Navegando por Assunto "Antibióticos"
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- DissertaçãoAtividade de amoxicilina, dexametasona e nimesulida como agentes profiláticos em cirurgias de implantes orais(2014) Gimenez, Patricia SpadaO objetivo deste estudo foi avaliar efetividade do uso de antibiótico profilático, além de avaliar a atividade analgésica de anti-inflamatórios esteroidais (dexametasona) e não esteroidais (nimesulida) em cirurgias de implantes orais. Foram selecionados 135 pacientes, que se apresentaram para atendimento em uma clínica odontológica, com a necessidade de serem submetidos à colocação de implantes orais. Após os critérios de inclusão/exclusão permaneceram no estudo 108 pacientes que foram divididos em 4 grupos, onde 4 protocolos de medicação pré e pós-operatória foram implementados. Grupo 1 foi prescrito 2g de amoxicilina e 8mg de dexametasona 1h antes do procedimento cirúrgico e 500mg amoxicilina a cada 8h durante 3 dias. Grupo 2 foi prescrito 8mg de dexamtasona 1h antes da cirurgia. Grupo 3 recebeu 2g de amoxicilina e 100mg de nimesulida 1h antes da cirurgia e ainda, amoxicilina (500mg) a cada 8h durante 3 dias, nimesulida de 12 em 12h durante 3 dias. Grupo 4 foi prescrito 100 mg de nimesulida 1h antes da cirurgia e no pós-operatório 100mg de nimesulida a cada 12h durante 3 dias. Os resultados foram avaliados por análise de variância. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos testados. Comparando os resultados dos grupos que usaram antibióticos e os que não usaram, não houve diferença estatistica entre os resultados (presença ou não de infecção). Para a atividade analgésica, também não houve diferença estatística entre os resultados dos grupos que usaram dexametasona e dos grupos que usaram nimesulida. A nimesulida e a dexametosona mostraram atividades analgésicas semelhantes e o uso de amoxicilina como agente profilático mostrou-se desnecessário.
- DissertaçãoAvaliação da microbiota intestinal e alterações de peso de animais expostos à Tetraciclina e ao Lactobacillus gasseri(2016) Olímpio, Fernando SiqueiraA obesidade é atualmente um dos maiores problemas de saúde pública existente, estudos atuais sugerem que alterações na microbiota intestinal podem causar desordens na microbiota (disbiose) que consequentemente levam à obesidade. A microbiota intestinal é influenciada e alterada diretamente por meio do uso de prebióticos, probióticos e antibióticos, pois alteram a quantidade e as espécies bacterianas. Atualmente, sabe-se que a microbiota intestinal estável e normal, é formada majoritariamente pelos filos Firmicutes e Bacterioidetes. Alterações causadas principalmente por antibióticos podem interferir diretamente na proporção destes filos, alterando o balanço energético do hospedeiro. O presente estudo avaliou possíveis interferências na microbiota intestinal causadas pela administração de tetraciclina e pela ação do Lactobacillus gasseri, em 72 ratos de duas gerações. Cada geração foi dividida em três grupos experimentais, sendo: tetraciclina (n=12), tetraciclina e L.gasseri (n=12) e controle (n=12), a segunda geração foi formada pela prole resultante da primeira geração. Os tratamentos foram realizados, em 4 doses, durante 10 dias. Foram conduzidas análises antropométricas, e análise molecular com qPCR, em amostras de fezes, para investigação e quantificação relativa dos filos Firmicutes e Bacterioidetes, antes e depois do tratamento. Os resultados mostraram aumento de peso e de BMI (body mass Index) nos animais tratados exclusivamente com a tetraciclina. O uso do probiótico associado ao antibiótico protegeu os animais do efeito pró-obesidade dos antibióticos. A análise molecular apontou, nos animais tratados com a tetraciclina, uma desproporção entre Firmicutes e Bacterioidetes, sendo a provável causa do aumento de peso e de BMI. O uso de probiótico associado ao tratamento com antibióticos pode proteger, especialmente crianças, do efeito pró-obesidade que ocorre com o uso de antibióticos.
