Navegando por Assunto "Medicamentos - Administração"
Agora exibindo 1 - 15 de 15
Resultados por página
Opções de Ordenação
- DissertaçãoAnalgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides em prescrições pediátricas(2010) Ferreira, Tânia ReginaA prescrição pediátrica deve ser bastante minuciosa, levando em conta aspectos específicos desta população, tipos de formas farmacêuticas e formulações comercialmente disponíveis, dose e indicação clínica com evidências de segurança e eficácia. Com muita frequência, a prescrição nas faixas pediátricas é baseada em extrapolações de doses e/ou modificações de formulações para adultos, ignorando-se completamente as diferenças entre crianças e adultos. Estima-se que 30% dos medicamentos contidos em prescrições pediátricas pertençam ao grupo dos analgésicos, antipiréticos (AA) e/ou dos anti-inflamatórios não esteroides (AINE). A maioria dos AINE tem indicação restrita na faixa pediátrica. Considerando os aspectos relacionados ao uso racional de medicamentos em pediatria e a escassez de trabalhos brasileiros que avaliem e comparem o uso de medicamentos em pacientes assistidos pelo setor SUS e N-SUS, esta pesquisa se propõe avaliar a indicação e a utilização de AA e AINE em crianças, a partir de análise de prescrições pediátricas e de informações fornecidas pelos cuidadores no ano de 2009, em Sorocaba, SP. Amostra composta por 150 receitas (101 – SUS e 49- N-SUS) seguidas de entrevista foram obtidas em nove locais privados (drogarias) e em nove locais públicos (seis Unidades Básicas de Saúde, dois ambulatórios de unidades préhospitais e uma clinica de especialidades médicas). Observou-se no SUS maior prevalência da dipirona (61,8%) e no N-SUS do ibuprofeno (33%), p≤ 0,05. Todos os usos considerados contraindicados foram provenientes do N-SUS (10,2%). Cerca de 70% das indicações referidas não encontram respaldo na literatura. Esta análise mostrou que não existem prescrições pediátricas de AA e AINE nesta amostra, que atendam o critério de uso racional quando proveniente do setor N-SUS e em menos de 5% do SUS. Cabe ressaltar que os clínicos que prescrevem pelo N-SUS, selecionam de maneira apropriada o medicamento em 76,0% das vezes, dado este mais elevado que o SUS (60,0%). Porém, ambos se equivocam na escolha da dose, frequência, além de não especificar o tempo de duração do tratamento. Observando os elementos relacionados à prescrição verifica-se que em 50% da totalidade das receitas, não havia a presença da via de administração; em mais de 80% não foi encontrada a quantidade total do medicamento necessária para o tratamento completo e pelo menos em 70% não constava a concentração. Conclui-se que as prescrições pediátricas de ambos os setores são incompletas e precisam urgentemente ser melhoradas. Os tratamentos estão focados somente em condutas medicamentosas descritas de maneira incompleta, duvidosa, com usos off label relacionados à indicação, faixa etária, frequência, dose e duração do tratamento, não constando nenhuma orientação não medicamentosa por escrito.
