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Arqueologia antropofágica em rotas não lineares: narrativas educacionais reveladas no sertão maranhense

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2022

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Resumo / Abstract

Caminhar por entre devires, (des)encontros, histórias e memórias dos sertanejos na e fora da universidade fizeram vir à tona os atravessamentos das ações cotidianas do pesquisador-conversador no chão sertanejo dos municípios maranhenses de Balsas, Riachão, Carolina, Tasso Fragoso, São Raimundo das Mangabeiras, Loreto, Fortaleza dos Nogueiras e Grajaú. Os devires no cotidiano da educação impulsionaram reflexões intensificadas no convite-provocação: “Como sentir-pensar antropofagicamente a arqueologia educativa no/do sertão maranhense frente à expansão do agronegócio?” Para o atendimento desse convite, encontram-se as narrativas das rotas arqueológicas do cotidiano vivido, pensado e compartilhado na relação eu-tu-nós em espaços escolares e não escolares e nas suas várias conexões com a educação sertaneja, inspirado na perspectiva ecologista de educação. Nessa seara, relatos vividos, ouvidos, compartilhados e sentidos em vários cotidianos ancoraram-se na arqueologia antropofágica em intensidades de produzir sentidos que considerou as teorias, as poesias, as músicas, as imagens e também os documentos públicos para fortalecer as tramas reveladas em cartas bio:gráficas e micronarrativas ficcionais que resultaram na exposição de três rotas arqueológicas que compõe a tese: 1. Silêncios declarados em terras distantes; 2. Nos rastros da educação sertaneja; 3. Fragmentos cotidianos das escolas sertanejas. Nessas três rotas arqueológicos, apresentam-se narrativas focadas em expor espaçostempos descobertos pelo pesquisador. Na primeira rota, expuseramse os caminhos para a construção da pesquisa; a arqueologia do pesquisador, que indica os temas geradores e uma arqueologia ecologista; os traços de transformações cotidianas dos sertanejos nas tramas de ocupação do espaço, desde o gado à consolidação do agronegócio. Na segunda rota, discute-se a arqueologia de um professor e o seu cotidiano, que se enlaça com o cotidiano educativo do sertão; as pistas reveladas pela história em uma revisão bibliográfica. Na terceira rota, apresentam-se os fragmentos do cotidiano da educação sertaneja no viés das escolas pensadas na cidade para o sertão; as escolas pensadas no sertão para o sertão, fruto de resistências e com uma proposta pedagógica da alternância. Os resultados evidenciaram que a educação das escolas pensadas na cidade para as comunidades sertanejas, apesar de algumas peculiaridades acertadas – como professores comprometidos com a realidade do sertão, a participação intensa da família, a existência de salas (multi)seriadas e professores que inspiram estudantes a serem professores – tem fortes ligações com a educação rural, por (re)produzir o modelo de educação da cidade. Já a educação pensada no sertão para o sertão, cuja identidade está erigida na Pedagogia da Alternância, tem se transformado e a ideologia do agronegócio tem avançado aos poucos para os cotidianos escolares. Os encontros bibliográficos com as produções de sentidos não tem a intensão de concluir a pesquisa e sim de trazer uma reflexão para as possibilidades de outras ações investigativas para deglutir outros cotidianos com os sertanejos.


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