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Disparidade racial na frequência do exame dos pés em brasileiros com diabetes: análise da pesquisa nacional de saúde, 2019

dc.contributor.advisorSilva, Marcus Tolentino
dc.contributor.authorBramante, Clarice Nunes
dc.date.accessioned2023-05-09T20:58:53Z
dc.date.available2023-05-09T20:58:53Z
dc.date.issued2019
dc.description.abstractIntrodução: Apesar de o Brasil contar com um sistema universal de saúde, existe grandes disparidades nos indicadores sociais. O exame periódico dos pés dos pacientes diabéticos propicia a identificação precoce e o tratamento oportuno possibilitando, assim, a prevenção de complicações. Objetivo: Investigar se a raça é fator de risco independente de pacientes com diabetes nunca terem seus pés examinados por profissionais da saúde. Método: estudo transversal com a utilização de dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, da qual foram extraídas as informações dos indivíduos que reportaram diagnóstico de diabetes por profissional da saúde. Destes pacientes, foram analisadas as informações sobre última vez que um médico ou profissional de saúde examinou os pés para verificar a sensibilidade ou a presença de feridas. Para investigar se a raça é um fator associado para nunca ter seus pés examinados, realizou-se um modelo de Poisson com variância robusta, ajustado pelos seguintes determinantes sociais: região, cadastro em uma equipe de Saúde da Família, sexo, plano privado de saúde, consumo de álcool, tabagismo, hipertensão, renda, escolaridade, idade, tempo de doença e estado de saúde. O modelo derivou razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança à 95% (IC 95%), os quais foram calculados no STATA 14.2. Resultados: Foram incluídas 6.216 pessoas com diabetes, dos quais 61% se autodeclaram negros (pretos e pardos). Dentre os diabéticos selecionados para a análise, 52,1% (IC 95%: 50,0 a 54,2%) informaram que nunca tiveram os pés examinados por algum profissional da saúde. Observou-se maior frequência entre os negros (55,3%; IC 95%: 52,5 a 58,1%) do que nos brancos (48,2%; IC 95%: 45,0 a 51,5%). Em 22 Unidades da Federação a frequência de nunca ter os pés examinados por profissionais da saúde foi maior em negros do que nos brancos. A análise multivariada restrita à população negra indica os seguintes fatores associados a pior assistência: idade (15-39 anos, RP 1,28; IC 95% 1,06-1,54; p = 0,017), ausência de cadastro no Programa Saúde da Família (RP 1,13; IC 95% 1,02-1,25; p = 0,015), tabagismo (RP 1,16, RP 1,01-1,33; p = 0,036), estado de saúde (regular; RP 1,13 IC 95% 1,01-1,28; p = 0,012) e anos com diabetes (0-4 anos, RP 1,33 IC 95% 1,18-1,50; p < 0,001). Comparado com os brancos, a população negra busca maior acesso aos serviços de atenção primária e tem pior assistência dos profissionais da saúde pelo fato de serem fumantes ou por estarem com pior situação de saúde, independente da escolaridade. Conclusão: Os resultados apontam uma proporção elevada de pacientes com diabetes que tiveram o pé ignorado por profissionais da saúde. Também se evidenciou potencial discriminação da população negra ao buscar esse tipo de assistência. pt
dc.description.abstractIntroduction: Although Brazil has a universal health system, there are great disparities in social indicators. Periodic examination of the feet of diabetic patients provides early identification and timely treatment, thus enabling the prevention of complications. Objective: To investigate whether race is an independent risk factor for patients with diabetes never having their feet examined by health professionals. Method: cross-sectional study using data from the 2019 National Health Survey, from which information was extracted from individuals who reported a diagnosis of diabetes by a health professional. Of these patients, information about the last time a physician or healthcare professional examined their feet for tenderness, or the presence of sores was analyzed. To investigate whether race is an associated factor for never having your feet examined, a Poisson model with robust variance was performed, adjusted for the following social determinants: region, registration in a Family Health team, gender, private health plan, alcohol consumption, smoking, hypertension, income, education, age, duration of illness and health status. The model derived prevalence ratios (PR) and 95% confidence intervals (95% CI), which were calculated in STATA 14.2. Results: 6,216 people with diabetes were included, of which 61% self-declared black (black and brown). Among the diabetics selected for the analysis, 52.1% (95% CI: 50.0 to 54.2%) reported that they had never had their feet examined by a health professional. A higher frequency was observed among blacks (55.3%; 95% CI: 52.5 to 58.1%) than in whites (48.2%; 95% CI: 45.0 to 51.5%) . In 22 Federation Units, the frequency of never having their feet examined by health professionals was higher in blacks than in whites. The multivariate analysis restricted to the black population indicates the following factors associated with worse care: age (15-39 years, PR 1.28; 95% CI 1.06-1.54; p = 0.017), lack of registration in the Health Program (PR 1.13; 95% CI 1.02-1.25; p = 0.015), smoking (PR 1.16, PR 1.01-1.33; p = 0.036), health status (regular ; PR 1.13 95% CI 1.01-1.28; p = 0.012) and years with diabetes (0-4 years, PR 1.33 95% CI 1.18-1.50; p < 0.001). Compared with whites, the black population seeks greater access to primary care services and has worse assistance from health professionals due to the fact that they are smokers or have a worse health situation, regardless of schooling. Conclusion: The results point to a high proportion of patients with diabetes who had their foot ignored by health professionals. There was also evidence of potential discrimination against the black population when seeking this type of assistance.en
dc.identifier.urihttps://repositorio.uniso.br/handle/uniso/1044
dc.subjectPé diabético
dc.subjectDiabetes - Complicações e sequelas
dc.subjectDiscriminação racial
dc.subjectServiços de saúde
dc.titleDisparidade racial na frequência do exame dos pés em brasileiros com diabetes: análise da pesquisa nacional de saúde, 2019
dc.typeDissertação
dspace.entity.typePublication

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