- DissertaçãoAnálise das demandas judiciais para o tratamento da artrite reumatoide no Estado de São Paulo(2011) Camargo, Iara Alves deOs biomedicamentos e anticorpos monoclonais vêm representando, nos últimos anos, relevante incremento de custo dos procedimentos de atenção à saúde do Estado de São Paulo. A finalidade deste trabalho foi descrever e analisar a utilização dos biomedicamentos e anticorpos monoclonais para o tratamento de artrite reumatoide, obtidos por via judicial, no estado de São Paulo, de 2003 a 2010, quanto às recomendações dos protocolos clínicos, ao seguimento farmacoterapêutico do paciente, à opinião do paciente sobre a evolução da sua doença e satisfação com os medicamentos, identificar as razões e caminhos utilizados para o ingresso da ação judicial, e suspeita de reações adversas aos medicamentos. Trata-se de estudo observacional descritivo, transversal, com análise de processos judiciais movidos contra o governo do Estado de São Paulo nas Varas da Fazenda Pública da Capital nos quais houve decisões favoráveis para recebimento desses medicamentos, e entrevistas a pacientes que receberam os biomedicamentos e anticorpos monoclonais para tratamento de artrite reumatoide. O instrumento de coleta de dados continha questões relativas ao paciente, à assistência médica, aos medicamentos objeto do estudo, ao seguimento farmacoterapêutico, aos caminhos utilizados para ingresso da ação judicial e às suspeitas de reações adversas aos medicamentos (RAM) obtidos. Em 60,4% (n=543/899) do universo de autores não existiam dados de faixa etária. O sexo feminino foi maioria (81,5%), sendo 85,1% dos processos constituídos por mandados de segurança. Os medicamentos foram prescritos por 185 médicos, e a representação jurídica, em sua maioria, coube a três de um total de 61 advogados. Os dados revelaram que em 100% a representação jurídica era particular. Constatou-se que 40,4% utilizaram um, ou nenhum, medicamento do protocolo clinico anteriormente à indicação do medicamento biológico. Em 89,2% dos casos as receitas médicas provinham de serviços de saúde não vinculados ao SUS, estando em desacordo com a legislação em 94,4% dos casos. Foram efetuadas entrevistas em 39,3% (n = 226/575) dos autores em cujos processos constaram os respectivos telefones, onde 85,4% ingressaram com ação judicial sem solicitar o medicamento a qualquer instituição anteriormente. Os médicos orientaram a via judicial para obtenção de medicamento em 73,5% dos casos, e 50,4% dos entrevistados nunca se reuniu com o advogado. A opinião do paciente sobre o medicamento mostrou que 72,1% os consideraram eficazes, e 54,4% consideraram que a doença curou, ou melhorou. O laboratório farmacêutico manteve comunicação frequente com 64% dos pacientes. O medicamento foi suspenso em 45,1% dos pacientes, 8% devido ao aparecimento de reações e 25,7% por ordem médica. Em 31,4% (n=71/226) houve reação no local da aplicação. Houve suspeita de RAM, em 31,4% (n=72/226), 19 destes com internações hospitalares provocadas por RAM e um evoluiu para morte. Após aplicação do algoritmo de Naranjo, a causalidade da RAM pelo medicamento pode ser atribuída como provável em 29,2% dos casos e, como possível, em 70,8%. Acredita-se que ações judiciais podem estar servindo a interesses farmacêuticos ou científicos, uma vez que existe contato direto do laboratório farmacêutico com o paciente, com intermediação de médicos.
- DissertaçãoAvaliação da segurança do ranibizumabe utilizando ensaios biológicos in vivo e in vitro(2011) Guimarães, Humberto CenciA degeneração macular relacionada à idade é uma das maiores causas de redução da capacidade laborativa, devido à perda da visão central e evolução para cegueira legal, impossibilitando atividades básicas como ler, escrever, cozinhar, dirigir e reconhecer a face das pessoas. O ranibizumabe foi aprovado pelo “United States Food and Drug Administration” FDA para o tratamento de degeneração macular relacionada à idade por injeção intravítrea. Este trabalho tem como objetivo geral avaliar os possíveis efeitos de sofrimento celular causado pelo ranibizumabe com o intuito de provar a sua segurança para uso em seres humanos. No ensaio biológico in vivo, em coelhos albinos, foram utilizados o exame de fundoscopia indireta durante 21 dias após a administração intravítrea do ranibizumabe (10 mg/mL), nos volumes de 0,03mL e 0,05mL ou de 0,05mL solução salina (grupo controle), e a avaliação histológica da retina dos olhos dos coelhos albinos com a coloração hematoxilina/eosina. O ensaio biológico in vitro do ranibizumabe foi realizado em cultura de células de fibroblastos murinos, nas concentrações de 0,0025mg/mL, 0,01mg/mL, 0,25mg/mL, 0,35mg/mL e 0,5mg/mL. A análise histológica do tecido retiniano indicou que a administração intravítrea do ranibizumabe não causou sofrimento ou morte celular no ensaio in vivo; e no ensaio in vitro só foi possível a determinação da IC10. Os ensaios biológicos in vivo e in vitro comprovam a segurança ranibizumabe para o tratamento de degeneração macular relacionada à idade. O desenvolvimento de formas de liberação controlada deste fármaco poderá gerar economia em relação ao custo do tratamento e reduzir o risco da realização repetida da injeção intravítrea.