- DissertaçãoAvaliação da utilização de antibióticos de uso restrito em um grande hospital público brasileiro(2018) Andrade Júnior, Isaltino Pereira deOs indicadores de resistência bacteriana têm aumentado na mesma proporção que a utilização de antibióticos. Esse fenômeno já é bem conhecido e a utilização racional de antibióticos pode minimizar esse problema. Inúmeros fatores podem contribuir para a prescrição incorreta e excessiva de antibióticos, evidenciando-se a dúvida no diagnóstico, a pressão exercida por parte dos doentes ou seus familiares e o excesso de consultas por dia, que pode dificultar a precisão do diagnóstico pelo clínico. São conhecidas e empregadas várias estratégias para melhorar o uso de antimicrobianos nos hospitais, algumas das quais, são meramente restritivas, e outras são educacionais. O presente trabalho avaliou um sistema de liberação de antibióticos de uso restrito, através da estratégia de restrição de formulários, os quais são cadastrados em um sistema informatizado em um grande hospital público no Brasil (estratégia restritiva). Foram avaliadas 26.612 requisições de 22 antibióticos controlados por meio de um sistema informatizado para solicitação/liberação desses antibióticos. Os resultados mostraram que 95% das solicitações foram completamente liberadas, com apenas 0,52% de não liberação desses medicamentos. A falta de dados microbiológicos para subsidiar as decisões da liberação e a falta de dados clínicos dos pacientes podem ser os responsáveis pela quase total liberação desses medicamentos. Os resultados também mostraram uma completa falta de padronização de tratamentos, com grandes variações de doses e tempo de terapêutica. A grande quantidade de antibióticos em uso restrito nesse hospital pode interferir de maneira direta na autonomia do prescritor, levando-o a recorrer, quase sempre, a esses antibióticos. É fundamental que as gestões dos hospitais garantam condições técnicas e estruturais para que se implementem programas eficazes de controle do uso de antibióticos (antibiotic stewardship), gerando economia financeira e redução de indicadores de resistência bacteriana.
- DissertaçãoControle de medicamentos antimicrobianos no Brasil: repercussões sobre farmácias e drogarias(2011) Lopes Júnior, RogérioA falta de fiscalização e de aplicação efetiva de controles sobre a venda e o uso de antimicrobianos é citada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa da crescente resistência aos microrganismos. Para minimizar as consequências deste grave problema de saúde pública, vários países têm aprimorado a regulação da prescrição e dispensação de antimicrobianos. No Brasil, medidas de controle foram adotadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 44, de 26 de outubro de 2010. O objetivo deste trabalho foi avaliar as repercussões do controle de medicamentos antimicrobianos em farmácias e drogarias. Trata-se de estudo observacional, longitudinal, descritivo do comércio de antibacterianos. A unidade de análise foi o estabelecimento farmacêutico integrado ao Sistema Acode da Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácias (Febrafar), que sistematiza informações sobre os medicamentos adquiridos por cerca de 3.000 farmácias e drogarias (4,5% do total de farmácias e drogarias no Brasil), estabelecidas em aproximadamente 1.500 municípios e no Distrito Federal (27% do total de municípios do Brasil). Foram analisadas informações referentes a 28 antibacterianos isolados e quatro combinações em dose fixa, no período entre junho de 2009 e maio de 2011 (18 meses que precederam a implantação do controle de antimicrobianos no Brasil e 6 meses posteriores). Observou-se redução no número de unidades de antibacterianos adquiridas pelos estabelecimentos farmacêuticos em todas as classes analisadas. Os antibacterianos que sofreram maior redução no número de unidades adquiridas foram tetraciclina (39%), azitromicina (33%), amoxicilina (32%), lincomicina (26%) e a combinação em dose fixa sulfametoxazol + trimetoprima (25%). Poucos fármacos apresentaram crescimento no número de unidades adquiridas: benzilpenicilina benzatina; cefadroxila; cefalexina; ceftriaxona; ciprofloxacino; clindamicina; minociclina; oxitetraciclina e tianfenicol. Acredita-se que o pequeno aumento observado (de 1,6 a 14%) possa decorrer da combinação de dois fatores: crescimento de mercado e maior volume de venda sob prescrição. Mesmo considerando o curto período acompanhado após a adoção das novas medidas de controle, a redução do número de unidades adquiridas pelos estabelecimentos farmacêuticos corrobora a expectativa de sucesso desta política, contribuindo para o aumento da racionalidade do uso de antimicrobianos no Brasil.
