Navegando por Assunto "Escrita"
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- DissertaçãoAgendas de Taís: escritas da vida(2003) Calocini, Maria Heloísa ZamunérA proposta deste trabalho é a investigação de escritas do cotidiano de uma menina, Taís; em que espontaneamente escreveu durante sete anos ininterruptos em agendas. São escritas em que ela relatou os acontecimentos do dia-a-dia. Registrou, sobretudo fatos ligados à família, à escola, à vida social dela como um todo. Essa tarefa de escritora de agendas, a menina fez durante a sua pré- adolescência e adolescência. Busco verificar com este estudo as marcas fundamentais dessas escritas: analiso os temas, assim como a progressão desses no decorrer dos anos da adolescente; investigo a postura do eu lírico da narradora; questiono a presença e ou ausência de outros interlocutores no processo desses textos; alinhavo as contribuições das marcas de personalidade e características específicas da adolescência nessas escritas; e aponto as marcas no estilo e na linguagem, quanto à escolha do gênero, expressando-se com tanta espontaneidade. Esta análise traz as principais relações estabelecidas entre as escritas do cotidiano de Taís, atualmente com vinte e três anos, e a sua vida - processo histórico/social. Pontuo as interferências da escola, com suas metodologias, professores, orientação de leituras no seu processo de ensino-aprendizagem. Porque, com um olhar de senso comum, esses textos constituem-se marcados pelas características da fala ou da oralidade, e, por outro lado, tanto os textos da protagonista nesses relatos, como a de alguns poucos interlocutores escolhidos por ela, quando deixam recados nas suas agendas, apontam para esquemas específicos de escrita e não da fala. As agendas de Tais: escritas da vida, marcadas por várias interferências, principalmente da escola.
- DissertaçãoEscrita autoral no ensino médio: desafios cotidianos(2016) Campos, GlauciaO docente de Produção Textual depara-se com muitos desafios no cotidiano escolar, entre eles a recusa e a falta de interesse dos estudantes. O sistema escolar em que estamos inseridos é muitas vezes desestimulante. Esta pesquisa visa a levantar questões referentes a possibilidades inventivas neste cotidiano escolar. O objetivo é pensar caminhos que levem o estudante a ter autonomia no momento da escrita. De que formas a escrita autoral pode estar presente nas aulas de Produção de Texto? De que modo o docente pode estimular seu estudante a se colocar no texto? Esta pesquisa foi realizada com turmas de Ensino Médio de uma escola pública estadual em Tatuí-SP. Foram propostas a eles atividades de escrita que estimulassem a autoria, ou seja, atividades que valorizassem a experiência, a criação e as sensações. Não existe uma solução certa para que os aprendizes comecem a produzir textos puramente autorais. Entretanto, há algumas atitudes do educador que podem ser norteadoras: enxergar o cotidiano como algo mutável e inconstante, repensar a sua própria prática, criar táticas que promovam a reflexão dos educandos, trazer a experiência e as sensações dos estudantes para as atividades de escrita. A escrita precisa ser um exercício que tenha significado para o autor, e não ser uma mera reprodução de discursos. Escrever é um ato de cidadania, é um ato político.
- DissertaçãoEscrita, formação docente e trabalho pedagógico: análise de uma ação de formação continuada de educadores infantis(2007) Garcia, Roseli Gonçalves Ribeiro MartinsO objetivo desta investigação é estudar o sentido das produções escritas sobre o trabalho pedagógico no contexto das funções que ocupam Educadoras Infantis, avaliando a função reflexiva ou protocolar e sua possibilidade de intermediar o processo de formação continuada em serviço. O foco de estudo está na produção regular, pelas profissionais envolvidas, de relatórios ou registros escritos a respeito de sua atuação, reflexões e intermediações com a realidade, seja sobre alguma situação ou aluno em especial, seja sobre como vê o mundo e a si mesma ao estudar, refletir, agir. Nossa experiência foi conduzida pela hipótese de que a mediação da escrita na ação pedagógica cotidiana pode contribuir para que o educador, individual ou coletivamente, compreenda melhor seu trabalho, tornando-o mais consciente e possibilitando um processo de reflexão que conduza a outra dimensão do trabalho, com a percepção clara do contexto em que atua. Partiu da proposta de uma diretora que preocupada com a melhoria da Educação Infantil propõe aos educadores que façam relatórios escritos, como forma de reflexão. Nesta pesquisa-ação, houve a participação da pesquisadora no ambiente pesquisado que se deu no próprio papel de diretora num percurso e jogo de papéis. Verificou-se ao longo do trabalho que não é o uso em si da linguagem escrita como mediação da ação pedagógica que conduzirá o trabalhador da Educação Infantil a outra dimensão do seu próprio trabalho, a uma percepção clara do processo em que se encontra. Avançando no estudo da hipótese levantada, esta carrega suposições comumente aceitas, mas pouco claras da prática do uso da linguagem escrita pelo docente em serviço, e que venha a proporcionar reflexão e nova compreensão do mundo. A ação reflexiva pode revelar conflitos, mas estes só terão condições de serem detonados pelo acesso a conhecimentos estabelecidos e pela produção de novos conhecimentos, conquistando seu lugar no jogo de poder, ou seja, lugar político – que pode ser disfarçado por uma relação hierárquica internalizada pelo educador. Pelo investimento de poder na origem da escrita e crescente sofisticação deste investimento, apesar das outras possibilidades que a escrita trouxe ao pensamento, há a tendência de valorizar a educação para subordinação ao modelo social e econômico capitalista. A principal questão que surge é se a linguagem escrita da Educadora Infantil, que pergunta e busca respostas, intermedeia um processo de reflexão que favoreça sua formação continuada em serviço, num sentido emancipador.