- DissertaçãoAvaliação do complexo maxilo-mandibular de ratos tratados com ácido zoledrônico(2013) Borges, Liliane Cristine Ferreira de SouzaOsteoporose é uma doença crônica, degenerativa que afeta grande parcela da população, principalmente as mulheres acima dos 50 anos; com gastos de tratamento e assistência relativamente altos. Os bisfosfonatos (BFs), como inibidores da reabsorção óssea, são utilizados para tratamento da osteoporose desde a década de 60. Este grupo de compostos tem sido utilizado também nos casos de metástase óssea de tumores sólidos, mieloma múltiplo, hipercalcemia e doença de Paget. Diante de diversos casos relatados na literatura de osteonecrose associada aos BFs, a presente pesquisa tem por objetivo investigar a associação de necrose óssea à terapia com ácido zoledrônico e procedimento cirúrgico odontológico (exodontia de molares). O experimento foi realizado in vivo, com 18 animais Rattus norvegicus albinus da linhagem Wistar, machos, admitidos com aproximadamente 120g. Os animais; foram divididos aleatoriamente em 3 grupos denominados grupos A, B e C. Os animais do grupo A foram submetidos a 3 administrações de ácido zoledrônico (0,6mg/kg) e submetidos a exodontia, o grupo B foram submetidos a 3 administrações do ácido zoledrônico e não foram submetidos a exodontia, o grupo C não foi submetido a administração do ácido zoledrônico e foi submetido a exodontia. Alterações alveolares foram investigadas por meio da análise histológica. Os animais tratados com ácido zoledrônico e submetidos à exodontia apresentaram osteonecrose (60%); os animais submetidos a terapia com ácido zoledrônico apresentaram irritação periorbital (58,3%) e pH da urina básico (91,7%). A presente pesquisa permitiu concluir que o uso de ácido zoledrônico foi fator de risco para o desenvolvimento de osteonecrose principalmente quando o uso está associado à procedimento cirúrgico odontológico.
- DissertaçãoControle de medicamentos antimicrobianos no Brasil: repercussões sobre farmácias e drogarias(2011) Lopes Júnior, RogérioA falta de fiscalização e de aplicação efetiva de controles sobre a venda e o uso de antimicrobianos é citada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa da crescente resistência aos microrganismos. Para minimizar as consequências deste grave problema de saúde pública, vários países têm aprimorado a regulação da prescrição e dispensação de antimicrobianos. No Brasil, medidas de controle foram adotadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 44, de 26 de outubro de 2010. O objetivo deste trabalho foi avaliar as repercussões do controle de medicamentos antimicrobianos em farmácias e drogarias. Trata-se de estudo observacional, longitudinal, descritivo do comércio de antibacterianos. A unidade de análise foi o estabelecimento farmacêutico integrado ao Sistema Acode da Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácias (Febrafar), que sistematiza informações sobre os medicamentos adquiridos por cerca de 3.000 farmácias e drogarias (4,5% do total de farmácias e drogarias no Brasil), estabelecidas em aproximadamente 1.500 municípios e no Distrito Federal (27% do total de municípios do Brasil). Foram analisadas informações referentes a 28 antibacterianos isolados e quatro combinações em dose fixa, no período entre junho de 2009 e maio de 2011 (18 meses que precederam a implantação do controle de antimicrobianos no Brasil e 6 meses posteriores). Observou-se redução no número de unidades de antibacterianos adquiridas pelos estabelecimentos farmacêuticos em todas as classes analisadas. Os antibacterianos que sofreram maior redução no número de unidades adquiridas foram tetraciclina (39%), azitromicina (33%), amoxicilina (32%), lincomicina (26%) e a combinação em dose fixa sulfametoxazol + trimetoprima (25%). Poucos fármacos apresentaram crescimento no número de unidades adquiridas: benzilpenicilina benzatina; cefadroxila; cefalexina; ceftriaxona; ciprofloxacino; clindamicina; minociclina; oxitetraciclina e tianfenicol. Acredita-se que o pequeno aumento observado (de 1,6 a 14%) possa decorrer da combinação de dois fatores: crescimento de mercado e maior volume de venda sob prescrição. Mesmo considerando o curto período acompanhado após a adoção das novas medidas de controle, a redução do número de unidades adquiridas pelos estabelecimentos farmacêuticos corrobora a expectativa de sucesso desta política, contribuindo para o aumento da racionalidade do uso de antimicrobianos no Brasil.
