Navegando por Autor "Okuyama, Julia Hiromi Hori"
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- DissertaçãoAvaliação da percepção da cultura de segurança do paciente em serviços hospitalares(2017) Okuyama, Julia Hiromi HoriINTRODUÇÃO: No Brasil, o Programa Nacional de Segurança do Paciente, normatizado pelo Ministério da Saúde em 2013, propõe medidas de promoção do cuidado ao usuário durante a assistência. Ambientes hospitalares são ambientes de alto risco e relacionam-se a altas taxas de mortalidade. Alguns danos irreversíveis e evitáveis são induzidos por falhas humanas ou de processos. Avaliar a percepção sobre o clima de segurança do paciente se faz necessário para conhecer segmentos frágeis para a implantação de estratégias de melhorias. OBJETIVO: Avaliar a percepção de cultura de segurança do paciente em ambientes hospitalares por meio do instrumento Hospital Survey On Patient Safety Culture (HSOPSC) e identificar as aplicações do HSOPSC no mundo. MÉTODO: O presente estudo foi composto por 2 etapas: um inquérito hospitalar e uma revisão sistemática da literatura. Na primeira, aplicou-se um questionário traduzido e validado para o Brasil, a qual foi aplicada em profissionais de saúde de um hospital universitário de São Paulo. O inquérito ocorreu entre outubro a dezembro de 2015 mediante sorteio dos setores da instituição. Na segunda pesquisa realizouse uma revisão sistemática a partir das aplicações hospitalares do HSOPSC a nível mundial. Os resultados foram agrupados por domínios do instrumento. Todas as análises foram executadas no STATA 14.2. RESULTADOS: O inquérito hospitalar entrevistou 324 trabalhadores em 68 setores do hospital. Observou-se que nove das doze dimensões do HSOPSC apresentaram resultados abaixo de 50%. O domínio “resposta não punitiva para erros” teve o pior desempenho. A revisão sistemática incluiu 59 estudos, totalizando 755.415 profissionais. Detectou-se que cinco dimensões do HSOPSC ficaram abaixo de 50% e que o domínio “resposta não punitiva para erros” teve o pior desempenho. Nas duas pesquisas, identificou-se maior participação de profissionais de enfermagem e o domínio “trabalho em equipe dentro das unidades” ficou em 75% na revisão. Encontrou-se outras fragilidades em comum: “abertura da comunicação”; “frequência de notificação de eventos”; “adequação de pessoal”; e “passagem de plantão e transferências internas”. A partir da metarregressão, o país de aplicação do inquérito e o profissional médico influênciou o clima de segurança. CONCLUSÃO: O HSOPSC é um instrumento útil para aferir o clima de segurança do paciente em ambiente hospitalar. Os resultados apontam: (i)dificuldades na comunicação entre os profissionais; (ii) problemas na transferência e troca de plantão; e (iii) influência negativa quanto à notificação de erros. Ainda existe um clima de insegurança por parte dos profissionais em relatar erros, por acharem que serão punidos ou que prejudicará a carreira. Criação de ambientes construídos em confiança mútua e aberta ao diálogo, motivada a aprender através dos erros, melhoram o clima de segurança do paciente.
- TeseFrequência e fatores associados à intoxicação no Brasil: análise de dados brasileiros(2022) Okuyama, Julia Hiromi HoriINTRODUÇÃO: As intoxicações podem ser interpretadas a partir de sinais e sintomas adversos que se manifestam quando uma substância entra em contato com o sistema biológico dos seres humanos e a depender da sua intensidade causam danos irreversíveis ou levam ao óbito. Tais substâncias são conhecidas como agentes tóxicos, os quais incluem uma diversidade de produtos como: agrotóxicos, medicamentos, cosméticos, produtos de higiene pessoal, domissanitários, produtos industriais, drogas ilícitas, plantas, animais, entre outras. A escolha de dois agentes distintos, agrotóxico e paracetamol, foi motivada pela crescente desregulamentação dos agrotóxicos e pela alta comercialização do paracetamol no Brasil. OBJETIVOS: Estimar a frequência e avaliar os riscos associados às intoxicações por agrotóxicos e paracetamol no Brasil. MÉTODO: A presente tese foi estruturada por um referencial teórico e produção de três artigos. O primeiro artigo refere-se à análise de intoxicações com agrotóxicos em 2017 registrados no Sistema Brasileiro de Dados de Intoxicações (Datatox). Trata-se de um estudo do tipo caso-controle, onde os pacientes que evoluíram a óbito por intoxicação ao agrotóxico compuseram o grupo de casos, e aqueles que sobreviveram, o grupo controle. O segundo artigo visou avaliar as informações sobre intoxicação por paracetamol no Sistema Nacional de Mortalidade (SIM) entre 1996 a 2019, hospitalizações no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) entre 2008 a 2020 e notificação de intoxicação no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2017 a 2020. O terceiro e último artigo faz uma contextualização sobre a interação medicamentosa grave nos casos de intoxicação por paracetamol. Para esse fim, foram utilizados os dados preliminares da análise de intoxicação ao paracetamol registrados no SINAN de 2017. RESULTADOS: No primeiro artigo identificou-se 3.826 pacientes intoxicados por agrotóxicos, dos quais 146 evoluíram ao óbito. Homens, trabalhadores do setor agropecuário, tentativas de suicídio e uso de produtos extremamente tóxicos tiveram maior risco ao óbito em intoxicações aos agrotóxicos. O segundo artigo identificou 492 óbitos por intoxicação por paracetamol no Brasil entre 1996 a 2019, dos quais 183 foram suicídios e 123, acidentais. Entre 2008 a 2020, foram identificadas 5.666 internações em hospitais do SUS e 17.031 notificações por intoxicações ao paracetamol no período de 2017 a 2020. A população adulta e mulheres foram mais frequentes em intoxicações por paracetamol e houve maior mortalidade em tentativa de suicídio. O terceiro artigo relata e contextualiza a análise de 763 intoxicações do paracetamol em associações com outros medicamentos. As intoxicações associadas a interações medicamentosas graves foram maiores na população com mais idade em uso simultâneo de AINEs e analgésico. CONCLUSÃO: No Brasil, os homens adultos são mais acometidos por intoxicações por agrotóxicos. De 100 casos de intoxicação aos agrotóxicos registrados em 2017, 4 foram a óbito. A mortalidade, internação e notificações para intoxicação ao paracetamol foram maiores na população adulta e representa uma preocupação para intoxicações evitáveis. A mortalidade foi significativa em tentativas de suicídio para intoxicações com paracetamol. As interações medicamentosas graves foram associadas a adultos, AINEs e analgésico. Acessibilidade a dados de qualidade e produção de estimativas sobre intoxicação são imprescindíveis para o monitoramento e vigilância no país.