Cartografia dos corpos estranhos: narrativas ficcionais das homossexualidades no cotidiano escolar
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Resumo / Abstract
A pesquisa tem por objeto de estudo as conversas do/no cotidiano escolar, que abordam temas caros à contemporaneidade e constituem-se solo fértil para a reflexão e o trabalho pedagógico que buscam ampliar o sentido de cidadania e, a desconstrução de representações preconceituosas da homossexualidade, possibilitando a alteridade entre os diferentes sujeitos. Os estudos sobre a sexualidade promovidos por Foucault (2007); a teoria queer e os estudos culturais apontados por Louro (2004); e a educação menor, defendida por Gallo (2006), por privilegiarem o papel político dos anônimos e que estão à margem, compõem o referencial teórico da pesquisa. A opção metodológica é pelas narrativas ficcionais, propostas por Reigota (1999), construídas a partir da vivência do/no cotidiano escolar e de um exercício profícuo com obras literárias e cinema. A partir das narrativas ficcionais, podem-se apontar algumas observações importantes: por um lado, há despreparo de muitos personagens ligados a educação frente às questões da diversidade sexual no cotidiano escolar, ainda que, um/a ou outro/a professor/a aborde sobre homossexualidade em suas aulas, na maioria das vezes, tal abordagem é mais voltada para questões biológicas ou religiosas – que enfatiza o modelo heterossexual como padrão e norma –, não contribuindo para uma reflexão de sexualidades fluídas, construídas histórica e culturalmente e; por outro lado, o protagonismo de outros/as tantos/as personagens, principalmente adolescentes e jovens estudantes, que em uma atitude política e de protesto, assumem seus corpos estranhos e suas sexualidades cambiantes, fazendo avançar algumas formas de pensar a diversidade sexual, sempre pelas frestas do currículo oficial.