Prescrições pediátricas em um pronto-socorro de cidade do interior de São Paulo
dc.contributor.advisor | Lopes, Luciane Cruz | |
dc.contributor.author | Pedroso, Soraya Ayres | |
dc.date.accessioned | 2023-05-09T20:54:19Z | |
dc.date.available | 2023-05-09T20:54:19Z | |
dc.date.issued | 2011 | |
dc.description.abstract | Introdução: A prescrição na faixa etária pediátrica muitas vezes baseia-se em extrapolações e adaptações do uso em adultos, informações obtidas de raros estudos populacionais e consensos de especialistas. A avaliação da segurança dos medicamentos para crianças não pode ser extrapolada de dados obtidos em adultos, pois os medicamentos tendem a ter toxicidade distinta nesta população. Objetivo: Identificar o padrão de utilização de medicamentos em uma unidade regional de emergência pediátrica e relacionar com uso off label, suspeitas de reações adversas (RAM) e indicações clínicas sem evidências. Métodos: Estudo observacional, transversal, descritivo. A amostra foi composta por 100 pacientes atendidos entre 0 e 12 anos, admitidos por um período mínimo de 4 horas de permanência na Unidade Regional de Emergência (URE) de Pediatria do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. O cuidador responsável pelo paciente foi entrevistado com o auxílio de instrumento semi-estruturado para verificação de dados sociodemográficos, antecedentes familiares e possíveis fatores de risco para RAM. Os prontuários e as prescrições médicas foram examinados durante a coleta de dados. O algoritmo de Naranjo et al. (1981) foi utilizado para estabelecer o nexo causal entre o fármaco e a suspeita de RAM. A análise estatística dos dados obtidos foi realizada através do programa Graph Pad In Stat, versão 3.0 para Windows. Resultados: A maioria dos pacientes tinha mais de dois diagnósticos (56%). Cinquenta e oito por cento dos pacientes permaneceram por mais de 24 horas em observação no setor; destes 60% necessitaram de internação e 44% haviam sido submetidos a alguma internação anteriormente. Foram prescritos 744 medicamentos aos pacientes, o que corresponde a 82 fármacos, distribuídos em 35 classes terapêuticas. Cerca de 93% utilizaram quatro ou mais medicamentos após a admissão na URE. Houve prevalência dos medicamentos com ação sobre o sangue e órgãos hematopoiéticos e daqueles que atuam sobre o sistema nervoso (85%); antiinfecciosos para uso sistêmico (58%) e finalmente os que atuam sobre o sistema digestório (27%). Em relação ao uso racional dos medicamentos, verificou-se que o uso apropriado do medicamento variou entre 0 (cloridrato de cetamina, citrato de fentanila, cloridrato de metoclopramida e cloridrato de tramadol) e 100% (cloridrato de cefepima). As variáveis com prevalência de uso não racional foram dose e frequência. As suspeitas de RAM ocorreram em três pacientes, envolvendo o sistema dermatológico. Setenta e dois por cento dos pacientes receberam de 5 a 16 medicamentos injetáveis, não pertencentes à classe dos anti-infecciosos. Verifica-se que houve uso de medicamentos para indicações (n=89, 33,2%), doses (n=129, 48%) e frequência (n=145, 54%) não aprovadas pela Anvisa (off label) nas prescrições pediátricas na URE, CHS Sorocaba. Doze medicamentos dos quinze estudados tiveram uso off label quanto à indicação em mais de 20% das prescrições. Do grupo dos antiinfecciosos, (oito fármacos) três foram prescritos para indicações não aprovadas em mais de 30% das prescrições (cloridrato de vancomicina - 33%; claritromicina – 100% e ceftriaxona sódica – 85%). Os prescritores modificaram o uso registrado na Anvisa quanto a indicação clínica, dose e frequência de utilização da maioria dos medicamentos, caracterizando assim o uso off label, que foi estatisticamente significativo entre os grupos (p<0,0001). Conclusão: Houve uso off label de medicamentos relacionado principalmente a faixa etária, frequência e doses utilizadas, o que pode estar evidenciando muitas vezes a falta de conhecimento dos prescritores, a utilização de fontes de consulta não fidedignas ou mesmo a inexistência de estudos mais detalhados sobre a utilização de medicamentos em crianças. Observou-se que os medicamentos foram prescritos de maneira inapropriada na maioria dos casos, com erros em relação a dose e frequência, bem como indicação em faixa etária não aprovada. Alguns antibióticos destinados a reserva terapêutica, como o cloridrato de vancomicina, foram prescritos de forma indevida, aumentando o aparecimento de efeitos adversos e induzindo resistência bacteriana. A padronização de medicamentos no hospital, bem como protocolos clínicos deveriam ser elaborados por equipe multidisciplinar, com critérios rígidos e definidos em condutas baseadas em evidências. Torna-se necessário melhorar o nível educacional dos futuros prescritores e enfatizar a necessidade de cursos de reciclagem para os profissionais que já se encontram em atividade. | pt |
