Navegando por Autor "Schian, Rodolfo Medeiros"
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- DissertaçãoFotojornalismo: as representações de morte de Fidel e Mandela para além da noção de sociedade do espetáculo(2020) Schian, Rodolfo MedeirosEste estudo aborda a imagem fotojornalística em perspectiva transdisciplinar, dialogando com as áreas da história, geografia, sociologia, antropologia e política. Seu objetivo é o de propor a análise crítica da fotografia como objeto dotado de informações e significações, sendo um artefato histórico, científico e memorialístico. Neste percurso iremos tangenciar as questões: Toda a sociedade é um grande Espetáculo, vivemos em um mundo fabricado através de imagens? Como ir além da sociedade do espetáculo? Como as imagens fotográficas são utilizadas na sociedade contemporânea? Compreendendo a fotografia como um fenômeno social e cultural. No plano epistemológico, pontua a utilização da fotografia como ferramenta/técnica que permite a produção de conhecimento na vida cotidiana. Do ponto de vista teórico fundamenta-se em três eixos: o primeiro é a compreensão da imagem fotográfica como meio (BELTING, 2014); o segundo baseia-se na compreensão da fotografia como um fenômeno social (MARTINS, 2008); finalmente, ancora-se na utilização espetacular das imagens fotográficas (DEBORD, 1977). O método de análise empregado foi a abordagem heurística e fenomenológica de Boris Kossoy (2001/2009), com o intuito de 1) demonstrar as noções de primeira e segunda realidades; 2) ressaltar os aspectos memorialísticos e como artefato histórico e científico da fotografia. O corpus do trabalho consiste na fotografia intitulada “O encontro solene fúnebre das duas bandeiras”. Ela foi selecionada a partir da triagem de 92 imagens feitas pela fotojornalista cubana Irene Perez sobre Fidel Castro (1926-2016) e de um banco de dados de 83 fotografias de Fidel Castro e 237 fotografias sobre Nelson Mandela (1918-2013) – ambas registrando as imagens fúnebres e relacionadas, tendo como assunto as homenagens realizadas pela população para estes líderes políticos. Os resultados da análise demonstram que o nível da primeira realidade mostra a captação aparentemente objetiva do funeral, isto é, o registro histórico do objeto/assunto. Já o nível da segunda realidade, simbólica e, portanto, subjetiva, evidencia a percepção de que existem múltiplas significações ligadas a percepção imagética, que no caso são ideológicas. Pesquisas futuras poderão investigar a possibilidade de apreensão de uma terceira realidade, que transcenda a espetacularização das imagens fotográficas e da própria sociedade do espetáculo.
- TeseNas encruzilhadas das epistemologias do Sul: um blues em sul maior(2023) Schian, Rodolfo MedeirosA tese contribui na investigação da interseção entre imagens, saberes e culturas, na proposta de uma abordagem inclusiva e crítica, de transformação social e reflexiva sobre as questões de poder no colonialismo e eurocentrismo, na diversidade e possibilidades de emancipação. Dentro deste contexto a pesquisa trabalha na elaboração da metodologia da Cartografia Imagética e Ciência Decolonial, explorando a aplicação de seus conceitos na compreensão das diversas realidades e implicações culturais, o que se define no conceito de Terceira Realidade. O objetivo da pesquisa ao explorar e desenvolver a metodologia da cartografia imagética em consonância com a teoria decolonial elabora o conceito de Terceira Realidade, na perspectiva de abordar a diversidade e suas convergências como utopia possível de compreensão e convivência comunitária dentro das diversas realidades existentes em um mesmo espaço, tempo e contexto; confluindo em uma nova maneira de nos comunicarmos com a complexidade das relações socioculturais. Outros objetivos são explorados para a definição da metodologia, explorando a investigação do pensamento decolonial, a luta contra o eurocentrismo, definição do conceito do pesquisador na figura do Agrimensor-Flâneur e apresentação de alternativas de pesquisas futuras para testar e explorar a cartografia imagética junto ao conceito de terceira realidade. A fundamentação teórica tangencia o eurocentrismo com Boaventura, Benjamin, Rancière, Debord e Belting, que são transformadas nos teóricos decoloniais para responderem as perspectivas do Sul, a exemplo de Bispo dos Santos, bell hooks, Paulo Freire e Frantz Fanon. Nesta constelação intelectual que inserimos a fundamentação da pesquisa para formatar as questões dentro das epistemologias do Sul, ciência decolonial, cartografia crítica, consciência das estruturas de opressão do colonialismo e eurocentrismo, e conceitos de igualdade e transformação social a partir da reflexão sobre poder, diversidade e emancipação. Estes pensadores, teorias e conceitos interligados são a base e orientação da pesquisa para realizar um pensamento crítico sobre as possibilidades e alternativas de sociedade inclusiva e efetivas transformações das realidades culturais e sociais. O percurso metodológico inicia com a fenomenologia e a etnologia, no desenvolvimento do trabalho vão se transformando e construindo percursos na confluência de saberes através de leitura atenta e reflexiva principalmente dos autores decoloniais, nas possibilidades de aplicação prática de seus princípios, para se transformarem nas concepções da cartografia imagética e ciência decolonial. Nessa transformação epistemológica que estamos propondo a cartografia imagética e a terceira realidade se mostram mais que uma metodologia e um conceito, elas se configuram em uma forma de pensamento e ação, estimulando o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento, integrando a diversidade cultural, a empatia, a ação concreta de resistência e as utopias possíveis e revolucionárias.