Navegando por Autor "Batista, Sonia Aparecida Ijano"
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- TeseA história do projeto convulsivo sinódico da escola Carlos Augusto de Camargo em Piedade/SP: estado de apetite, identidade, alteridade e estética(2020) Batista, Sonia Aparecida IjanoEsta tese aborda as relações de identidade/alteridade entre a EE. “Prof. Carlos Augusto de Camargo, de Piedade/SP, seus professores/alunos e o Projeto Convulsivo Sinódico – PCS, nascido sob a coordenação da Prof.ª Maria Lúcia de Amorim Soares, educadora em insaciável “estado de apetite”. Com diretrizes e metas nada convencionais propunha tornar o espaço escolar significativo para o enfrentamento dos desafios contemporâneos através da educação estética. Pela metodologia da História Oral, de Paul Thompson, pela análise cruzada, por meio da memória de seus participantes e da pesquisa documental da Escola, fez-se o percurso entre a gênese do Projeto – 1993 até o último, realizado em 2019. Em busca de lampejos, os referenciais teóricos se constituíram: Walter Benjamin e as ligações presente/passado, este retomado de suas ruínas, inacabado para se revelar nas linhas do presente e o conceito de mônada. Roger Chartier, na dimensão da histórica cultural; Justino Pereira de Magalhães na dialética do instituído/instituinte/instituição e, na sincronia entre materialidade/representação/apropriação; Viñao Frago e Dominique Julia nas centelhas da cultura escolar; Stuart Hall e as relações entre identidade/alteridade e outros autores não menos importantes. Interligando pontos, lembranças do passado despertadas no presente, observando-se as constantes reinvenções, o PCS foi analisado em seus desafios, conexões, experiências do envolvimento/pertencimento. As relações de identidade e alteridade estiveram intrinsicamente relacionadas, sempre em devir na relação com o outro, irmanadas na potência dos diálogos entre fatores internos de sua dinâmica e de seus atores; das diretrizes e normas externas dos órgãos a que a Escola se vincula; das influências sobre educadores e alunos como profissionais e seres humanos de habilidades não convencionais, desconhecidas, manifestadas durante o Projeto. Habilidades para viver, exercer a cidadania, o trabalho. Influências metodológicas, expandidas e recriadas pelos professores em outras instituições. Alunos materializando descobertas, experiências e talentos apreendidos no saber fazer, que influenciaram escolhas profissionais de serem hoje professores e profissionais ligados à arte. As vinte e três edições anuais fazem parte da identidade da “Carlos Augusto” de Piedade/SP. Institucionalizado, faz parte de seu Projeto Político Pedagógico.
- DissertaçãoPra que ensinar literatura pra quem carrega saco nas costas?(2003) Batista, Sonia Aparecida IjanoEsta pesquisa objetiva responder a pergunta realizada por um aluno do Ensino Médio de uma Escola Pública : "Pra que ensinar literatura pra quem carrega saco nas costas? "Leahy - Dios, Candido, Gonçalves, Ostrower, Geraldi e Compagnon sinalizaram que o desinteresse do aluno pela literatura tinha causas sociais, ligadas ao utilitarismo advindo da racionalidade espalhada na sociedade, que se materializa em situações objetivas como comer, vestir-se, abrigar-se sob um teto ou arrumar um emprego, contexto que não faz a literatura, enquanto arte, interessante. Entrevi, acompanhada de Sabato, Walty , Britto , Kramer e Geraldi os fantasmas que assombravam os alunos, que não se reconheciam como autores de seus próprios textos, observando que os mesmos não escreviam textos por prazer, mas para cumprir tarefas escolares, como trabalhadores. Busquei, então, uma forma de leitura e escrita que se diferenciasse do cotidiano das aulas e permitisse o não temor aos erros ortográficos, um fantasma sempre presente. Encontrei-a em Memorial do Fim, de Haroldo Maranhão. Em quatro capítulos dessa obra, o autor realiza um processo de apropriação, utilizando-se de fragmentos literários retirados de romances de Machado de Assis, não usando nenhuma palavra sua. Munida da fórmula de Maranhão, apliquei-a num exercício de leitura e escrita, numa 3° série do Ensino Médio - período noturno , da BE. Prof. Carlos Augusto de Camargo", em Piedade para responder ao aluno inquisidor e a mim mesma, enquanto professora de Língua Portuguesa e Literatura: "pra que ensinar literatura pra quem carrega saco nas costas? "A exemplo de Haroldo Maranhão, que escolheu as obras de Machado de Assis selecionei o conto Senhoras de Tchekhov, que narra a história de um professor que estava prestes a perder o emprego. Como resultado, surgiram criações com enfoques diferenciados, porém em nenhum momento os alunos, enquanto jovens trabalhadores , se distanciaram do trabalho e do "saco nas costas" No caminho de Maranhão, foram criadas vinte e uma novas narrativas, num processo de construção semelhante a um quebra - cabeças, onde os alunos retiraram as peças do conto Senhoras de Tchekhov para a construção de suas próprias criações , cujas análises foram realizadas através da Crítica Genética, seguindo os passos de Salles, De Biasi, Gresillon, Hay e Zular. A pesquisa provocou uma ação de simultaneidade, pois a medida em que os vinte e um quebra-cabeças eram montados pelos alunos, em seus textos, havia se montado um outro, o meu, cuja forma permitiu-me captar que a pergunta do aluno-inquisidor havia sido direcionada a mim, enquanto professora de Língua Portuguesa e Literatura, portanto profissional da educação. Uma pergunta, numa noite, vinda do fundo de uma sala de aula do Ensino Médio, através da voz de um aluno, trouxe-me a consciência da importância de ensinar literatura a quem carrega "saco nas costas"