"Entre" encontros e caminhos de uma professora-pesquisadora no cotidiano da educação infantil
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Resumo / Abstract
Caminhar por entre encontros, acontecimentos, devires no cotidiano da educação infantil pode nos fazer pensar uma educação? De quais maneiras? Que outros modos se podem conceber para ser e estar no cotidiano da educação infantil? Que outras possibilidades atravessam uma professora e seus cotidianos? O que podem as crianças e suas imagens? Esta tese pretende movimentar pensamentos e criar perguntas com infâncias e seus fazeres. Para tanto, propõe uma experimentação com imagens realizadas por crianças numa escola pública municipal, na cidade de Sorocaba, SP. Parte da narrativa de uma professora-pesquisadora, atravessada por encontros, que propõe praticar um cotidiano com e para as crianças, num movimento acontecimental, intenso, de co-ire (Gallo), ir junto, não normatizando ou ditando suas ações, mas aprendendo com elas. Defende uma educação infantil que experimenta, explora, investiga, surfa em intensidades de criação; que se mostra aberta aos acontecimentos, que opera devires; que brinca em espaços sensíveis. Exercita o protagonismo infantil e, ao fazê-lo, escapa dos adultocentrismos. Abre-se para espaços de criação, considerando as intensidades do tempo aiônico, tempo da criança; e fissura aqueles cotidianos escolares que operam somente em tempo cronológico, fracionado, demarcado. Escolarizado. Deseja uma escola e profissionais da educação que sejam atravessados pelas experiências, sensíveis aos acontecimentos; que se deixem contagiar pelo devir-criança (Deleuze). Traz reflexões sobre outros modos de pensar cotidianos infantis para que, a partir deles, criem-se “inéditos viáveis” (Paulo Freire) através de fissuras, dobras, experimentando o imprevisível, o inesperado. Os encontros bibliográficos (Camargo) acontecem entre Deleuze e Guattari, Kohan, Deleuze, Schérer, Leite e Freire. Sem pretensão de concluir, a tese traz uma reflexão para as possibilidades de outros cotidianos com, para e entre crianças.