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Entre retalhos cotidianos, práticas discursivas e drogas: perspectiva ecologista de educação

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2015

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Resumo / Abstract

O tema das drogas está presente, em nossos dias, em diversos locais e a produção de sentido sobre as drogas marca nossas relações em muitas esferas, dentre estas, a escola tem papel fundamental. Esta tese explora as práticas discursivas sobre drogas por meio das trajetórias e narrativas no/do cotidiano escolar, sob a Perspectiva Ecologista de Educação. O caminho teórico desta pesquisa está pautado nos pensamentos de Michel Foucault e Paulo Freire. Dividida em duas partes, a primeira traça um percurso histórico sobre a questão das drogas, destacando a produção de sentido a partir do início do século XX, com o intuito de estabelecer um solo comum de compreensão que permita operar com os conceitos de estigma, estereótipo e senso comum forjados sobre o tema no decorrer do tempo. Neste sentido, a tese considera a droga como fenômeno plural, cuja manifestação é tecida por uma multidimensionalidade de aspectos visíveis e ambíguos, cujas nuances e sinuosidades não permite um conceito único e universal, exigindo ser abordado na concretude das relações. Na segunda parte, a partir das narrativas recolhidas no campo-tema de pesquisa, configura-se um certo olhar, um modo de compreender o outro que não é neutro, ao contrário, está repleto de preconceitos, julgamentos, sentimentos que são afetados pelas mediações das mídias, das escolas, das famílias, das religiões. Lançando um olhar crítico sobre esse espaço tão multifacetado que é a escola, a tese busca apreender as práticas discursivas sobre drogas no cotidiano escolar a partir das narrativas ficcionais. Esse recurso metodológico propicia que a escrita seja perpassada por pessoas, lugares, acontecimentos enquanto um conjunto de múltiplas fontes que apresentam diferentes versões sobre o tema. Elas são recortes que evidenciam discursos e práticas pedagógicas, ou não, no cotidiano escolar voltados para as drogas (seu uso, sua proibição, sua criminalização) e os usuários. Considera-se que, ao mesmo tempo em que o cotidiano escolar reproduz e ressoa as relações de poder produzidas historicamente pela sociedade, indica, nas relações entre professores, professoras, alunos e alunas, a possibilidade de criação de brechas para a constituição de uma outra prática nas relações educacionais em torno da questão das drogas.


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