Navegando por Assunto "Cobra venenosa - Veneno"
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- DissertaçãoAtividade farmacológica de frações de diferentes polaridades de Casearia gossypiosperma Briquet contra o bloqueio neuromuscular induzido pelos venenos ofídicos (cascavel e jararacuçu)(2012) Silva, Juliana de Oliveira SoaresEstudos prévios mostraram que o extrato seco de folhas de Casearia gossypiosperma Briquet (C. gossypiosperma), popularmente conhecida como paude-espeto, impediu o bloqueio neuromuscular induzido pelo veneno de Bothrops jararacussu (B. jararacussu), agregando valor medicinal à espécie. Os objetivos desta pesquisa foram testar o extrato liofilizado de C. gossypiosperma contra o veneno bruto de Crotalus durissus terrificus (C. d. terrificus) e fracionar o extrato seco a fim de isolar/identificar compostos das frações ativas contra os venenos ofídicos de cascavel e jararacuçu (estudo biomonitorado). Para tanto, foi obtido um extrato seco das folhas desta espécie que, em seguida, foi fracionado por partição líquido-líquido utilizando-se solventes de diferentes polaridades (hexano, FHEX; diclorometano, FDM; acetato de etila, FAET; e metanol, FMET). Métodos cromatográficos (em coluna, CC; em camada delgada comparativa, CCDC; e em camada delgada preparativa; CCDP) foram empregados até a obtenção de compostos puros, que foram submetidos à técnica de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H) e carbono (RMN 13C). O extrato liofilizado (50 µg/mL) não impediu o efeito neurobloqueador do veneno de C. d. terrificus (10 µg/mL, n=10), diferentemente da fração hexânica liofilizada, que protegeu parcialmente contra a paralisia induzida pelo veneno de C. d. terrificus (10 µg/mL; 48,3 ± 10,8%, n=10), no tempo de 120 minutos (p<0,05). Já as demais frações liofilizadas FDM, FAET e FMET (25 µg/mL, cada), não demonstraram efeito protetor estatisticamente significativo contra o veneno (p>0,05). Nos ensaios farmacológicos para a neutralização do veneno de B. jararacussu (40 µg/mL), ficou evidenciada a proteção da fração hexânica liofilizada (10 µg/mL) no tempo de 120 minutos, em 94,8 ± 2,6% (n=5), assim como as demais frações liofilizadas FDM, FAET e FMET, que demonstraram proteções significativas (p<0,05), em 60,9 ± 8,7% (n=6), 44,7 ± 9,1% (n=7) e 38,6 ± 5,0% (n=5), respectivamente, aos 120 minutos. Em virtude de a fração hexânica ter sido a que demonstrou melhor atividade contra os venenos estudados, esta foi subfracionada por cromatografias em coluna e em camada delgada preparativa. Dentre as subfrações obtidas neste processo, duas foram submetidas à espectrometria de RMN 1H, sendo uma delas caracterizada como uma mistura de terpenos e a outra, mais purificada, submetida para a obtenção de espectros de ressonância magnética nuclear (RMN) bidimensionais, mas cuja massa não foi suficiente para a elucidação da estrutura química. Avaliando os resultados em conjunto é possível concluir que a fração hexânica foi a principal responsável em proteger contra o bloqueio neuromuscular induzido por ambos os venenos ofídicos estudados.