- DissertaçãoDesenvolvimento e avaliação de lipossomas como carreadores de grelina para liberação naso-cerebral(2020) Barros, Cecilia Torqueti deIntrodução: A caquexia é uma síndrome multifatorial caracterizada pela perda contínua de massa muscular esquelética que leva ao comprometimento funcional progressivo. Até o momento, nenhuma intervenção medicamentosa efetiva e aprovada reverte completamente os achados da síndrome caquética. Estudos demonstraram efeitos positivos e encorajadores da grelina (ghrelin – ghrl). No organismo, a ghrl exógena está sujeita a uma degradação muito rápida e as formulações atuais são planejadas para administração parenteral. Como estratégia para superar essas limitações, nosso estudo apresenta a liberação intranasal da ghrl carreada por lipossomas. Objetivos: Desenvolver um sistema lipossomal nanoestruturado para veiculação da ghrl, visando características necessárias para liberação naso-cerebral. Métodos: Os lipossomas foram obtidos pela técnica de hidratação de filmes de fosfolipídios, seguido por extrusão ou homogeneização de alta pressão, e revestidos com quitosana. O tamanho, o potencial elétrico de superfície, a polidispersidade e a eficiência de encapsulação foram parâmetros utilizados para caracterizar os lipossomas. A caracterização morfológica foi realizada por m (CryoTEM). A otimização da formulação foi realizada usando conceitos da abordagem de Qualidade Baseada em Projeto (Quality by Design – QbD). As formulações selecionadas otimizadas foram submetidas a análises ex vivo de permeação e mucoadesão. O tamanho, o índice de polidispersão e a eficiência de encapsulação das formulações otimizadas selecionadas foram estudadas para avaliar a estabilidade durante o período de 60 dias sob refrigeração a 5-8ºC. Resultados: A formulação otimizada de lipossomas carreadores de ghrl e revestido com quitosana foi identificada através de otimização numérica, estabelecendo os critérios alvo de: tamanho (mínimo), índice de polidispersão (IPD) (mínimo), potencial zeta (máximo) e eficiência de encapsulação (EE) (máximo). Os parâmetros selecionados pela otimização foram 70µg/mL de concentração de grelina, 0,3% (m/m) de quitosana e tempo de revestimento de 24 horas. Foram selecionadas a formulação otimizada produzida por homogeneização (Lhomo) e a formulação otimizada produzida por extrusão (Lextru). A formulação Lhomo resultou em lipossomas com 72,25±1,46nm, IPD de 0,300±0,027, potencial zeta de 50,3±1,46 e EE de 53,2%. Enquanto a formulação Lextru resultou em 152,43±0,24nm, IPD de 0,159±0,018, potencial zeta de 60,81±6,61 e EE de 53,6%. As análises dos resultados mostraram que os parâmetros avaliados permaneceram estáveis (p<0,5) durante 60 dias. O revestimento de quitosana melhorou o desempenho das formulações nas análises ex vivo de permeação e mucoadesão, quando comparada às formulações sem revestimento. Apesar da homogeneização de alta pressão resultar em lipossomas menores do que a obtida por extrusão, esse parâmetro não foi significativo nas análises de permeação. Conclusão: Com o método de reidratação do filme fosfolipídico, seguido de pós-processamento, foi possível formar estrutura nanolipossomal, confirmado por cryo-TEM. Com a abordagem QbD foi possível estabelecer os fatores do processo que influenciam nos parâmetros de interesse. Dentre os fatores de formulação que mais influenciaram o tamanho de partícula e a carga de superfície, a concentração de quitosana foi a mais relevante. A concentração de ghrl influência de forma inversa a EE. O revestimento de quitosana foi importante para o desempenho das formulações nas análises ex vivo de permeação e mucoadesão.
