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Big Brother Brasil: isso pertence à sala de aula?

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Data

2005

Tipo de documento

Dissertação

Curso



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Resumo / Abstract

Este trabalho é o resultado de uma reflexão sobre a Televisão e a Educação, levando em conta os processos de mediação que ela realiza entre o indivíduo e a sociedade. Mais especificamente analisa programas do tipo reality shows, focalizando em especial o programa Big Brother Brasil, da Rede Globo de Televisão. Foi constatada maciça audiência do referido programa. Observando as dissoluções das fronteiras entre o que é público e o que é privado, provocadas especialmente pela televisão, que tem uma força muito grande nesse sentido, a autora pensou ser importante investigar se professores do ensino médio e fundamental discutem com seus alunos o tema televisão e em especial o Programa Big Brother Brasil, tendo em vista auxiliar na formação de uma consciência crítica de quem vê TV. Além disso foi considerado ser relevante observar se professores estão preparados para essa tarefa. Usou-se como trajetória do trabalho, a análise de alguns aspectos do nosso mundo, tendo por referência autores como Guy Debord que nos fala da sociedade do espetáculo, Theodor Adorno que considerou que a televisão pudesse ter muita força e influência social. Usou também autores da Psicanálise como Freud, Melanie Klein, Bion e Rosenfeld que falam das forças agressivas, dos nossos impulsos e da dificuldade em construir pensamentos, que nos ajudem a reprimir nossas violências em nome de um aprendizado da solidariedade e do bem comum. Outros autores como Regis Debray foram acionados nesse dialogar, por destacar a força da imagem e mais especificamente a força do poder econômico mediando essa força da imagem. O trabalho traz uma retrospectiva da televisão, suas linguagens e modos de uso, observando como podemos ter interpretações distorcidas do que vemos. Em seguida foi apresentado algo das origens de programas do tipo reality shows e em específico das origens do Big Brother Brasil, tendo em vista procurar observar com o olhar psicanalítico não só o programa, como também o que faz com que pessoas se interessem em auto-confinar-se, colocando em exposição suas vidas e suas “intimidades”. Para isso, autores como Maria Rita Kehl e Eugênio Bucci foram selecionados. O passo seguinte foi apresentar o resultado de uma pesquisa do tipo qualitativa, na qual foram entrevistados professores do ensino fundamental e médio de três escolas da rede pública de ensino. A pesquisa foi realizada através de uma observação participante e de um tipo de roteiro semi estruturado, colocando em destaque três aspectos considerados relevantes na observação que foram: a opinião dos professores enquanto educadores sobre o programa Big Brother Brasil; se discutiam em sala de aula sobre TV e sobre o programa e se participariam do programa, se convidados. Ainda nesse sentido foram analisados e observados os dados colhidos, passando-se finalmente às discussões e considerações finais, que procuraram nos convidar sobre o papel do educador. Foram feitas ainda reflexões sobre o programa Big Brother Brasil, tendo em vista que ele pode ter algo além de uma brincadeira prazerosa para espectadores. Pode ter conseqüências muito maiores para nossos comportamentos ou procedimentos. Também é importante salientar que nessas discussões não chegamos a conclusões fechadas sobre o tema, dada à condição de transitoriedade do conhecimento, da pesquisa e do saber.


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