- DissertaçãoInfecções respiratórias agudas em crianças: perfil, adesão e tratamento(2013) Vieira, Nathália Aparecida GattoInfecções respiratórias agudas (IRAs) são responsáveis pela maioria das prescrições de antibióticos para crianças, causam grande número de atendimentos médicos, alto consumo de medicamentos e elevado atendimento no SUS. Como a maioria das IRAs são causadas por vírus, as prescrições de antibióticos mostram-se ineficazes. A pressão dos pais em receber o medicamento, a falta de conhecimento sobre resistência bacteriana e a dificuldade em diagnosticar a doença são alguns dos fatores responsáveis pelo uso inadequado desses medicamentos. O aumento do número de IRAs pode estar relacionado com a deficiência de algumas vitaminas, como A e D, presença em creches ou escolas e baixo nível de informações por parte dos responsáveis pelas crianças. Um fator importante no tratamento com antibióticos é a adesão ao tratamento pelos pais ou responsáveis por crianças que pode estar relacionada com a idade, sexo, escolaridade e nível socioeconômico. O objetivo desse estudo foi avaliar os fatores associados à adesão ao tratamento com antibióticos por pais ou responsáveis de crianças portadoras de IRAs, o perfil demográfico e socioeconômico desses pais ou responsáveis, o perfil médico e social da criança e descrever a terapêutica antimicrobiana empregada. Foi realizada uma entrevista a partir de um questionário estruturado com questões abertas e fechadas com 404 responsáveis por crianças de 0 a 11 anos de idade atendidas na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Cid de Melo Almada na cidade de Itapetininga-SP. Os responsáveis pelas crianças apresentaram baixo perfil socioeconômico (classe econômica C2) (37,87%), idade média de 29 anos, não trabalhavam fora de casa e que possuem pouco conhecimento sobre o conceito de resistência bacteriana (14,6%). Em relação às crianças, as idades que apresentaram maior número de IRAs foram entre 1 a 2 anos de idade. Fatores relacionados com o aumento anual de IRAs foram: crianças que não utilizaram vitaminas A + D, que não foram amamentadas até os 6 meses de idade e que frequentavam creches ou escolas. 54,45% dos responsáveis foram aderentes ao tratamento com antibióticos e os perfis dos aderentes foram: crianças que não fizeram uso prévio de antibióticos, responsáveis maiores de 30 anos de idade e responsáveis que tinham conhecimento sobre resistência bacteriana. O medicamento mais prescrito foi amoxicilina com 75,25%. 70,79% das doses prescritas estavam adequadas. Em relação às doses inadequadas, 84,62% de amoxicilina estavam abaixo da dose diária recomendada e 96% de azitromicina estavam acima da dose diária recomendada. Níveis adequados de informações, bem como o uso de protocolos de tratamento são alguns dos fatores que podem contribuir positivamente para o sucesso no tratamento com antibióticos, uso adequado quando necessário e diminuição da resistência bacteriana.
- DissertaçãoInterferência do uso de amoxicilina e Saccharomyces boulardii no peso e composição corporal de ratos(2014) Ferreira, Alessandra Cristina Marciano TardelliA obesidade tornou-se um dos maiores desafios para a saúde pública nos últimos anos, levando a situações de morbimortalidades consideradas graves. Estudos recentes sugerem que a microbiota intestinal modificada por antibióticos, pode desempenhar um importante papel na obesidade e consequentemente em desordens metabólicas. Para avaliar a possível interferência da administração do uso de antibiótico associado ou não de Saccharomyces boulardii no peso de animais, este estudo utilizou 60 ratos Wistar, por oito semanas, divididos em três grupos experimentais: amoxicilina (n=20), amoxicilina e Saccharomyces boulardii (n=20) e o controle (n=20). Os tratamentos foram realizados ao longo de duas semanas nos dias 0, 2, 4, 7, 9 e 11 e realizadas seis administrações a cada grupo. Foram conduzidas análises de impedância bioelétrica tetrapolar (TBIA) e avaliações antropométricas no último dia do experimento (dia 56). O índice de massa corporal foi significativamente menor para os animais do grupo controle (p= 0,034). O mesmo resultado foi encontrado para o índice de Lee; o grupo controle apresentou um índice menor quando comparado com os outros dois grupos que receberam o antibiótico (p=0,0019). A relação da circunferência abdominal/circunferência torácica revelou que o grupo controle apresentou o menor índice (1,19), diferindo do grupo que recebeu amoxicilina isoladamente (p=0,0329), indicando um maior acúmulo de gordura abdominal no grupo que recebeu apenas antibiótico. Os dados referentes à água corporal total mostraram que o grupo controle foi o grupo com a maior quantidade de água corporal (279,1g; p=0,0243). Com relação à composição corporal e acúmulo de gordura, dados antropométricos e TBIA foram homogêneos em mostrar que os grupos tratados com o antibiótico demostraram um acúmulo de gordura corporal maior do que o grupo controle. Quanto a uma possível proteção sobre as mudanças na microbiota por Saccharomyces boulardii associadas ou não ao antibiótico, neste estudo, não houve nenhuma ação protetora, nas condições avaliadas.
