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Uso de benzodiazepínicos em um ambulatório de saúde mental do interior do Estado de São Paulo

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Data

2014

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Dissertação

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Resumo / Abstract

Os benzodiazepínicos são amplamente utilizados, principalmente para o tratamento da ansiedade e insônia, no entanto, a literatura tem demonstrado que as prescrições são comumente inapropriadas quanto à indicação, ao fármaco e ao tempo de uso. O objetivo deste estudo foi analisar o uso inapropriado de benzodiazepínicos em adultos e idosos. Trata-se de um estudo observacional, transversal e analítico de coleta de dados da entrevista e do prontuário clínico dos pacientes em uso de benzodiazepínico atendidos no Ambulatório Municipal de Saúde Mental de Sorocaba/SP, no período de março a novembro de 2013. Variáveis sóciodemográficas e clínicas foram comparadas entre adultos e idosos. Foi considerado inapropriado o uso (de mais de um benzodiazepínico pelo paciente, como ansiolítico por tempo superior a três meses, no tratamento da depressão sem antidepressivo, por mais de dois meses quando associado ao antidepressivo e de benzodiazepínico de longa ação em idoso); como também, quando a prescrição não atendeu aos critérios do uso racional de medicamentos (medicamento apropriado, com posologia e duração de uso adequada). Dos 330 participantes (210 adultos e 120 idosos), a maioria era mulheres com histórico familiar de psicopatologia e uso de benzodiazepínicos (p>0,05). Havia porcentuais maiores de adultos solteiros (20%) e de idosos viúvos ou divorciados (36,7%) (p<0,05). Cerca de 50% dos adultos desenvolviam atividades laborais e 85% dos idosos eram aposentados ou afastados do trabalho (p<0,05). Uma porcentagem maior de adultos (26,2%) tinha oito ou mais anos de escolaridade (p<0,05). A maioria dos adultos e idosos não realizava acompanhamento psicológico e fazia uso de outros psicotrópicos e de polifarmácia (p>0,05). Havia uma porcentagem maior de idosos com doenças crônicas (p<0,05). Uma minoria dos pacientes utilizava mais de um benzodiazepínico e tratava os transtornos depressivos sem uso de antidepressivo (p>0,05). Todos os pacientes utilizavam o benzodiazepínico por tempo superior ao recomendado para o tratamento dos transtornos depressivos e de ansiedade (p>0,05). A maioria das prescrições não tinha indicação correta de uso do benzodiazepínico, sendo 62,5% para idosos e 68,6% para adultos (p>0,05), sendo os erros de indicação principalmente observados nas prescrições de alprazolam, clonazepam e diazepam para o tratamento dos transtornos de humor (p>0,05). Uma minoria das prescrições, em torno de 6% para idosos e de 2% para adultos, seguia os critérios do uso racional de medicamentos (p>0,05). Nenhuma prescrição de alprazolam, diazepam e lorazepam era racional (p>0,05). Conclui-se que gênero feminino, histórico familiar de uso de benzodiazepínicos e de psicopatologia, não acompanhamento psicológico, o uso de psicotrópicos associados e de polifarmácia foram variáveis associadas ao uso dos benzodiazepínicos em adultos e idosos. O uso inapropriado dos benzodiazepínicos foi constatado em ambos os grupos, sendo observado o uso crônico e uma minoria de prescrições que preenchia os requisitos do uso racional de medicamentos.


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