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O efeito facilitatório de frações de Casearia sylvestris SW. sobre a fisiologia do sistema esquelético motor de mamífero e ave

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2014

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Dissertação

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Resumo / Abstract

Inúmeras potencialidades medicinais foram relatadas com extratos oriundos de diversas partes da planta Casearia sylvestris. Estudos prévios demonstraram que extratos tanto aquoso quanto hidroalcoólico de C. sylvestris expressaram significativo efeito facilitatório em modelo nervo frênico-diafragma de camundongos. O benefício clínico na busca de novos agentes facilitadores é amplo. Dependendo da sua farmacodinâmica, sob o parâmetro da junção neuromuscular, pode-se pensar em aplicações nas doenças neuromusculares que causam paralisia, como adjuvantes no tratamento de envenenamentos causados por toxinas, na reversão de bloqueadores neuromusculares, entre outros. Os objetivos deste estudo foram: a) identificar farmacologicamente o efeito facilitatório em frações orgânicas de diferentes polaridades obtidas de folhas de C. sylvestris; b) Analisar músculos resultantes de tratamentos com frações neurofacilitadoras através de microscopia de luz; c) Determinar o efeito da fração facilitadora em relação à colinesterase e creatinoquinase (CK); e, d) investigar a farmacodinâmica da fração neurofacilitadora. As frações de C. sylvestris (hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol) foram ensaiadas em preparações nervo frênico-diafragma (NFD) de camundongos na concentração de 200 μg/mL. Músculos diafragmas tratados com frações identificadas como neurofacilitadoras foram submetidos à microscopia de luz para verificar possível miotoxicidade; e bioquimicamente foi determinada a atividade de CK em preparações biventer cervicis (BC) de pintainho tratadas com a fração metanólica (FM) na concentração de 240 μg/mL.O estudo farmacodinâmico foi realizado utilizando-se ferramentas farmacológicas em preparações estimuladas direta ou indiretamente. Em alguns protocolos foram aplicados estímulos tetanizantes (40 Hz). Experimentos realizados com frações de diferentes polaridades da C. sylvestris, na concentração de 200 µg/mL, mostraram que as frações acetato de etila e metanólica foram as responsáveis pelo efeito de facilitação. A análise histológica comprovou a ausência de danos ao tecido muscular de preparações tratadas com essas frações, em relação ao controle Tyrode. A FM foi selecionada para os ensaios farmacodinâmicos em virtude do maior rendimento obtido. Do estudo farmacodinâmico, com fármacos de atuação em sítios específicos da junção neuromuscular, temos que: em preparações previamente curarizadas, a FM demonstrou atividade antagonista de diferente intensidade, assim como os fármacos neostigmina e 3,4 diaminopiridina (3,4 DAP). A aplicação de estímulo tetanizante (40 Hz) não apresentou a inibição de Wedensky, característica de anticolinesterásicos como a neostigmina. Em 9 preparações previamente tratadas com dantrolene, a FM não apresentou nenhum efeito, excluindo-se a possibilidade de competição com o dantrolene no receptor rianodina. Em preparações estimuladas diretamente, a adição de FM não produziu nenhum efeito sobre o sarcolema. Em preparação BC a FM não alterou as contraturas induzidas pela adição de acetilcolina exógena (ACh) e cloreto de potássio (KCl). Experimentos com nifedipina mostraram que o efeito facilitador da FM pode ser modulado por cálcio extracelular. A participação de receptores pré-juncionais foi excluído pelos resultados obtidos com atropina. A tetrodotoxina antagonizou o efeito facilitador da FM, sendo que o mesmo não ocorreu com 3,4 DAP e neostigmina. Os resultados apresentados mostram que o local de ação da FM ocorre à nível pré-sináptico através da ativação de canais de sódio neuronais, podendo a neurofacilitação ser modulada pelo cálcio extracelular.


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