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Quantificação de 17 a-etinilestradiol e parecetamol nos rios Sorocaba e Pirajibu no município de Sorocaba - São Paulo, Brasil

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Resumo / Abstract

Alguns medicamentos estão sendo encontrados em águas superficiais e vêm chamando a atenção da comunidade científica. Nos fármacos analgésicos destacase o paracetamol e na classe de desreguladores endócrino destacam-se os hormônios, entre eles o sintético 17α-etinilestradiol. Considerando o estado de degradação das águas superficiais do município de Sorocaba, em especial os rios Sorocaba e seu principal afluente Pirajibu, da sub-bacia do Sorocaba Médio Tietê, que recebe toda carga das águas tratadas e de consumo, essa dissertação apresenta uma avaliação da ocorrência dos dois fármacos citados acima. Para isso, foram realizadas coletas amostrais mensais no período entre março de 2016 à fevereiro de 2017, em seis pontos específicos: 4 pontos no Rio Sorocaba e 2 no rio Pirajibu dentro dos limites do município de Sorocaba. A quantificação do 17αEtinilestradiol foi feita por cromatografia líquida de alta eficiência. A fase móvel utilizada foi composta por 30% de água Milli-Q e 70% de acetonitrila, e se deu por modo isocrático, 1,0 mL/min. A leitura foi realizada em 202 nm. A quantificação do paracetamol foi feita em espectrofotômetro. O paracetamol da amostra foi convertido em 2-nitro-5-acetaminofenol, um nitroderivado amarelado, absorvido em 430 nm. Também foi feita leitura direta do paracetamol, em 243 nm, em virtude das concentrações encontradas na metodologia anterior estarem superestimadas (reação não específica do grupamento aminofenol proveniente de outras substâncias que não o paracetamol). Pela metodologia de nitração, as concentrações variaram de 3,56 a 6,65 mg/L e através da leitura direta, as concentrações ficaram na faixa de 1,0 – 3,0 mg/L. Já para o 17α-Etinilestradiol, as concentrações variaram de 2,97 a 161,92 µg/L, mas a maioria ficou na faixa de 5,0 – 10,0 µg/L. Os dados foram correlacionados com pluviosidade e número de casos de dengue, zica e Chicungunya. Não foi observada nenhuma correção entre concentração de paracetamol e a quantidade de chuva. Para 17α-Etinilestradiol, uma correlação positiva foi observada no Ponto 2 de coleta. Isto significa que quanto maior o índice pluviométrico maior a concentração de 17α-etinilestradiol, diferente do esperado. Para casos de dengue, zica e Chicungunyae paracetamol, uma correlação fraca foi observada, ou seja, nos meses com maior número de casos (maior utilização do paracetamol como analgésico e antitérmico), maior foi a concentração de paracetamol encontrada na água. Assim, foi possível estimar que há um considerável aporte de paracetamol e 17α-etinilestradiol nos dois rios mais importantes de Sorocaba, o que sugere a possibilidade de efeitos adversos à biota aquática local. Verifica-se ainda a necessidade de uma legislação ambiental específica para medicamentos, aliado à qualidade do saneamento básico brasileiro – incluído novas tecnologias nas estações de tratamento de água e esgoto - sobretudo para os desreguladores endócrinos.


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