Biossorção de medicamentos por cogumelos
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Resumo / Abstract
Muitos resíduos de fármacos são encontrados em efluentes de estações de tratamento de esgotos e de água, e em outras matrizes como solo e águas superficiais. Alguns biosorventes como a quitina e a quitosana tem sido estudados, e essas substâncias estão presentes nos cogumelos champignon (Agaricus bisporus) e o shiitake (Lentinula edodes). Assim, este trabalho avaliou a eficiência de biossorção dos talos de champignon e shiitake, e do substrato do shiitake, em águas contaminadas com paracetamol e 17 α-etinilestradiol (EE2). Os talos dos cogumelos e o substrato foram secos e moídos. As partículas resultantes foram caracterizadas fisicamente (porosidade) e quimicamente (ponto de carga zero (PCZ), grupamentos químicos, grau de desacetilação (GD) da quitosana). A capacidade de adsorção das partículas foi avaliada por cinética de adsorção e isoterma de adsorção. Na análise física, a maior porcentagem de porosidade e de poros fechados e abertos foi encontrada nos talos do shiitake e do champignon. Os resultados de PCZ se mostraram levemente ácidos para todas as amostras. Com relação aos grupamentos químicos, todas as amostras presentaram bandas de estiramento semelhantes ao padrão da quitosana. Porém, o GD da quitosana no talo do shiitake foi maior comparado aos demais. Em relação à cinética de adsorção do EE2, o shiitake adsorveu 100% em 24 h, o champignon 100% em 30 min, e o substrato adsorveu 80% em 30 min. Para a cinética de adsorção do paracetamol, o shiitake adsorveu 98% em 12 h; o champignon 99% em 24h e o substrato do shiitake 96% nos primeiros 10 min. Na isoterma do EE2, as concentrações máxima (qmáx) de adsorção foram 5,62, 18,95 e 0,31 mgEE2/g de talo de shiitake, champignon e substrato do shiitake, respectivamente. Para a isoterma do paracetamol, as qmáx foram 34,20 e 338,08 mg/g de talo de shiitake e champignon, respectivamente. Assim, conclui-se que ambos os talos de cogumelos têm boa porosidade, mas o champignon demostrou melhor comportamento quanto à adsorção do EE2 e do paracetamol. A reutilização dos resíduos da indústria fúngica alimentícia pode reduzir o impacto ambiental e pode agregar valor ao produto, pois são eficazes e tem baixo custo.