Navegando por Assunto "Medicamentos - Prescrição"
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- DissertaçãoControle glicêmico não satisfatório em pacientes com diabetes mellitus tipo 2: fatores determinantes e resultados clínicos negativos associados ao tratamento medicamentoso(2015) Marczynski, Maria AparecidaSabe-se que inúmeros fatores podem interferir no controle glicêmico de pacientes com Diabetes mellitus tipo 2 e que estes pacientes tem risco aumentado de experimentar resultados negativos aos medicamentos (RNM) devido principalmente à polifarmácia e à presença de comorbidades. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores determinantes do controle glicêmico não satisfatório em pacientes com Diabetes mellitus tipo 2, bem como, os resultados negativos associados ao uso dos antidiabéticos neste grupo de pacientes. Trata-se de um estudo transversal e analítico de informações da prescrição médica, prontuário clínico e entrevista com 100 pacientes atendidos no Ambulatório de Endocrinologia do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, estado de São Paulo. Os pacientes foram comparados em dois grupos: com controle glicêmico satisfatório e não satisfatório (adultos com valores de hemoglobina glicada maior ou igual a 7% e os idosos com valores maiores que 8% de acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes e da Associação Americana de Diabetes). Foram identificadas as variáveis sociodemográficas e clínicas determinantes do não controle glicêmico. Os resultados negativos associados ao uso dos antidiabéticos foram caracterizados de acordo com o método Dáder. A idade (< 65 anos) (OR=4,09), o histórico familiar do diabetes (OR=3,24), a terapia associada para o tratamento do diabetes (uso de 2 a 4 antidiabéticos) (OR=5,13) e a presença de RNM antidiabéticos (OR=5,92) foram as variáveis determinantes do não controle glicêmico dos pacientes com Diabetes mellitus tipo 2. Não foram observadas diferenças entre os grupos quanto aos medicamentos prescritos (p>0,05), sendo mais comum o uso de metformina e insulina NPH. A monoterapia com metformina foi mais indicada no grupo com controle glicêmico satisfatório (p<0,05) e as associações de metformina com sulfonilureias e metformina com insulina NPH foram mais indicadas no grupo com controle glicêmico insatisfatório. Os RNM foram observados em 49% dos pacientes (média de 2,27 RNM/paciente) sendo os principais causados por inefetividade devido ao incumprimento da dose e/ou da frequência diária dos antidiabéticos nos pacientes com diabetes não controlado (p<0,05). Em ambos os grupos, os RNM causados por insegurança foram principalmente relacionados à reação adversa aos medicamentos e interação medicamentosa (p>0,05). Em conclusão, os adultos, indivíduos com histórico familiar de Diabetes mellitus, em uso de dois ou mais antidiabéticos e aqueles que apresentaram RNM devem ser priorizados quanto ao planejamento de intervenções que favoreçam o controle do diabetes. A caracterização dos aspectos associados ao tratamento medicamentoso, por meio da identificação dos RNM, pode contribuir para o planejamento de intervenções que melhorem o atendimento dos pacientes.
- DissertaçãoIntervenções para reduzir a prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para pacientes idosos: um overview de revisões sistemáticas(2018) Santos, Nathalia Serafim dosA prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para pacientes idosos representa grande preocupação na atualidade, principalmente devido ao aumento dos índices de morbidade e mortalidade. Considera-se que a prescrição de medicamentos é potencialmente inapropriada se o risco de eventos adversos superar o benefício clínico. Entre as intervenções visando reduzir a prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos destacam-se os serviços clínicos farmacêuticos, a utilização de sistemas informatizados de apoio à decisão clínica, programas educacionais e a revisão de medicamentos por farmacêuticos ou por outros membros da equipe de saúde. O objetivo desse estudo foi identificar e avaliar criticamente revisões sistemáticas sobre a efetividade de intervenções para reduzir a prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para pacientes idosos. Trata-se de um overview de revisões sistemáticas. A busca e a seleção dos estudos exploraram as bases de dados MEDLINE, via PubMed; Biblioteca Cochrane, via Wiley Online Library; EMBASE; CINAHL; Biblioteca Virtual em Saúde; e Web of Science, combinando os termos aged, prescriptions, inappropriate prescribing, potentially inappropriate medication list e seus sinônimos remissivos, com outros descritores associados, até