- DissertaçãoPerfil das infecções e tratamento antimicrobiano de pacientes queimados(2015) Sakabe, DelmoAs infecções representam a maior causa de morbi-mortalidade em pacientes vítimas de queimaduras. Vários fatores predispõem o paciente queimado às infecções, tais como: internações prolongadas, manipulações de equipes multidisciplinares, procedimentos invasivos e comprometimento imunológico, sendo assim, a indicação e o uso adequado de antibióticos norteiam o tratamento do paciente queimado. O objetivo deste estudo foi identificar quais os pacientes susceptíveis à bacteremia e os patógenos mais frequentes; assim como, resistências às classes de antibióticos e sua relação com o desfecho alta/óbito. Um estudo coorte retrospectivo foi realizado na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) no período de janeiro de 2011 a julho de 2014. As análises das bacteremias dos pacientes foram realizadas através de hemoculturas seriadas com identificação e isolamento dos patógenos, que foram submetidos à antibiograma para verificação dos padrões de sensibilidade/resistência. Nos 153 pacientes atendidos na UTQ foram realizadas 142 hemoculturas, identificando crescimento bacteriano em 83 delas, sendo, 46 (32,4%) hemoculturas com crescimento de patógenos Gram negativos e 37 (26,1%) com Gram positivos. As bactérias mais frequentes foram o Staphylococcus aureus (17, 20,4%), Staphylococcus spp (17, 20,4%), Acinetobacter baumannii (16, 19,2%) e Enterococcus spp (12, 14,4%). Pacientes com hemocultura positiva para Pseudomonas aeruginosa apresentaram o maior tempo médio de hospitalização (64,7 dias). As maiores taxas de óbito se deram nas infecções associadas ao Enterococcus spp (58,3%, p=0,03) e Acinetobacter baumannii (56,2%, p=0,04). A classe de antibiótico que apresentou maior resistência bacteriana foi a das cefalosporinas, com 83,4% de resistência frente às amostras testadas. Apesar de existir um protocolo de uso de cefepima como primeiro antimicrobiano na UTQ do CHS, a classe das cefalosporinas apresentou as maiores taxas de resistência bacteriana o que não justificaria seu uso como antibiótico de primeira escolha na Unidade de Tratamento de Queimados estudada. Desta forma, há necessidade de se pautar a escolha do fármaco de eleição para tratamento empírico, com base nos dados da própria unidade.
- DissertaçãoPerfil de utilização de antimicrobianos em usuários do Sistema Único de Saúde de uma cidade do interior paulista(2011) Barreto, Reges Evandro TeruelA utilização inadequada de medicamentos é hoje, um grave problema de saúde pública em todo o mundo. O alto índice de prescrições contendo antimicrobianos é cada vez mais alarmante e persistente, intensificando muito os erros das prescrições, com conseqüente aumento nos níveis de resistência bacteriana. Erro de diagnóstico e posologia, ausência de padronização e de utilização dos protocolos estão entre os principais problemas na utilização desses medicamentos. Medidas de controle e conhecimento dos padrões de prescrição estão entre as ações preconizadas pela Organização Mundial da Saúde para o controle da resistência bacteriana. Em vista disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o perfil de prescrição e uso de antimicrobianos no âmbito do Sistema Único de Saúde na cidade de Fernandópolis - SP. O método utilizado foi a pesquisa exploratória, através de entrevistas padronizadas a partir de um questionário estruturado, com questões abertas e fechadas em três Unidades de Saúde Municipal. Foram realizadas 400 entrevistas e os resultados evidenciaram uma população com perfil predominante do gênero feminino, com nível de escolaridade mediano. Relativamente ao uso de antimicrobianos, entre os mais prescritos estão a amoxicilina com 40,7 %, seguido pela cefalexina com 27,6 % e o ciprofloxacino com 10,3 %. Em relação às prescrições, cerca de 20 % dos pacientes não conseguem absorver qualquer informação, e apenas 2,5 % recebem informações sobre possíveis efeitos adversos. Encontrou-se ainda, no presente estudo muitas utilizações consideradas inadequadas, como utilização em doenças de etiologia viral. A ausência de protocolos e a grande variação da farmacoterapia, também foram evidenciados no presente estudo. Os dados encontrados sugerem que o uso dessa classe de medicamentos ainda é feita de maneira empírica e sem controle, na “contramão” das preconizações dos órgãos regulamentadores nacionais e mundiais.
