Escola, movimento negro e memória: o 13 de maio em Sorocaba - 1930
Arquivos
Data
Tipo de documento
Curso
Assunto
Autor(es)
Orientador(es)
Título da Revista
ISSN da Revista
Título do Volume
Resumo / Abstract
O presente trabalho vincula-se à linha de pesquisa: Conhecimento e Cotidiano Escolar e tem por objetivo investigar as concepções produzidas como expressão da comemoração do 13 de Maio, no âmbito da instituição escolar e do movimento negro, aqui representado pela Frente Negra Brasileira de Sorocaba, na década de 30 do Século passado. Trata-se de pesquisa documental e bibliográfica que busca compreender as múltiplas dimensões do referido processo. Nesse sentido a contextualização do problema exigiu uma breve retrospectiva histórica e sociológica da instituição escolar e do movimento Frente Negra Brasileira de Sorocaba, em 1930. Outra questão que examinamos para atingir o objetivo da pesquisa é o processo de apropriação ideológica da história da Abolição, representada pela data 13 de Maio. Este processo de apropriação revela uma disputa pela memória histórica, travada entre a população negra e o movimento da Frente Negra Brasileira de Sorocaba e a intervenção do Estado, representado pelo governo de Getúlio Vargas. Comparando as representações do 13 de Maio nas instituições escolares e na Frente Negra Brasileira de Sorocaba, percebemos algumas diferenças. Nas comemorações do movimento negro, apesar de haver referências aos abolicionistas, o movimento considerava que a libertação da população negra deveria ser complementada pelo acesso à educação. Neste sentido a data do 13 de Maio, é, para o movimento social negro, um momento de luta, protesto, reivindicações. Já em relação à apropriação da memória do 13 de Maio, nas instituições escolares, a data não foi comemorada com destaque, já que foi retirada do calendário nacional e escolar pelo governo de Getulio Vargas. Entretanto, cabe destacar que a ação do Estado, está marcada pela ideologia que transfere a memória da abolição para ação dos setores sociais dominantes. Nas ações do Estado, há um incentivo pelas comemorações dessa memória oficial, nas escolas, para o fortalecimento da brasilidade e/ou da nacionalidade, representadas, por exemplo, nas figuras da Princesa Isabel, Dom Pedro I e Duque de Caxias. A memória dos 13 de Maio de 1888 como referência à abolição dos escravos no Brasil, é disputada ao longo da história, e neste sentido revelou ser um importante objeto de pesquisa.