dc.description.abstract | Introduction: The prescription in the pediatric age group often based on extrapolations and adaptations of adults, information obtained from rare population studies and consensus of experts. The assessment of the safety of medicines for children cannot be extrapolated from data obtained in adults, as medications tend to have distinct toxicity in this population. Objectives: Identify the pattern of use of medicinal products in a regional pediatric emergency unit and relate with use off label, suspected adverse reactions (RAM) and clinical indications without evidence. Methods: Observational Study, prospective descriptive, transversal. The sample was comprised of 100 patients served between 0 and 12 years, allowed for a minimum period of residence in the 4:0 Regional Emergency Unit (URE) of Pediatrics Hospital set of Sorocaba. The caregiver responsible patient was interviewed with the aid of a semistructured instrument for data verification sociodemographic, family history and possible risk factors for RAM. The patient records and prescriptions were examined during data collection. The algorithm of Naranjo et al. (1981) was used to establish the causal link between the drug and the suspicion of RAM. The statistical analysis of data obtained was held through the program Graph Pad In Stat, version 3.0 for Windows. Results: Most patients had more than two diagnoses (56%). Fifty-eight percent of patients remained for more than 12:0 am on watch in the hospital; of these 60% required hospitalization and 44% had undergone some hospitalization earlier. 744 were prescribed medicines to patients, which is distributed in 35 therapeutic classes. About 93% have four or more medications after admission into the URE. There was the prevalence of drugs with action on the blood and organs and of those that Act on the nervous system (85%); antiinfective agents for systemic use (58%) and finally the acting on the digestive system (27%). In relation to the rational use of medicines, it was found that the appropriate use of the medicinal product ranged between 0 (ketamine hydrochloride, fentanila citrate and metoclopramide hydrochloride tramadol hydrochloride) and 100% (cefepime hydrochloride). Variables with rational not use prevalence were dose and frequency. The suspected RAM occurred in three patients, involving the skin system. Seventy-two percent of patients received from 5 to 16 injectable medicines, not belonging to the class of anti-infectious. It turns out that there was use of medicines for indications (n = 89, 33.2%),doses (n = 129, 48%) and frequency (n = 145, 54%) are not approved by Anvisa (off label) in pediatric prescriptions in URE, CHS Sorocaba. Twelve of the fifteen studied had use drugs off label regarding the indication in more than 20% of prescriptions. The Group of anti-infective, (eight drugs) three were prescribed for indications unapproved by more than 30% of the requirements (vancomycin hydrochloride-33%; clarithromycin – 100% and ceftriaxone sodium- 85%). the prescribers changed the recorded use. The prescribers registered in Anvisa usage have changed as the clinical indication, dosage and frequency of use of most drugs, featuring the use off label, which was statistically significant between the groups (p < 0.0001). Conclusion: Off label use of drugs was related mainly to age, frequency and doses used, what may be showing often the lack of knowledge of prescribers, using untrusted reference sources or even the lack of more detailed studies on the use of medicines in children. It was noted that the drugs were prescribed improperly in most cases, with errors in relation to dose and frequency, as well as non-approved indication in age. Some antibiotics for therapeutic reserve, such as vancomycin hydrochloride, were prescribed misrepresent, increasing the occurrence of adverse effects and inducing bacterial resistance. The standardization of medicines in the hospital, as well as clinical protocols should be developed by a multidisciplinary team, with strict criteria and defined in evidence-based pipelines. It is necessary to improve the educational level of future prescribers and emphasize the need for refresher courses for professionals who are already active. | en |
dc.identifier.uri | https://repositorio.uniso.br/handle/uniso/525 | |
dc.subject | Crianças - Doenças - Tratamento | |
dc.subject | Medicamentos - Prescrição | |
dc.subject | Medicamentos - Efeitos colaterais | |
dc.subject | Farmacologia | |
dc.title | Prescrições pediátricas em um pronto-socorro de cidade do interior de São Paulo | |
dc.type | Dissertação | |
dspace.entity.type | Publication | |
local.rights | Open Access |
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