junho de 2017. Foram incluídas revisões sistemáticas que abordaram intervenções para reduzir a prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para pacientes idosos, sem restrição quanto ao desenho dos estudos primários, idioma ou data de publicação. Para avaliação da qualidade metodológica das revisões sistemáticas selecionadas foi utilizado o instrumento AMSTAR – Assessing the Methodological Quality of Systematic Reviews. A seleção e a avaliação da qualidade metodológica foram realizadas por dois avaliadores independentes. A extração foi conduzida por um pesquisador e revisada por um segundo avaliador. As divergências foram superadas por consenso. Os principais achados foram agrupados em categorias temáticas, definidas com base em análise de conteúdo, e discutidas qualitativamente na forma de síntese narrativa. Vinte e quatro revisões sistemáticas foram incluídas no estudo. Os artigos selecionados foram publicados entre 2003 e 2017 e o número de estudos primários incluídos nas revisões sistemáticas variou entre 4 e 116. Quanto ao desenho do estudo e à avaliação da qualidade metodológica prevaleceram revisões sistemáticas de ensaios clínicos controlados randomizados e estudos de qualidade moderada, respectivamente. As intervenções foram analisadas em cinco categorias temáticas: serviços de revisão de medicamentos (16), intervenções farmacêuticas (11), sistemas informatizados (10), intervenções educacionais (8) e outras (2). Revisões sistemáticas que abordaram mais de um tipo de intervenção foram incluídas em mais de uma categoria temática. As revisões sistemáticas incluídas nesse overview indicam que as intervenções estudadas apresentaram bons resultados e a maioria delas contribuiu para reduzir a prescrição de medicamentos inapropriados para pacientes idosos em ambientes diversos. No entanto, não foi possível determinar qual a mais efetiva. É provável que intervenções multifacetadas alcancem resultados melhores do que intervenções isoladas.
- DissertaçãoNifedipino e sulfato de terbutalina: estudo comparativo de eficácia tocolítica e riscos de efeitos maternos e neonatais(2012) Padovani, Tânia Regina[ANTECEDENTES] Os agentes tocolíticos são usados para inibir o trabalho de parto prematuro a despeito de limitados benefícios neonatais. O nifedipino (bloqueador de canais de cálcio) parece ser mais eficaz como tocolítico que o sulfato de terbutalina (beta- 2adrenérgico), com efeitos secundários maternos mínimos, mas ainda não existem evidências conclusivas sobre os efeitos sobre o concepto. [OBJETIVOS] Comparar nifedipino e sulfato de terbutalina quanto à eficácia tocolítica e os riscos de efeitos adversos maternos, fetais e neonatais no parto prematuro. [MÉTODO] Ensaio clínico controlado, randomizado realizado em três hospitais de Sorocaba-SP, Brasil incluindo mulheres sem comorbidades com idade entre 18 e 40 anos, gravidez única e tópica, entre 24 a 33 semanas e 6 dias, com dilatação cervical de até 4 cm e bolsa das águas íntegras, com diagnóstico de trabalho de parto prematuro, para o qual a tocólise está indicada. As pacientes foram randomizadas para receber nifedipino (via oral) ou sulfato de terbutalina (via intravenosa). Os desfechos primários para medir efetividade tocolítica foram: inibição das contrações uterinas em 12 horas, intervalo médio de tempo entre o início da terapia tocolítica e a tocólise efetiva, recorrência de trabalho de parto prematuro em 48 horas. Os indicadores de segurança maternos (alterações hemodinâmicas, respiratórias e aparecimento de efeitos adversos comuns e sérios consequentes ao uso dos tocolíticos utilizados) e fetais (alterações dos batimentos cardíacos fetais e sinais de sofrimento fetal) foram também avaliados. Os efeitos neonatais incluíram: Apgar, peso, oxigenioterapia, entubação oro traqueal, necessidade de tratamento intensivo, dias de internação em UTI e ocorrências de sepse, icterícia, síndrome de dificuldade respiratória, enterocolite necrotizante, hemorragia intracraniana e óbito. [RESULTADOS] Selecionaram-se 663 mulheres, das quais 66 preencheram os critérios de inclusão. A inibição eficaz das contrações uterinas no trabalho de parto prematuro dentro de 12 horas foi semelhante após administração de nifedipino (90,6%, N= 32) e sulfato de terbutalina (91,1%, N= 34), p=0,832. A mediana do prolongamento do parto foi de 19 dias para o nifedipino e 14 dias para o sulfato de terbutalina (p =0,743). A média de tempo para tocólise também foi semelhante: 2,2 horas nifedipino versus 2,4 horas sulfato de terbutalina (p =0,911). Não houve diferença entre os grupos quanto à recorrência de trabalho de parto prematuro em 48 horas (3,1% nifedipino