- DissertaçãoUso prévio de antimicrobianos em pacientes hospitalizados com pé diabético(2011) Quilici, Maria Teresa VerroneA infecção dos pés em pacientes diabéticos é uma complicação frequente, complexa, de alto custo, determinando a amputação imediata em 25% a 50% dos casos. Os agentes de infecção isolados descritos na literatura mostram resistência aos medicamentos de menor custo, sendo necessário estabelecer o tratamento ambulatorial empírico na maioria dos casos. Além disso, diversas especialidades médicas estão envolvidas no atendimento ambulatorial desses pacientes dificultando a implantação de protocolos de tratamento. O objetivo deste projeto foi avaliar o uso prévio de antimicrobianos no tratamento anti-infeccioso em pacientes internados com pé diabético. Foi realizado um estudo transversal envolvendo 100 pacientes diabéticos com complicações infecciosas em membros inferiores, internados no Conjunto Hospitalar de Sorocaba. As variáveis estudadas foram aquelas relacionadas com a doença, infecção e adesão ao tratamento. Os indivíduos foram submetidos à entrevista através de questionário estruturado e dados de prontuários foram colhidos. No intuito de identificar as variáveis independentemente associadas à evolução para amputação em pacientes diabéticos procedeu-se à análise com a regressão múltipla de Cox (com variância robusta), utilizando-se as variáveis que apresentaram valores de p menores que 0,25 à análise univariada. A idade dos pacientes variou de 31,9 a 89,7 anos (mediana de 62 anos). A casuística formada por 68 homens, sendo a maioria branca (78%), de baixo nível sócio econômico e de instrução. A maioria referia fazer acompanhamento do diabetes (79%), mas os níveis glicêmicos na internação estavam elevados. As complicações crônicas mais prevalentes foram: neuropatia (91%) e doença a vascular periférica (63%). A hipertensão arterial e dislipidemia estavam presentes em 72 % e 41%. A maioria apresentou pé diabético neuroisquêmico (86%) e 75% internaram com úlcera grau 4 de Wagner. Ao teste de Morisky, 71% eram não aderentes ao tratamento e os medicamentos mais referidos foram os antidiabéticos (84%) e os anti-hipertensivos (62%). O uso prévio de antibióticos foi verificado em 66% dos casos e durante a internação o uso foi em 95%. Evoluíram para amputação 61% dos pacientes, 14% com desbridamento e 9% com revascularização. Os resultados mostram um risco aumentado de 42% de evolução para amputação em pacientes que fizeram uso prévio de antimicrobianos e sugerem risco aumentado de 26% para os menos aderentes ao tratamento medicamentoso. Além disso, notou-se que para o aumento de um grau na classificação de úlcera pelo critério de Wagner houve um incremento de 65% no risco de amputação. Os pacientes que haviam realizado procedimento conservador antes da internação tiveram risco 63% menor de amputação. Pacientes diabéticos com úlceras no pé devem ser diagnosticados e tratados precocemente, com esquemas antimicrobianos preconizados e adequados à gravidade da lesão, condições clínicas e socioeconômicas. A adesão ao tratamento e a prevenção do pé diabético através de medidas educativas devem ser estimuladas nos serviços que prestam atendimento aos diabéticos e requer abordagem multidisciplinar, evitando-se a progressão das complicações crônicas e a evolução das úlceras para graus mais avançados, que teriam risco maior de amputação. O tratamento conservador realizado antes da internação indica que a atenção e orientação especializada prévia diminuiu o risco de amputação.