Navegando por Assunto "Alfabetização - Avaliação"
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- DissertaçãoO que não se diz e não se vê sobre o que se diz e vê: a Avaliação Nacional da Alfabetização - ANA(2014) Lusivo, Cláudia Milaré de ToledoÀ luz da teoria foucaultiana sobre relações de poder, cujos efeitos disciplinares e reguladores subjetivam os sujeitos, bem como da teoria da desigualdade social de Pierre Bourdieu, que desvenda os mecanismos que envolvem o sistema escolar e contribuem para a manutenção das propriedades de classes, esta pesquisa visa analisar a Avaliação Nacional da Alfabetização, inserida no cotidiano escolar como política pública, num contexto biopolítico. Tal pesquisa fomenta o questionamento sobre a relevância desta avaliação no processo de aprendizagem dos alunos e na construção qualitativa da educação escolar, assim como analisa essa avaliação como função de controle e regulação da vida do aluno para um fim capitalista, utilitarista e desigual, em um mundo globalizado, reforçando a distinção natural dos sujeitos pretendida pela burguesia. Foram realizadas análise documental e bibliográfica e observação do cotidiano escolar para reflexão do sistema de avaliação em larga escala instituído aos alunos do ensino fundamental, especificamente ao ciclo de alfabetização. A educação considerada na sociedade brasileira serviço de mercado e não bem público, favorece para que o papel do conhecimento tenha seu valor estratégico nas competências e habilidades competitivas e utilitaristas, desvinculando-se da matriz humanista, formativa e ética. A adoção de valores e interesses da classe dominante como referências para toda a população escolar pressupõe a reprodução social por meio da exclusão por dentro do sistema. Ao destacar a descentralização da oferta da educação básica, expõe-se o paradoxo da centralização do poder na esfera da União. Nesta pesquisa, considera-se o que os sujeitos produzem na sua ambiência social – habitus, a subjetivação e a dessubjetivação desses sujeitos a partir dos mecanismos do biopoder e as relações aí tecidas, buscando no cotidiano escolar, para além da reprodução, o que nele se cria, vislumbrando possibilidades no desmonte do cristalizado.