versus 5,8% sulfato de terbutalina, p = 0,536), nem na frequência de parto prematuro dentro das 48 horas (12,5% do nifedipino versus 17,6%, p=0,733). Efeitos adversos comuns como rubor (RR = 0,07; IC95% 0,04 – 2,28; =0,001) e cefaleia (RR = 0,20; IC95%, 0,12 - 2,10; p =0,023) foram mais frequentes após administração de nifedipino. A administração do sulfato de terbutalina aumentou o risco para tremor (76,4%, p=0,001), náuseas (RR = 6,67; IC 95%, 0,75 – 6,94, p =0,001) e tonturas (RR = 5,0; IC 95%, 0,48 – 8,49, p =0,023). O número de efeitos adversos totais foi maior no grupo do sulfato de terbutalina ( p =0,001). As informações sobre os conceptos prematuros apontaram iferenças entre as terapias quanto ao Apgar, em cinco minutos (sulfato de terbutalina: x=7,6 e dp=1,4; nifedipino: x=8,2 e dp=0,9; p=0,043) [CONCLUSÃO] Concluí-se que não existem diferenças quanto a efetividade tocolítica entre nifedipino e sulfato de terbutalina nas doses utilizadas, no entanto, nifedipino se mostrou mais seguro pois apresentou menos efeitos adversos maternos e neonatais.
- DissertaçãoPrescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos: overview de revisões sistemáticas(2017) Franquez, Reginaldo TavaresA prescrição de medicamentos por profissionais não médicos foi realizada pela primeira vez no Reino Unido em 1986, onde hoje, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais da saúde podem prescrever medicamentos dentro de suas esferas de competência. Desde então, a prescrição por enfermeiros e farmacêuticos tem evoluído de forma variada, em diferentes países. Embora os pacientes sejam receptivos à prescrição por profissionais não médicos, ainda há escassez de evidências em relação aos resultados clínicos. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi sumarizar as evidências sobre a prescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos. Tratase de um overview de revisões sistemáticas. A busca e a seleção de revisões sistemáticas sobre a prescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos exploraram as bases de dados MEDLINE, via PubMed, Biblioteca Cochrane, CINAHL, Web of Science e OpenGrey, combinando os descritores nurses, pharmacists, prescriptions e seus sinônimos remissivos, até Maio de 2016. Foram incluídas no estudo revisões sistemáticas que abordaram a prescrição de medicamentos por enfermeiros ou farmacêuticos em qualquer nível de atenção, sem restrição quanto ao desenho dos estudos primários, data de publicação ou idioma. Para avaliação da qualidade metodológica das revisões sistemáticas selecionadas foi utilizado o instrumento Assessing the Methodological Quality of Systematic Reviews (AMSTAR). Os principais achados foram agrupados em categorias temáticas, definidas com base em análise de conteúdo, e discutidas qualitativamente na forma de síntese narrativa. Nove revisões sistemáticas foram incluídas no estudo. Os artigos selecionados foram publicados entre 2002 e 2016 e o número de estudos primários incluídos nas revisões sistemáticas variou entre 7 e 124. Seis revisões sistemáticas abordaram exclusivamente a prescrição de medicamentos por enfermeiros; uma abordou a prescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos; e duas abordaram profissionais não médicos. Foram identificados estudos avaliando os efeitos da prescrição por enfermeiros; comparando a prescrição por enfermeiros ou médicos na atenção primária; comparando os cuidados iniciais fornecidos por enfermeiros e médicos; avaliando a prescrição de antimicrobianos por enfermeiros prescritores independentes; avaliando as interações entre clínicos não médicos (incluindo farmacêuticos e enfermeiros) e a indústria; revisando métodos educacionais capazes de melhorar a prescrição tanto de profissionais médicos quanto não médicos. Na avaliação da qualidade metodológica segundo os critérios do AMSTAR predominaram revisões sistemáticas de qualidade baixa ou moderada. Os principais desfechos avaliados foram agrupados em seis categorias temáticas: categorias profissionais e nível de atenção; tempo de consulta e qualidade do atendimento; aceitabilidade e nível de satisfação dos pacientes; acesso a medicamentos e serviços; aspectos econômicos e barreiras à implantação. As revisões sistemáticas incluídas nesse overview apontaram benefícios potenciais da prescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos. No entanto, deficiências metodológicas dos estudos não permitiram conclusões definitivas sobre o tema. Além disso, foram identificadas lacunas na base de conhecimentos que resultaram na indicação de temas relevantes para pesquisas futuras, a serem conduzidas com maior rigor metodológico.
