Relação entre o índice de massa corpórea e as dosagens de estrona e estradiol em pacientes com câncer de mama em tratamento com anastrozol
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Resumo / Abstract
A obesidade está associada ao aumento do risco de câncer de mama e pior prognóstico da doença. Estudos recentes têm demonstrado que o inibidor da aromatase anastrozol, pode ser menos efetivo em mulheres com alto índice de massa corpórea (IMC), devido à menor supressão dos níveis plasmáticos de estrogênios, sintetizados principalmente no tecido adiposo pela aromatização dos androgênios através da via aromatase. Assim, o objetivo desse estudo foi estabelecer a relação entre o IMC e as dosagens plasmáticas de estrona (E1) e estradiol (E2), em mulheres no período pós-menopausa com câncer de mama receptor hormonal positivo, em tratamento com anastrozol (dose de 1 mg/dia). Trata-se de um estudo observacional, prospectivo e analítico no qual foram avaliadas 38 pacientes portadoras de câncer de mama. As pacientes foram divididas em três grupos de acordo com o IMC: peso normal (n = 11), sobrepeso (n = 9) e obesidade (n = 18), para comparação e correlação das dosagens de E1 e E2 antes do início da hormonioterapia com anastrozol e três meses após. As dosagens dos hormônios foram também relacionadas com a idade, circunferência da cintura (CC) e a realização ou não de quimioterapia. Os níveis plasmáticos de E1 foram dosados por radioimunoensaio e os de E2, por eletroquimioluminescência. A média de idade das pacientes foi de 64,94 ± 9,4 anos, aproximadamente 50% eram obesas (IMC = 34,0 ± 3,09 k/m²) e tinham CC acima de 88 cm (76,3%). A maior parte recebeu tratamento com quimioterapia (66%). Os resultados evidenciaram redução estatisticamente significante de E1 e E2 entre os níveis basais e três meses após o tratamento com anastrozol (p < 0,05). Não houve diferença estatisticamente significante dos níveis plasmáticos de E1 e E2 entre os grupos de IMC (p > 0,05), mas houve redução significativa entre as dosagens basais de E1 após os três meses de tratamento em todos os grupos, e redução de E2 apenas no grupo de pacientes obesas (p < 0,05). Valores superiores de CC e a realização de quimioterapia não interferiram nas dosagens dos esteroides (p > 0,05). Observou-se uma correlação fraca, mas não significativa entre os níveis de E1 e E2 com a idade (p > 0,05). Pode-se concluir que a dosagem plasmática de E1 e E2 no grupo estudado não foi alterada em função do IMC antes e após os três meses de tratamento com anastrozol. Também não houve influência da idade, CC e do tratamento quimioterápico sobre os esteroides avaliados.