constatação de pacientes com depressão maior, com fatores de risco para RAM, utilizando por longo tempo terapia combinada evidenciam falta de critério de racionalidade de uso destes medicamentos. Sugere-se reavaliação do tempo de terapia combinado, educação de pacientes, maior capacitação dos prescritores e dos serviços prestados, incluindo reavaliação da psicoterapia oferecida pelo município, assim como uma revisão da Remume.