Repositório Institucional da UNISO
 

Perfil de prescritores e prescrição de antimicrobianos nas infecções de vias aéreas superiores em pediatria

dc.contributor.advisorFiol, Fernando de Sá Del
dc.contributor.authorRocha, Maria Carolina Pereira da
dc.date.accessioned2023-05-09T20:54:00Z
dc.date.available2023-05-09T20:54:00Z
dc.date.issued2010
dc.description.abstractAs infecções respiratórias são a principal causa de atendimento no setor primário de saúde. As crianças são mais atendidas e recebem mais antimicrobianos por esse motivo do que qualquer outra faixa etária. A maioria dessas infecções é de etiologia viral, mesmo assim, muitas recebem antimicrobianos desnecessariamente. Vários fatores podem ser relacionados à grande utilização de antimicrobianos nas Infecções de Vias Aéreas Superiores (IVAS): diagnóstico incerto, falta de conhecimento por parte dos pais e prescritores sobre a real necessidade desse medicamento, pressão sócio-econômica e cultural, medo de processos judiciais e satisfação da expectativa dos pais. Diante disto, o objetivo desse estudo foi traçar um perfil dos médicos que atendem crianças no Sistema Único de Saúde (SUS) em Sorocaba-SP e em uma Cooperativa de Médicos (Unimed) nas cidades do interior de São Paulo e como eles prescrevem antimicrobianos nos casos de IVAS. Foram enviados questionários aos prescritores com perguntas sobre seu perfil, fatores que interferem em sua prescrição, casos clínicos sobre IVAS e sugestões para diminuir a prescrição de antimicrobianos. A amostra obtida foi de 170 prescritores, a média do tempo de formação foi de 23,5 anos, 13,5% deles não havia feito residência médica em pediatria, 75,3% trabalham predominantemente no SUS, 70,8% apresentam carga horária semanal de trabalho de 40 horas ou mais. Os periódicos foram a principal forma de atualização utilizada, e os que apresentavam menor tempo de formação deram mais importância aos materiais de laboratório que os demais. A grande maioria dos médicos que trabalha no SUS (97,6%) atende mais de cinco pacientes por hora versus 33,1% dos que trabalham no Setor Privado. Os exames laboratoriais foram solicitados em 10 a 15% dos casos de IVAS. Os fatores que interferiram na prescrição de antimicrobianos foram: estado geral da criança, presença de doença de base, tempo de evolução da doença entre outros. Em casos de dúvida sobre a etiologia viral ou bacteriana da infecção, novamente o estado geral foi considerado mais importante seguido de pressão dos pais (este mais importante para os formados há menos tempo), questões legais, necessidade de possíveis reavaliações entre outros. Sobre o conhecimento técnico percebe-se certa dificuldade em relação à segurança e toxicidade dos antibióticos e ainda no diagnóstico de algumas IVAS, principalmente das sinusites e amigdalites bacterianas. Na avaliação da qualidade da prescrição, 32,9% dos médicos apresentaram qualidade abaixo da média calculada e esta se relacionou significativamente com a forma de informação utilizada para sua atualização. Houve tendência à piora da qualidade da prescrição conforme aumentava o número de pacientes atendidos por hora. A partir desses dados, nota-se certo desconhecimento técnico sobre as recomendações atuais no tratamento das IVAS, sendo que essas dificuldades são maiores nos que utilizam meios pouco recomendados para atualização. Educação eficiente sobre o assunto se faz necessária para que possamos melhorar a qualidade da prescrição de antibióticos e evitarmos seu uso desnecessário.por
dc.description.abstractRespiratory infections are the main reason for seeking care on primary health care. Children seek more for medical attention and receive more antibiotics for this reason than any other age group. It’s known that most of these infections are caused by virus, but many end up receiving antibiotics unnecessarily. Several factors may be related to the over use of antibiotics in upper respiratory tract infections: diagnostic uncertainty, lack of knowledge by parents and prescribers of the real need of this medication, socio-economic and cultural pressure, fear of judicial processes and satisfaction of parents' expectations. Considering this, our objective was to create a profile of the doctors who treat children in Public Health System in Sorocaba-SP and in a Medical Cooperative (Unimed) in the inner cities of Sao Paulo and how these physicians prescribe antibiotics in cases of upper respiratory tract infections. Questionnaires were sent to prescribers with questions about their profile, factors that interfere on the prescription, clinical cases of upper respiratory infections and suggestions to reduce the prescription of antimicrobials. We had a sample of 170 prescribers, the average graduation time was 23.5 years, 13.5% of them had done medical residency in pediatrics, 75% work predominantly in public health service, 70.8% of them worked 40hours per week or greater. Medical journals were the main form used to update, and those with less training time tend to give more importance to laboratory materials than the others. The major part of the doctors (97.62%) who worked at public health system saw more than five patients per hour against 33.07% of those who worked in private system. Laboratory tests were made in 10-15% of cases of upper respiratory infections. The factors that influenced the antimicrobials prescription were: general condition of the child, presence of underlying disease, time of progression of the disease and others. In cases of doubt between viral or bacterial infection, again the general state was considered most important followed by pressure of the parents, legal issues, possible necessity of revaluation, among others. About technical knowledge we perceive a difficulty on understanding the safety and toxicity of the antibiotics and on making the right diagnosis of certain respiratory infections, mainly on bacterial sinusitis and tonsillitis. On the analysis of the quality of the prescriptions, 32.94% of the physicians had prescriptions with quality below the average and this quality was significantly associated with the quality of the information used to update. We found a trend to worsening the quality of prescribing as the number of patients seen per hour increased. Medical education and the improvement of working conditions were the most frequently cited measures to reduce the use of antimicrobials. We found a lack of technical Knowledge of the current recommendations to treat upper respiratory infections, and it was strictly related to the ways the physicians used for update. Effective education on the subject is needed urgently so we can improve the quality of our prescription of antibiotics and avoid its unnecessary use.eng
dc.identifier.urihttps://repositorio.uniso.br/handle/uniso/482
dc.subjectInfecções respiratórias em crianças
dc.subjectMedicamentos - Administração
dc.subjectAgentes antibacterianos
dc.subjectPediatria
dc.titlePerfil de prescritores e prescrição de antimicrobianos nas infecções de vias aéreas superiores em pediatria
dc.typeDissertação
dspace.entity.typePublication
local.rightsOpen Access

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