- DissertaçãoEfeito antibotrópico da Plathymenia reticulata Benth sob o parâmetro da junção neuromuscular(2010) Farrapo, Nicole MoreiraEntre os 20.000 acidentes ofídicos anuais notificados no Brasil, o gênero Bothrops representa cerca de 90%. O veneno bruto da serpente Bothrops jararacussu (Bjssu), apresenta uma ação proteolítica que causa uma severa mionecrose tanto in vivo como in vitro e bloqueio neuromuscular. Estudos in vitro realizados anteriormente com o extrato hidroalcoólico da Plathymenia reticulata Benth (P. reticulata), demonstraram o efeito antibotrópico da planta contra o bloqueio neuromuscular induzido pelo veneno de Bjssu. Frente ao exposto os objetivos desse estudo foram: 1) avaliar o efeito farmacológico de extratos de diferentes polaridades (hexano, EHEX; diclorometano, EDM; acetato de etila, EAET; e metanol, EMET), obtidos das cascas de P. reticulata, contra o bloqueio neuromuscular irreversível induzido pelo veneno bruto de Bjssu, em preparações isoladas nervo frênico-diafragma de camundongos; 2) análise histológica dos músculos diafragmas, expostos ao estudo farmacológico; 3) avaliar o índice de mutagenicidade do extrato hidroalcoólico da P. reticulata, através do Teste de Ames, utilizando cepas mutantes de Salmonella typhimurium. O extrato diclorometano (EDM) foi o mais eficiente (92 ± 6,2%) em impedir a paralisia neuromuscular induzida pelo veneno bruto de Bjssu em comparação aos outros extratos (*p<0,05), resultando em uma resposta muito próxima à das preparações incubadas com Tyrode (controle). O dano morfológico induzido pelo efeito miotóxico do veneno de Bjssu, bem como o efeito neutralizante do extrato EDM, foram quantificados através de análise histológica dos músculos, mostrando que o EDM reduziu em 58,2% a mionecrose causada pelo veneno. O extrato hidroalcoólico de P. reticulata (EHPr) mostrou-se mutagênico para a linhagem bacteriana de Salmonella typhimurium TA98 e apresentou indícios de mutagenicidade para as linhagens TA97a e TA102. Avaliando os resultados em conjunto conclui-se que a P. reticulata apresenta ação antibotrópica in vitro e potencial antitumoral pela sua capacidade mutagênica.
- DissertaçãoEstudo biomonitorado de compostos isolados da planta Dipteryx alata Vogel contra venenos ofídicos(2013) Ferraz, Miriéle CristinaEm estudos prévios, o extrato seco de cascas da planta Dipteryx alata Vogel impediu o bloqueio neuromuscular induzido pelo veneno de Bothrops jararacussu (VBjssu), mas não de Crotalus durissus terrificus (VCdt). Posteriormente, foram isolados e elucidados estruturalmente 18 fitoquímicos da planta. Neste estudo, foram biomonitorados 8 desses fitoquímicos, classificados como triterpenóides, ácidos fenólicos e flavonóides, contra a irreversível paralisia nervo-músculo induzida pelos venenos VBjssu e VCdt. Os registros miográficos dos diferentes protocolos experimentais foram obtidos através de técnica miográfica convencional, utilizandose preparações nervo frênico-diafragma de camundongos (ex vivo) ou preparações nervo ciático poplíteo externo-tibial anterior de ratos (in situ). Assumiu-se que o protocolo experimental resultante de ensaios ex vivo de neutralização (incubação prévia de veneno e fitoquímico) de maior eficácia, comparativamente à neutralização dos venenos pelo antiveneno botrópico comercial (AVB), seria posteriormente ensaiado in situ com o veneno mais sensível aos fitoquímicos. Os ensaios in situ tiveram como referência o antiveneno botrópico administrado intravenosamente. A miotoxicidade foi avaliada através de microscopia óptica de preparações resultantes dos bioensaios ex vivo. Os resultados ex vivo obtidos mostraram que o bloqueio característico induzido por VBjssu foi impedido: a) quando pré-incubado com os triterpenóides: Lupeol, Betulina, Lupenona e 28-OH-Lupenona, que ao final de 120 minutos tiveram a resposta aumentada para 70,1% ± 7,9 (n=5); 68,3% ± 7,0 (n=11); 45,2% ± 9,4 (n=7); 54,3% ± 5,4 (n=4), respectivamente; b) quando pré-incubado com os ácidos fenólicos: Ácido Vanílico, Vanilina e Ácido Protocatecuico para 53,9% ± 3,1 (n=4); 27,9% ± 1,8 (n=4); 23,6% ± 3,6 (n=4), respectivamente; c) quando préincubado com 3’,7,8-Trihidroxi-4’- metoxiisoflavona para 83,8% ± 5,0 (n=4); e d)comparativamente ao AVB 72,6% ± 3,4 (n=4), não havendo diferença significativa do tratamento com a Betulina em relação ao AVB. Para o bloqueio característico induzido por VCdt, a resposta foi aumentada significativamente (p<0,05) e ao final de 120 min. encontraram-se 39,5% ± 8,9 (n=9) e 49,5% ± 8,1 (n=4) de fibras que respondiam ao estímulo indireto quando pré-incubadas com Betulina e Lupenona, respectivamente, mas não quando