Perfil das infecções e tratamento antimicrobiano de pacientes queimados
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Resumo / Abstract
As infecções representam a maior causa de morbi-mortalidade em pacientes vítimas de queimaduras. Vários fatores predispõem o paciente queimado às infecções, tais como: internações prolongadas, manipulações de equipes multidisciplinares, procedimentos invasivos e comprometimento imunológico, sendo assim, a indicação e o uso adequado de antibióticos norteiam o tratamento do paciente queimado. O objetivo deste estudo foi identificar quais os pacientes susceptíveis à bacteremia e os patógenos mais frequentes; assim como, resistências às classes de antibióticos e sua relação com o desfecho alta/óbito. Um estudo coorte retrospectivo foi realizado na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) no período de janeiro de 2011 a julho de 2014. As análises das bacteremias dos pacientes foram realizadas através de hemoculturas seriadas com identificação e isolamento dos patógenos, que foram submetidos à antibiograma para verificação dos padrões de sensibilidade/resistência. Nos 153 pacientes atendidos na UTQ foram realizadas 142 hemoculturas, identificando crescimento bacteriano em 83 delas, sendo, 46 (32,4%) hemoculturas com crescimento de patógenos Gram negativos e 37 (26,1%) com Gram positivos. As bactérias mais frequentes foram o Staphylococcus aureus (17, 20,4%), Staphylococcus spp (17, 20,4%), Acinetobacter baumannii (16, 19,2%) e Enterococcus spp (12, 14,4%). Pacientes com hemocultura positiva para Pseudomonas aeruginosa apresentaram o maior tempo médio de hospitalização (64,7 dias). As maiores taxas de óbito se deram nas infecções associadas ao Enterococcus spp (58,3%, p=0,03) e Acinetobacter baumannii (56,2%, p=0,04). A classe de antibiótico que apresentou maior resistência bacteriana foi a das cefalosporinas, com 83,4% de resistência frente às amostras testadas. Apesar de existir um protocolo de uso de cefepima como primeiro antimicrobiano na UTQ do CHS, a classe das cefalosporinas apresentou as maiores taxas de resistência bacteriana o que não justificaria seu uso como antibiótico de primeira escolha na Unidade de Tratamento de Queimados estudada. Desta forma, há necessidade de se pautar a escolha do fármaco de eleição para tratamento empírico, com base nos dados da própria unidade.