Cotidiano escolar no mundo contemporâneo: o celular
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Resumo / Abstract
Diante das mudanças ocorridas no mundo contemporâneo, este trabalho pensa o celular como um objeto inserido numa sociedade mediada pela tecnologia e pelo consumo. Torna o celular artefato símbolo da contemporaneidade, que se faz presente na escola com intensidade. E um trabalho de abordagem qualitativa com os seguintes objetivos: descrever características do mundo contemporâneo, analisando mudanças ocorridas no aparelho educacional diante da presença do celular, investigar as sub-funções atribuídas ao celular para análise das experiências dos educandos frente a essa tecnologia. As referências teóricas de apoio para o desenvolvimento do pensar sobre o tema prendem-se a Zygmunt Bauman, Jean Baudrillard, Don Slater, Marisa Vorraber Costa, Mariângela Momo, Sandra Rúbia da Silva e Francisca Silva do Nascimento. Os procedimentos adotados pautaram-se, após a formatação do embasamento teórico, na coleta de informações que identificam o contexto social e econômico do grupo de alunos do 9º ano de uma instituição pública municipal de Boituva/SP. Foi realizado também o registro das falas dos alunos, por meio de conversas e observações, sobre as experiências e a relação dos mesmos com o celular a fim de verificar indícios de um padrão comportamental contemporâneo. Os resultados obtidos informam que os alunos utilizam o celular em sua forma instrumental para fazer e receber ligações, receber e enviar mensagens de texto, ouvir música, tirar fotos, sendo que, algumas vezes suas formas de consumo transcendem esse valor utilitário na busca dos últimos lançamentos. Essa constatação confirma que o celular acaba fazendo parte de toda uma categoria de objetos que classifica um estilo de vida, serve também para a “distinção”, podendo ser usado como marca de um grupo social. Assim, como a necessidade de estar com o celular sempre próximo ao corpo estabelece uma relação afetiva com o mesmo, a centralidade que os celulares adquirem na vida cotidiana aponta para serem extensão do próprio corpo estabelecendo modos de ser & viver que interagem com a construção de subjetividades. Logo, refletir sobre o fato destes jovens estarem mergulhados na lógica contemporânea da conectividade permite afirmar que a posse do celular os insere, simbolicamente, em redes de sociabilidade conectadas pelo estilo de consumo tecnológico característico deste mundo. Nesse caminho, a escola reflete o modo de viver contemporâneo. A mobilidade, a rapidez, as tecnologias, o consumismo, tomam-se características também do cenário pedagógico. Talvez a dificuldade de se conviver com o novo faz com que a escola declare “tolerância zero” aos celulares. Talvez incorporar nas práticas pedagógicas a utilização de atitudes mais flexíveis em relação às novas tecnologias como a do celular permitiram a existência de professores prontos para atuar na dinâmica veloz da atualidade.