Avaliação da percepção da cultura de segurança do paciente em serviços hospitalares
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Resumo / Abstract
INTRODUÇÃO: No Brasil, o Programa Nacional de Segurança do Paciente, normatizado pelo Ministério da Saúde em 2013, propõe medidas de promoção do cuidado ao usuário durante a assistência. Ambientes hospitalares são ambientes de alto risco e relacionam-se a altas taxas de mortalidade. Alguns danos irreversíveis e evitáveis são induzidos por falhas humanas ou de processos. Avaliar a percepção sobre o clima de segurança do paciente se faz necessário para conhecer segmentos frágeis para a implantação de estratégias de melhorias. OBJETIVO: Avaliar a percepção de cultura de segurança do paciente em ambientes hospitalares por meio do instrumento Hospital Survey On Patient Safety Culture (HSOPSC) e identificar as aplicações do HSOPSC no mundo. MÉTODO: O presente estudo foi composto por 2 etapas: um inquérito hospitalar e uma revisão sistemática da literatura. Na primeira, aplicou-se um questionário traduzido e validado para o Brasil, a qual foi aplicada em profissionais de saúde de um hospital universitário de São Paulo. O inquérito ocorreu entre outubro a dezembro de 2015 mediante sorteio dos setores da instituição. Na segunda pesquisa realizouse uma revisão sistemática a partir das aplicações hospitalares do HSOPSC a nível mundial. Os resultados foram agrupados por domínios do instrumento. Todas as análises foram executadas no STATA 14.2. RESULTADOS: O inquérito hospitalar entrevistou 324 trabalhadores em 68 setores do hospital. Observou-se que nove das doze dimensões do HSOPSC apresentaram resultados abaixo de 50%. O domínio “resposta não punitiva para erros” teve o pior desempenho. A revisão sistemática incluiu 59 estudos, totalizando 755.415 profissionais. Detectou-se que cinco dimensões do HSOPSC ficaram abaixo de 50% e que o domínio “resposta não punitiva para erros” teve o pior desempenho. Nas duas pesquisas, identificou-se maior participação de profissionais de enfermagem e o domínio “trabalho em equipe dentro das unidades” ficou em 75% na revisão. Encontrou-se outras fragilidades em comum: “abertura da comunicação”; “frequência de notificação de eventos”; “adequação de pessoal”; e “passagem de plantão e transferências internas”. A partir da metarregressão, o país de aplicação do inquérito e o profissional médico influênciou o clima de segurança. CONCLUSÃO: O HSOPSC é um instrumento útil para aferir o clima de segurança do paciente em ambiente hospitalar. Os resultados apontam: (i)dificuldades na comunicação entre os profissionais; (ii) problemas na transferência e troca de plantão; e (iii) influência negativa quanto à notificação de erros. Ainda existe um clima de insegurança por parte dos profissionais em relatar erros, por acharem que serão punidos ou que prejudicará a carreira. Criação de ambientes construídos em confiança mútua e aberta ao diálogo, motivada a aprender através dos erros, melhoram o clima de segurança do paciente.