incubadas com Lupeol (n = 6) e 28-OH-16 Lupenona (n = 4). A média da quantificação do dano morfológico (n=3, cada protocolo) mostrou que o VBjssu provocou lesões de 50,27% ± 5,4, que passaram para níveis de 18% ± 2,4 e 24% ± 3,7 quando tratadas com Betulina e Lupeol, sendo que estes sozinhos induziram danos de 16% ± 1 e 13,0% ± 2,6, respectivamente. Já os níveis de lesões ocasionados por VCdt foram de 43,9% ± 4,1, que passaram para níveis de 13,0% ± 2,6 e 27% ± 3,2, quando tratadas com a Betulina e a Lupenona, sendo que estes sozinhos induziram danos de 16% ± 1 e 22% ± 3, respectivamente. Os resultados da resposta contrátil obtidos in situ frente à incubação com VBjssu (40 μg/mL, 120 min) foram de 73,25% ± 1,68 (n=4) e aumentada para 92,23% ± 0,45 (n=4), com AVB administrado intravenosamente. Conclui-se que em modelo ex vivo, dentre os ácidos fenólicos, o Ácido Vanílico foi o que apresentou melhor capacidade neutralizante contra o efeito bloqueador induzido pelo veneno VBjssu, assim como o flavonóide - 3',7,8-Trihidroxi-4'-metoxi-isoflavona e o triterpenóide Betulina. Este fitoquímico foi o mais investigado neste estudo, pois protegeu contra os efeitos miotóxicos e neurotóxicos de ambos os venenos, sendo indicado para estudos futuros em modelo in situ, administrado intraperitoneal ou intravenosamente após a injeção intramuscular dos venenos, em modelo simulado de acidente ofídico.
- DissertaçãoNanopartículas de prata (AgNPs): efeitos sobre lesões de nervo periférico e músculo de roedores e avaliação de mutagenicidade (teste de Ames)(2019) Moreno, Débora Antunes NetoIntrodução: As Nanopartículas de prata (AgNPs) possuem características antimicrobianas e esta razão tem inúmeras aplicações medicinais, incluindo lesões teciduais. Objetivos: Portanto o objetivo do trabalho foi avaliar a eficácia de AgNPs 50 nm em modelos experimentais de lesão e a toxicidade. Metodologia: Foram utilizados 2 (dois) modelos a) ex vivo, em preparações nervo frênico-diafragma de camundongos, usando como ferramenta farmacológica o veneno de Bothrops jararacussu (Bjssu, 60 μg/mL), reconhecidamente neurotóxico e miotóxico, através de técnica miográfica. Os músculos resultantes dos ensaios ex vivo foram analisados através de microscopia de luz e comparados com controle de solução nutritiva de Tyrode. b) in vivo, em modelo de queimadura de segundo grau induzido por um dispositivo metálico através de contato térmico, em ratos. A recuperação da lesão causada por queimadura foi comparada macroscópica e diariamente por 28 dias frente ao tratamento com AgNPs e comparado com salina (não tratado). Nos 7º, 14º, 21º e 28º dias, dois animais de cada grupo foram sacrificados e a área da queimadura foi analisada macroscopicamente (análise de imagem – fotografia) e por microscopia de luz. Foi analisado a toxicidade e mutagenicidade: O teste de Ames foi conduzido com e sem ativação metabólica, em misturas de veneno com AgNPs e comparadas com controles de veneno e AgNPs, isoladamente, após ensaios preliminares de toxicidade. Resultados: Na JNM apenas 37,2 ± 6,0% das fibras musculares mostraram-se fisiologicamente ativas perante a exposição ao veneno, ao final de 120 minutos, enquanto a neutralização deste efeito do veneno, pelas AgNPs, garantiu o funcionamento de 74,7 ± 4,3% das fibras musculares. Nas queimaduras, as AgNPs não apresentaram diferença significativa na cicatrização da queimadura, nem no peso dos fígados dos animais, entretanto foi observada a presença de hemorragias na cavidade abdominal dos animais E7 e diferenças na coloração e consistência dos mesmos, mostraram diferenças em níveis de GSH, podendo indicar hepatotoxicidade. As AgNPs na ausência de ativação metabólica não apresentaram mutagenicidade a nenhuma cepa. Entretanto, quando ativados metabolicamente elas mostraram-se mutagênicas nas cepas TA98 e TA100. O veneno de Bjssu, na ausência do sistema de metabolização mostrou-se mutagênico à cepa TA100. Quando acrescentou-se o sistema de metabolização mostrou-se mutagênico em todas as cepas. Na mistura, na ausência de ativação metabólica, não foram mutagênicos a nenhuma cepa. Entretanto, quando ativados metabolicamente elas mostraram-se mutagênicas nas cepas TA97a e TA98. Conclusão: Os resultados obtidos mostraram que as AgNPs foram eficazes contra o bloqueio neuromuscular, mas não contra o efeito miotóxico, induzidos pelo veneno de Bjssu; não apresentou vantagens no processo de cicatrização da lesão causada por queimadura de segundo grau comparativamente ao soro fisiológico, ao final de 28 dias. Para o teste de Ames, os resultados em conjunto mostram que as AgNPs atenuam in vitro o efeito mutagênico do veneno.
