Fatores preditivos dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho na população brasileira: inquérito populacional
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Resumo / Abstract
Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho estão entre as doenças ocupacionais de maior afastamento no Brasil e no mundo. O conhecimento dos fatores de risco associados a presença destes distúrbios pode contribuir no planejamento de ações dos serviços de saúde com relação a prevenção e tratamento destes distúrbios. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores preditivos dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho e investigar a percepção do estado de saúde dessa população. Trata-se de um estudo transversal de base populacional. Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), um inquérito realizado em 2013 que contém informações de 60.202 indivíduos. Os participantes do estudo foram selecionados por meio de amostragem aleatória simples conglomerada em três estágios: setores censitários, domicílios e residentes ≥ 18 anos de idade. A presença de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho foi autorreferida. Para investigar os fatores associados, procedeu-se regressão de Poisson com variância robusta para cáclulo da razão de prevalência (RP) com ajuste por sexo, idade e presença de sintomas depressivos. Dentre os entrevistados, 1.149 (1,89%) autorreferiram ter os distúrbios osteomusculares. Estes distúrbios foram mais prevalentes nas mulheres (RP= 1,86; IC 95% 1,56-2,30), indivíduos com idade entre 40 e 59 anos (RP= 1,51; IC 95% 1,24-1,85), que trabalham principalmente no setor público (RP=2,64; IC 95% 1,57- 4,45) e privado (RP=2,45; IC 95% 1,53-3,90), com carga horária semanal de trabalho entre 21 a 40 horas/semana (RP=1,77; IC 95% 1,22-2,56), entre 41 a 60 horas/semana (RP=1,90; IC 95% 1,30-2,77) e 61 ou mais horas/semana (RP=1,92; IC 95% 1,06-3,49), em atividade laboral (RP=1,98; IC 95% 1,59-2,47), indivíduos com três ou mais fontes de renda (RP= 2,97; IC 95% 1,04-8,51), indivíduos obesos (RP=1,29; IC 95% 1,00-1,67) e com sintomas depressivos moderadamente graves (RP=3,19; IC 95% 1,24-1,56). As principais estratégias de tratamento foram exercício e a fisioterapia; e a presença dos sintomas depressivos não limitou ou limitou pouco as atividades diárias. Pode-se concluir que possíveis intervenções que previnam os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho devem priorizar mulheres, indivíduos que trabalham no setor público ou privado, com três ou mais fontes de renda, os obesos e a população com sintomas depressivos.