Propriedades do cogumelo culinário-medicinal Lentinus edodes no desenvolvimento materno-fetal de ratas com diabetes melitus gestacional
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Resumo / Abstract
Introdução: A prevenção e o tratamento do GDM (diabetes mellitus gestacional) são de extrema importância, sendo a terapia nutricional uma das principais formas para o controle glicêmico adequado. A busca por produtos naturais com efeitos antidiabéticos tem aumentado na medicina preventiva, sendo o cogumelo Lentinus edodes um dos mais consumidos e estudados do mundo, devido ao seu valor nutricional e potenciais ações terapêuticas. A presença de β-glucanas e compostos fenólicos indica que este cogumelo pode ser usado como suplemento nutricional com alto poder antioxidante. Objetivo: avaliar por meio de testes pré-clínicos as propriedades da exposição diária ao Lentinus edodes em ratas com GDM-STZ (diabetes mellitus gestacional induzida por estreptozotocina). Métodos: Foram empregadas técnicas de avaliação perinatal com a exposição materna diária ao pó liofilizado de Lentinula edodes antes (GDM+Leb) e após (GDM+Lea) a indução do diabetes gestacional com estreptozotocina (40 mg/kg, intravenosa) no 8º dia de gestação. Foram realizados: (1) teste materno de tolerância oral à glicose; (2) avaliação da capacidade reprodutiva; (3) avaliações bioquímicas e de estresse oxidativo de sangue materno e placenta e avaliação bioquímica de líquido amniótico; (4) hemograma materno completo; (5) dosagens de insulina e (6) avaliações do desenvolvimento embriofetal. Resultados: Lentinus edodes não reduziu a hiperglicemia severa da mãe-concepto, mas promoveu melhora na tolerância materna à glicose, aumento nos níveis de insulina maternos e no líquido amniótico. Ambos os grupos tratados com o cogumelo reduziram os níveis de ALT (alanina aminotranferase) e AST (aspartato aminotranferase). Também reduziu os níveis de triglicérides das ratas GDM e de colesterol total. O Lentinus edodes não foi capaz de alterar a redução do ganho de peso materno, mas protegeu os animais das perdas pós-implantação e promoveu aumento das medidas fetais, o que indica possível efeito protetor do cogumelo quando administrado antes da estreptozotocina. A administração de Lentinus edodes no GDM-STZ melhorou alguns parâmetros de estresse oxidativo, protegendo mãe e concepto dos danos da hiperglicemia. Conclusão: A dose intravenosa de 40 mg/kg de STZ promoveu diabetes severo e prolongado. O Lentinus edodes administrado antes da STZ promoveu melhora na tolerância materna à glicose, protegeu os animais das perdas pós-implantação, apresentou redução nos níveis de colesterol total e aumento nos níveis de insulina. Nos grupos GDM+Leb e GDM+Lea, os danos hepáticos provocados pela STZ foram revertidos. O cogumelo Lentinus edodes possui propriedades antioxidantes que podem minimizar os danos causados pelo diabetes mellitus gestacional.