- DissertaçãoPrescrições pediátricas em um pronto-socorro de cidade do interior de São Paulo(2011) Pedroso, Soraya AyresIntrodução: A prescrição na faixa etária pediátrica muitas vezes baseia-se em extrapolações e adaptações do uso em adultos, informações obtidas de raros estudos populacionais e consensos de especialistas. A avaliação da segurança dos medicamentos para crianças não pode ser extrapolada de dados obtidos em adultos, pois os medicamentos tendem a ter toxicidade distinta nesta população. Objetivo: Identificar o padrão de utilização de medicamentos em uma unidade regional de emergência pediátrica e relacionar com uso off label, suspeitas de reações adversas (RAM) e indicações clínicas sem evidências. Métodos: Estudo observacional, transversal, descritivo. A amostra foi composta por 100 pacientes atendidos entre 0 e 12 anos, admitidos por um período mínimo de 4 horas de permanência na Unidade Regional de Emergência (URE) de Pediatria do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. O cuidador responsável pelo paciente foi entrevistado com o auxílio de instrumento semi-estruturado para verificação de dados sociodemográficos, antecedentes familiares e possíveis fatores de risco para RAM. Os prontuários e as prescrições médicas foram examinados durante a coleta de dados. O algoritmo de Naranjo et al. (1981) foi utilizado para estabelecer o nexo causal entre o fármaco e a suspeita de RAM. A análise estatística dos dados obtidos foi realizada através do programa Graph Pad In Stat, versão 3.0 para Windows. Resultados: A maioria dos pacientes tinha mais de dois diagnósticos (56%). Cinquenta e oito por cento dos pacientes permaneceram por mais de 24 horas em observação no setor; destes 60% necessitaram de internação e 44% haviam sido submetidos a alguma internação anteriormente. Foram prescritos 744 medicamentos aos pacientes, o que corresponde a 82 fármacos, distribuídos em 35 classes terapêuticas. Cerca de 93% utilizaram quatro ou mais medicamentos após a admissão na URE. Houve prevalência dos medicamentos com ação sobre o sangue e órgãos hematopoiéticos e daqueles que atuam sobre o sistema nervoso (85%); antiinfecciosos para uso sistêmico (58%) e finalmente os que atuam sobre o sistema digestório (27%). Em relação ao uso racional dos medicamentos, verificou-se que o uso apropriado do medicamento variou entre 0 (cloridrato de cetamina, citrato de fentanila, cloridrato de metoclopramida e cloridrato de tramadol) e 100% (cloridrato de cefepima). As variáveis com prevalência de uso não racional foram dose e frequência. As suspeitas de RAM ocorreram em três pacientes, envolvendo o sistema dermatológico. Setenta e dois por cento dos pacientes receberam de 5 a 16 medicamentos injetáveis, não pertencentes à classe dos anti-infecciosos. Verifica-se que houve uso de medicamentos para indicações (n=89, 33,2%), doses (n=129, 48%) e frequência (n=145, 54%) não aprovadas pela Anvisa (off label) nas prescrições pediátricas na URE, CHS Sorocaba. Doze medicamentos dos quinze estudados tiveram uso off label quanto à indicação em mais de 20% das prescrições. Do grupo dos antiinfecciosos, (oito fármacos) três foram prescritos para indicações não aprovadas em mais de 30% das prescrições (cloridrato de vancomicina - 33%; claritromicina – 100% e ceftriaxona sódica – 85%). Os prescritores modificaram o uso registrado na Anvisa quanto a indicação clínica, dose e frequência de utilização da maioria dos medicamentos, caracterizando assim o uso off label, que foi estatisticamente significativo entre os grupos (p<0,0001). Conclusão: Houve uso off label de medicamentos relacionado principalmente a faixa etária, frequência e doses utilizadas, o que pode estar evidenciando muitas vezes a falta de conhecimento dos prescritores, a utilização de fontes de consulta não fidedignas ou mesmo a inexistência de estudos mais detalhados sobre a utilização de medicamentos em crianças. Observou-se que os medicamentos foram prescritos de maneira inapropriada na maioria dos casos, com erros em relação a dose e frequência, bem como indicação em faixa etária não aprovada. Alguns antibióticos destinados a reserva terapêutica, como o cloridrato de vancomicina, foram prescritos de forma indevida, aumentando o aparecimento de efeitos adversos e induzindo resistência bacteriana. A padronização de medicamentos no hospital, bem como protocolos clínicos deveriam ser elaborados por equipe multidisciplinar, com critérios rígidos e definidos em condutas baseadas em evidências. Torna-se necessário melhorar o nível educacional dos futuros prescritores e enfatizar a necessidade de cursos de reciclagem para os profissionais que já se encontram em atividade.
