Navegando por Assunto "Fotojornalismo"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
Resultados por página
Opções de Ordenação
- DissertaçãoEntre culturas: o olhar do viajante estrangeiro. Pierre Verger e os retratos do Brasil(2011) Gomes, Mônica Cristina RibeiroO estudo analisa as relações interculturais segundo o olhar do fotógrafo Pierre Verger (1902-1996) sobre o Brasil. Considera que a perspectiva do viajante estrangeiro, a partir da colonização europeia, contribuiu com a construção de representações sobre a identidade brasileira, produzindo signos de nacionalidade que até hoje permeiam nosso imaginário. Busca assim refletir de que forma se constituem esses olhares de fora, adotando parte da obra de Verger, produzida no Brasil no período de 1940 e 1950, como corpus da pesquisa. A dimensão de estranhamento, inerente à condição de viajante que marca a trajetória do fotógrafo francês, norteia a análise dos intercâmbios culturais, com base na noção de alteridade, representada pela figura do “outro”. Nesse sentido, a viagem é apresentada como experiência internalizada no sujeito, que o lança a sua própria estranheza, e não um deslocamento externo, de caráter geográfico. Ao conceber o olhar como ato interpretativo, especialmente sua articulação na trama fotográfica, o estudo avança sobre o fotojornalismo, marcante na produção de Verger, para discutir o estatuto de objetividade que tradicionalmente é atribuído a essa prática. A análise das imagens se pauta pela estética de Verger, que privilegia as expressões culturais reveladas no cotidiano e valoriza o retrato como estratégia de interlocução, espelhando assim as possibilidades de aproximação e de diálogo entre culturas.
- DissertaçãoFotojornalismo: as representações de morte de Fidel e Mandela para além da noção de sociedade do espetáculo(2020) Schian, Rodolfo MedeirosEste estudo aborda a imagem fotojornalística em perspectiva transdisciplinar, dialogando com as áreas da história, geografia, sociologia, antropologia e política. Seu objetivo é o de propor a análise crítica da fotografia como objeto dotado de informações e significações, sendo um artefato histórico, científico e memorialístico. Neste percurso iremos tangenciar as questões: Toda a sociedade é um grande Espetáculo, vivemos em um mundo fabricado através de imagens? Como ir além da sociedade do espetáculo? Como as imagens fotográficas são utilizadas na sociedade contemporânea? Compreendendo a fotografia como um fenômeno social e cultural. No plano epistemológico, pontua a utilização da fotografia como ferramenta/técnica que permite a produção de conhecimento na vida cotidiana. Do ponto de vista teórico fundamenta-se em três eixos: o primeiro é a compreensão da imagem fotográfica como meio (BELTING, 2014); o segundo baseia-se na compreensão da fotografia como um fenômeno social (MARTINS, 2008); finalmente, ancora-se na utilização espetacular das imagens fotográficas (DEBORD, 1977). O método de análise empregado foi a abordagem heurística e fenomenológica de Boris Kossoy (2001/2009), com o intuito de 1) demonstrar as noções de primeira e segunda realidades; 2) ressaltar os aspectos memorialísticos e como artefato histórico e científico da fotografia. O corpus do trabalho consiste na fotografia intitulada “O encontro solene fúnebre das duas bandeiras”. Ela foi selecionada a partir da triagem de 92 imagens feitas pela fotojornalista cubana Irene Perez sobre Fidel Castro (1926-2016) e de um banco de dados de 83 fotografias de Fidel Castro e 237 fotografias sobre Nelson Mandela (1918-2013) – ambas registrando as imagens fúnebres e relacionadas, tendo como assunto as homenagens realizadas pela população para estes líderes políticos. Os resultados da análise demonstram que o nível da primeira realidade mostra a captação aparentemente objetiva do funeral, isto é, o registro histórico do objeto/assunto. Já o nível da segunda realidade, simbólica e, portanto, subjetiva, evidencia a percepção de que existem múltiplas significações ligadas a percepção imagética, que no caso são ideológicas. Pesquisas futuras poderão investigar a possibilidade de apreensão de uma terceira realidade, que transcenda a espetacularização das imagens fotográficas e da própria sociedade do espetáculo.