- DissertaçãoNanopartículas de prata (AGNPS): mutagenicidade e influência sobre os efeitos tóxicos do veneno da serpente Philodryas olfersii (Colubridae)(2021) Assunção, Jaqueline de Cássia ProençaIntrodução: As nanopartículas de prata (AgNPs) despertam interesse principalmente pela sua propriedade antibacteriana e são produzidas pela ação de agentes redutores sobre íons prata. Em plena era da química verde que busca eliminar o uso e geração de substâncias nocivas à saúde humana e ao ambiente, a curcumina proveniente da Curcuma longa tem sido utilizada como um precursor para a obtenção de AgNPs promissoras nos estudos em venenos ofídicos. A serpente Philodryas olfersii é conhecida como não peçonhenta devido à sua dentição opistóglifa, entretanto, seu veneno produz edema, eritema, hemorragia e muita dor quando ocorrem acidentes em humanos. Tendo em vista que o tratamento convencional para acidentes ofídicos (soro antiofídico) não se mostra eficaz contra efeitos locais, que são os principais efeitos do veneno de P. olfersii, é importante a busca por novos compostos com potencial ação antiofídica. Objetivos: Os objetivos deste estudo foram avaliar a toxicidade de AgNPs sintetizadas com curcumina por meio do ensaio de mutagenicidade e, farmacologicamente, avaliar a sua influência contra os efeitos neurotóxico e miotóxico ex vivo do veneno da serpente P. olfersii (Colubridae). Metodologia: O delineamento do estudo foi in vitro e com animais (CEUA/Uniso 159/2019). Definida a toxicidade preliminar das AgNPs sintetizadas com curcumina (0,081 mg/mL-130 nm), a mutagenicidade foi avaliada pelo parâmetro Salmonella/microssoma (Teste de Ames) utilizando-se as linhagens de Salmonella typhimurium TA97a, TA98, TA100 e TA102, com e sem ativação metabólica, em triplicata e na presença de controles positivo, negativo e espontâneo. O estudo farmacológico foi realizado em preparações Biventer cervicis de pintainhos, por meio de técnica miográfica convencional e adições exógenas de acetilcolina (ACh) e cloreto de potássio (KCl) . Para avaliar a miotoxicidade, alíquotas foram retiradas do banho para a dosagem da enzima creatinoquinase (CK). Os resultados foram analisados estatisticamente e considerados significativos os valores com p<0,05. Resultados: As AgNPs sintetizadas com curcumina foram eficientes com apenas 0,0162 ng/mL, quando pré- incubada por 30 minutos com 50 µg/mL do veneno de P. olfersii. Esta mistura protegeu contra o bloqueio das contrações e contraturas (ACh e KCl) na preparação Biventer cervicis de pintainho. Sua eficiência também foi importante na preservação pós-sináptica, pois o veneno afeta os receptores pós-sinápticos e a membrana do sarcoplasma, demonstrados pelas respostas contraturantes de ACh e KCl. A dosagem de CK liberada no banho contendo a preparação neuromuscular, frente aos diferentes protocolos experimentais, não foi estatisticamente diferente do controle de Krebs. Conclusão: As AgNPs foram eficazes contra o bloqueio neuromuscular em B. cervicis contra as injúrias causadas pelo veneno da P. olfersii e não mostraram-se seguras pelo parâmetro do teste de Ames. Nos ensaios em bactérias, as AgNPs mostraram-se não mutagênicas na ausência do sistema microssomal, porém, mutagênicas na presença de ativação microssomal. A dosagem de creatinoquinase não se mostrou um bom biomarcador quando realizadas em amostras coletadas do banho contendo a preparação neuromuscular.
