Navegando por Assunto "Medicamentos - Aspectos ambientais"
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- DissertaçãoBiossorção de medicamentos por cogumelos(2019) Menk, Josilene de JesusMuitos resíduos de fármacos são encontrados em efluentes de estações de tratamento de esgotos e de água, e em outras matrizes como solo e águas superficiais. Alguns biosorventes como a quitina e a quitosana tem sido estudados, e essas substâncias estão presentes nos cogumelos champignon (Agaricus bisporus) e o shiitake (Lentinula edodes). Assim, este trabalho avaliou a eficiência de biossorção dos talos de champignon e shiitake, e do substrato do shiitake, em águas contaminadas com paracetamol e 17 α-etinilestradiol (EE2). Os talos dos cogumelos e o substrato foram secos e moídos. As partículas resultantes foram caracterizadas fisicamente (porosidade) e quimicamente (ponto de carga zero (PCZ), grupamentos químicos, grau de desacetilação (GD) da quitosana). A capacidade de adsorção das partículas foi avaliada por cinética de adsorção e isoterma de adsorção. Na análise física, a maior porcentagem de porosidade e de poros fechados e abertos foi encontrada nos talos do shiitake e do champignon. Os resultados de PCZ se mostraram levemente ácidos para todas as amostras. Com relação aos grupamentos químicos, todas as amostras presentaram bandas de estiramento semelhantes ao padrão da quitosana. Porém, o GD da quitosana no talo do shiitake foi maior comparado aos demais. Em relação à cinética de adsorção do EE2, o shiitake adsorveu 100% em 24 h, o champignon 100% em 30 min, e o substrato adsorveu 80% em 30 min. Para a cinética de adsorção do paracetamol, o shiitake adsorveu 98% em 12 h; o champignon 99% em 24h e o substrato do shiitake 96% nos primeiros 10 min. Na isoterma do EE2, as concentrações máxima (qmáx) de adsorção foram 5,62, 18,95 e 0,31 mgEE2/g de talo de shiitake, champignon e substrato do shiitake, respectivamente. Para a isoterma do paracetamol, as qmáx foram 34,20 e 338,08 mg/g de talo de shiitake e champignon, respectivamente. Assim, conclui-se que ambos os talos de cogumelos têm boa porosidade, mas o champignon demostrou melhor comportamento quanto à adsorção do EE2 e do paracetamol. A reutilização dos resíduos da indústria fúngica alimentícia pode reduzir o impacto ambiental e pode agregar valor ao produto, pois são eficazes e tem baixo custo.
- DissertaçãoQuantificação de 17 a-etinilestradiol e parecetamol nos rios Sorocaba e Pirajibu no município de Sorocaba - São Paulo, Brasil(2017) França, Júnior Farias deAlguns medicamentos estão sendo encontrados em águas superficiais e vêm chamando a atenção da comunidade científica. Nos fármacos analgésicos destacase o paracetamol e na classe de desreguladores endócrino destacam-se os hormônios, entre eles o sintético 17α-etinilestradiol. Considerando o estado de degradação das águas superficiais do município de Sorocaba, em especial os rios Sorocaba e seu principal afluente Pirajibu, da sub-bacia do Sorocaba Médio Tietê, que recebe toda carga das águas tratadas e de consumo, essa dissertação apresenta uma avaliação da ocorrência dos dois fármacos citados acima. Para isso, foram realizadas coletas amostrais mensais no período entre março de 2016 à fevereiro de 2017, em seis pontos específicos: 4 pontos no Rio Sorocaba e 2 no rio Pirajibu dentro dos limites do município de Sorocaba. A quantificação do 17αEtinilestradiol foi feita por cromatografia líquida de alta eficiência. A fase móvel utilizada foi composta por 30% de água Milli-Q e 70% de acetonitrila, e se deu por modo isocrático, 1,0 mL/min. A leitura foi realizada em 202 nm. A quantificação do paracetamol foi feita em espectrofotômetro. O paracetamol da amostra foi convertido em 2-nitro-5-acetaminofenol, um nitroderivado amarelado, absorvido em 430 nm. Também foi feita leitura direta do paracetamol, em 243 nm, em virtude das concentrações encontradas na metodologia anterior estarem superestimadas (reação não específica do grupamento aminofenol proveniente de outras substâncias que não o paracetamol). Pela metodologia de nitração, as concentrações variaram de 3,56 a 6,65 mg/L e através da leitura direta, as concentrações ficaram na faixa de 1,0 – 3,0 mg/L. Já para o 17α-Etinilestradiol, as concentrações variaram de 2,97 a 161,92 µg/L, mas a maioria ficou na faixa de 5,0 – 10,0 µg/L. Os dados foram correlacionados com pluviosidade e número de casos de dengue, zica e Chicungunya. Não foi observada nenhuma correção entre concentração de paracetamol e a quantidade de chuva. Para 17α-Etinilestradiol, uma correlação positiva foi observada no Ponto 2 de coleta. Isto significa que quanto maior o índice pluviométrico maior a concentração de 17α-etinilestradiol, diferente do esperado. Para casos de dengue, zica e Chicungunyae paracetamol, uma correlação fraca foi observada, ou seja, nos meses com maior número de casos (maior utilização do paracetamol como analgésico e antitérmico), maior foi a concentração de paracetamol encontrada na água. Assim, foi possível estimar que há um considerável aporte de paracetamol e 17α-etinilestradiol nos dois rios mais importantes de Sorocaba, o que sugere a possibilidade de efeitos adversos à biota aquática local. Verifica-se ainda a necessidade de uma legislação ambiental específica para medicamentos, aliado à qualidade do saneamento básico brasileiro – incluído novas tecnologias nas estações de tratamento de água e esgoto - sobretudo para os desreguladores endócrinos.