- TeseSegurança no uso de medicamentos por pacientes com doença de Alzheimer: usuários da farmácia de medicamentos especializados do Município de Sorocaba(2019) Ferreira, Tânia ReginaA doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum e apesar de poder atingir pessoas adultas em qualquer idade, a maioria são idosos. Devido ao crescente aumento do número desta população, esta doença é considerada problema de saúde pública mundial. Os idosos são o grupo que mais consome medicamentos o que pode ocasionar aumento do número de reação adversa aos medicamentos (RAM) e de prescrições inapropriadas, com consequente prejuízo para a sua saúde. Dados nacionais relacionados à segurança do tratamento medicamentoso da doença de Alzheimer não foram encontrados na literatura pesquisada. Esta tese teve por objetivo analisar a segurança no uso de medicamentos prescritos para pessoas com doença de Alzheimer, usuários da Farmácia de Medicamentos Especializados (FME) do município de Sorocaba, estado de São Paulo, a fim de: i) determinar a prevalência e a gravidade de reações adversas autorreferidas aos medicamentos prescritos para o tratamento da doença de Alzheimer, em específico aos anticolinesterásicos (donepezila, galantamina, rivastigmina) e o antagonista dos receptores N-metil-D-aspartato (memantina) (artigo 1); e ii) determinar a prevalência de medicamentos e de prescrições potencialmente inapropriados nos idosos com doença de Alzheimer, bem como descrevê-los (artigo 2). Neste estudo de desenho transversal, as informações a respeito do número de pacientes com cadastro ativo para a retirada dos medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer foram coletadas do sistema informatizado MEDEX, no período entre dezembro e abril de 2017. No período entre junho e setembro de 2017 ocorreram as entrevistas com os pacientes e/ou os seus responsáveis, a fim de coletar os desfechos: prevalência de reações adversas autorreferidas aos medicamentos donepezila, galantamina, rivastigmina e memantina; caracterização das RAM em relação à frequência de acometimento e gravidade (artigo 1); prevalência de prescrições potencialmente inapropriadas (PPI) de acordo com os critérios de Beers 2019; prevalência de medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) segundo as classes terapêuticas; e prevalência de MPI que devem ser evitados em idosos (artigo 2). Encontrou-se uma população de 285 pessoas com doença de Alzheimer cadastradas no sistema MEDEX. No artigo 1 “Frequência e gravidade das reações adversas medicamentosas prescritas para a doença de Alzheimer no Brasil: estudo transversal”, 250 (88,4%) pessoas foram entrevistadas e participaram do estudo. Desta amostra, houve predomínio de mulheres (63,1%), faixa etária de 75 anos ou mais (70,3%), com comorbidades (70,3%) e que não faziam uso de polifarmácia (63,0%). A presença de pelo menos uma RAM foi observada em 209 (83,6%) pacientes (933 relatos de RAM), sendo 41,6% para donepezila, 21,5% para galantamina, 13,8% para rivastigmina e 4,3% para memantina. Os efeitos adversos mais prevalentes estiveram associados ao sistema nervoso central e foram caracterizados de comum frequência (57,1%) e gravidade leve (89,0%). Seis pacientes foram hospitalizados, em maioria, devido ao uso da galantamina. No artigo 2 “Prescrições potencialmente inapropriadas para idosos com doença de Alzheimer: estudo transversal”, de um total de 237 idosos, 234 atenderam aos critérios de elegibilidade e participaram do estudo que verificou a prevalência de PPI. Das 234 prescrições avaliadas (uma prescrição/idoso), 66,7% (n=156) era inapropriada. Esta população caracterizou-se também por mulheres (62,2%), com 75 anos ou mais (76,8%) e que não faziam uso de polifarmácia (38,5%). Dos 1.073 medicamentos prescritos, 30,5% (n=327) era MPI, sendo pertencentes principalmente ao sistema nervoso central e ao aparelho cardiovascular; com destaque para quetiapina (12,8%) e ácido acetilsalicílico (11,6%), respectivamente. Em torno de 45,2% dos MPI deveriam ser evitados em idosos, com destaque para a sertralina (14,2%). Observou-se número elevado de relatos de RAM relacionados aos medicamentos prescritos para o tratamento da doença de Alzheimer bem como de PPI, demonstrando a necessidade de intervenções que melhorem aspectos relacionados à segurança do uso de medicamentos por esta população. Os achados deste estudo podem contribuir para o profissional de saúde na melhoria dos cuidados relacionados à segurança do uso de medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer.