- DissertaçãoProtocolo do circuito de hemoperfusão em ratos para remoção de veneno ofídico(2017) Oliveira, Maximilian EstevanO tratamento específico ao envenenamento ofídico é a soroterapia, pela administração endovenosa (e.v.) de soro antiofídico. Estudos prévios com ácido tânico mostraram que este agente precipita venenos ofídicos aniquilando seus efeitos tóxicos. Entretanto, o seu uso e.v. é contraindicado por precipitar igualmente as proteínas sanguíneas, o que remete à alternativa da hemoperfusão, principalmente em casos graves de envenenamento. Os objetivos deste estudo foram: a) implantar um protocolo de circuito para hemoperfusão em ratos visando à remoção de veneno ofídico; b) avaliar a eficácia de cartucho de hemoperfusor confeccionado com grânulos de carvão ativado (adsorção) aprisionados em ácido tânico comercial (precipitação) na remoção do veneno de Crotalus durissus terrificus (Cdt) comparativamente ao seu antiveneno específico, que representou a condição controle; c) avaliar a influência da técnica de hemoperfusão sobre o perfil hematológico (contagem de eritrócitos, plaquetas e leucócitos). O delineamento do estudo foi experimental in vivo com animais, que foram divididos em 3 grupos: I) hemoperfusão: representou o controle da implantação do circuito de hemoperfusão; II) Cdt & antiveneno (controle); III) Cdt & Hemoperfusão. Findo os experimentos os animais foram sacrificados após aprofundamento anestésico para coleta de sangue e posterior contagem de eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Os resultados obtidos foram: o circuito para hemoperfusão em ratos foi implantado com êxito; o cartucho para hemoperfusão mostrou-se eficaz na remoção do veneno crotálico, comparativamente ao antiveneno específico; e a hemoperfusão não teve impacto sobre a quantidade total de leucócitos e eritrócitos em todos os grupos tratados, mas diminuiu significativamente a quantidade de plaquetas.
- DissertaçãoUso do veneno de Bothrops jararacussu como ferramenta farmacológica na avaliação do potencial antiofídico de Terminalia fagifolia (camaçari) pelo parâmetro da sinapse nervo-músculo (camundongo/ave)(2016) Tribuiani, NatáliaO veneno de Bothrops jararacussu (Bjssu) induz paralisia irreversível in vitro e mionecrose em preparações neuromusculares, sendo ideal para testar a habilidade inibitória desses efeitos tóxicos em plantas etnobotânicas. Neste trabalho, o extrato hidroalcoólico de entrecascas e caules de Terminalia fagifolia (EHTf) em concentrações de 100 e 500 µg/mL (isto é, 2,5 X maior que a quantidade do veneno) foram ensaiadas contra 40 e 200 µg/mL de Bjssu em preparações nervo frênicodiafragma (NFD) de camundongos e biventer cervicis (BC) de pintainhos, respectivamente. Dois protocolos, modelos de pré incubação e pós veneno foram testados para avaliar a ação antineurotóxica do EHTf. A antimiotoxicidade de EHTf foi avaliada via microscopia de luz em músculos resultantes de experimentos em NFD e pela determinação da creatinoquinase (CK) dos experimentos com BC. A resposta muscular evocada de estímulos indiretos mostrou a habilidade de EHTf em impedir o bloqueio in vitro do veneno de Bjssu. As contraturas frente à adição exógena de acetilcolina em preparações de aves das linhagens HY-Line brown e W36 mostraram que EHTf age sobre receptores nicotínicos extrínsecos, preservando totalmente os intrínsecos. EHTf melhora a membrana do sarcolema em uma correlação positiva com os resultados de CK e histologia. O elevado conteúdo de saponina (índice afrosimétrico=1333,33) pode explicar o sucesso de EHTf em neutralizar os efeitos tóxicos deste veneno. Em conclusão, EHTf mostrou efeitos antineurotóxico e antimiotóxico contra o veneno de Bjssu.