- DissertaçãoUso de benzodiazepínicos em um ambulatório de saúde mental do interior do Estado de São Paulo(2014) Naloto, Daniele Cristina CominoOs benzodiazepínicos são amplamente utilizados, principalmente para o tratamento da ansiedade e insônia, no entanto, a literatura tem demonstrado que as prescrições são comumente inapropriadas quanto à indicação, ao fármaco e ao tempo de uso. O objetivo deste estudo foi analisar o uso inapropriado de benzodiazepínicos em adultos e idosos. Trata-se de um estudo observacional, transversal e analítico de coleta de dados da entrevista e do prontuário clínico dos pacientes em uso de benzodiazepínico atendidos no Ambulatório Municipal de Saúde Mental de Sorocaba/SP, no período de março a novembro de 2013. Variáveis sóciodemográficas e clínicas foram comparadas entre adultos e idosos. Foi considerado inapropriado o uso (de mais de um benzodiazepínico pelo paciente, como ansiolítico por tempo superior a três meses, no tratamento da depressão sem antidepressivo, por mais de dois meses quando associado ao antidepressivo e de benzodiazepínico de longa ação em idoso); como também, quando a prescrição não atendeu aos critérios do uso racional de medicamentos (medicamento apropriado, com posologia e duração de uso adequada). Dos 330 participantes (210 adultos e 120 idosos), a maioria era mulheres com histórico familiar de psicopatologia e uso de benzodiazepínicos (p>0,05). Havia porcentuais maiores de adultos solteiros (20%) e de idosos viúvos ou divorciados (36,7%) (p<0,05). Cerca de 50% dos adultos desenvolviam atividades laborais e 85% dos idosos eram aposentados ou afastados do trabalho (p<0,05). Uma porcentagem maior de adultos (26,2%) tinha oito ou mais anos de escolaridade (p<0,05). A maioria dos adultos e idosos não realizava acompanhamento psicológico e fazia uso de outros psicotrópicos e de polifarmácia (p>0,05). Havia uma porcentagem maior de idosos com doenças crônicas (p<0,05). Uma minoria dos pacientes utilizava mais de um benzodiazepínico e tratava os transtornos depressivos sem uso de antidepressivo (p>0,05). Todos os pacientes utilizavam o benzodiazepínico por tempo superior ao recomendado para o tratamento dos transtornos depressivos e de ansiedade (p>0,05). A maioria das prescrições não tinha indicação correta de uso do benzodiazepínico, sendo 62,5% para idosos e 68,6% para adultos (p>0,05), sendo os erros de indicação principalmente observados nas prescrições de alprazolam, clonazepam e diazepam para o tratamento dos transtornos de humor (p>0,05). Uma minoria das prescrições, em torno de 6% para idosos e de 2% para adultos, seguia os critérios do uso racional de medicamentos (p>0,05). Nenhuma prescrição de alprazolam, diazepam e lorazepam era racional (p>0,05). Conclui-se que gênero feminino, histórico familiar de uso de benzodiazepínicos e de psicopatologia, não acompanhamento psicológico, o uso de psicotrópicos associados e de polifarmácia foram variáveis associadas ao uso dos benzodiazepínicos em adultos e idosos. O uso inapropriado dos benzodiazepínicos foi constatado em ambos os grupos, sendo observado o uso crônico e uma minoria de prescrições que preenchia os requisitos do uso racional de medicamentos.