- TeseDesenvolvimento e caracterização de lipossomas peguilados revestidos com quitosana com potencial para liberação naso-cerebral de anfotericina B(2021) Rios, Alessandra CândidaO tratamento de patologias que acometem o sistema nervoso central (SNC) muitas vezes é limitado devido à proteção deste sistema através da barreira hemato-encefálica. A permeação de nano-carreadores, através da via naso-cerebral tem demonstrado potencial eficácia nesta transposição. Este estudo propôs a liberação naso-cerebral de anfotericina B encapsulada em lipossomas peguilados revestidos com quitosana. Os lipossomas foram avaliados quanto ao encapsulamento do fármaco, tamanho hidrodinâmico, índice de polidispersão, potencial zeta e características de liberação do fármaco ex vivo com membrana nasal suína e in vivo, utilizando ratos Wistar. Por meio de uma abordagem de análise multifatorial para auxiliar no planejamento experimental da formulação, foi obtida uma eficiência de encapsulação de 98,30 ± 0,02% e, após processo de extrusão por membranas, os lipossomas peguilados apresentram tamanho de vesícula de 60,64 ± 0,62 nm, índice de polidispersão de 0,120 ± 0,056 e potencial zeta + 17,88 ± 2,02 mV, após revestimento com quitosana. Adicionalmente, foi desenvolvido e validado um método analítico para quantificação da anfotericina B, também através de planejamento fatorial com análise multivariada dos fatores envolvidos na cromatografia líquida de alta eficiência. Assim, este estudo propôs um lipossoma peguilado revestido com quitosana com potencial para o direcionamento da anfotericina B diretamente ao cérebro através da via naso-cerebral. Esta pesquisa foi importante como ponto de partida e para abrir novas perspectivas para o desenvolvimento de sistemas de liberação naso-cerebral que promovam a absorção do fármaco de forma efetiva, criando alternativas para o tratamento de patologias que acometem o SNC.
- DissertaçãoEfeito da associação finasterida e blend contendo fatores de crescimento pelo parâmetro da mutagenicidade (teste de Ames)(2020) Constantino, EdersonIntrodução: A alopecia androgenética (AAG) é uma condição que interfere na qualidade de vida, na autoestima e na vida social do indivíduo acometido. A busca pelo melhor tratamento para erradicar ou minimizar a queda de cabelo depende da segurança do seu uso. Para aferir segurança a um composto ou a uma mistura devese conhecer a sua toxicidade, incluindo a genotoxicidade, e o ensaio Salmonella/microssoma é recomendado para esta finalidade. Objetivos: O objetivo desse estudo foi verificar a segurança da combinação finasterida com um blend contendo fatores de crescimento, através do parâmetro Salmonella/microssoma (teste de Ames). Metodologia: As concentrações de Finasterida (50 mg/mL), blend de fatores de crescimento (1,2 mg/0,1 mL) e a associação Finasterida + blend (50 mg/mL, cada) foram preliminarmente ensaiadas em limite máximo preconizado pelas agências regulatórias (5 mg/placa) com a linhagem S. typhimurium TA100 para o teste de toxicidade. Posteriormente realizou-se o ensaio em linhagens de TA97a, TA98, TA100 e TA102, na ausência (-S9) e na presença (+S9) de ativação metabólica exógena. Os resultados foram analisados estatisticamente com controles (positivo de cada linhagem, negativo e espontâneo) e os índices de mutagenicidade (IM2,0) calculados. Todos os ensaios foram realizados em triplicata. Resultados: Os valores máximos de 5 mg/placa de Finasterida, do blend e da associação não apresentaram toxicidade à linhagem TA100. No Teste de Ames, sem ativação metabólica, a finasterida, o blend e a associação não se mostraram mutagênicos nas linhagens testadas. Na presença de ativação metabólica, o blend apresentou mutagenicidade dependente da concentração, sendo segura de 0,12 a 0,000012 mg/placa após sofrer diluições em série. Entretanto, quando em mistura com concentração fixa de finasterida (5 mg/placa), o resultado foi positivo para a linhagem TA98 e TA100, indicando a participação de metabólitos da finasterida na mutagenicidade. Conclusão: O blend comercial estudado não mostrou ser um mutágeno direto, por não apresentar mutagenicidade na ausência de ativação metabólica. Entretanto, na presença de ativação metabólica, concentrações 1,2 mg/placa do blend resultaram em falso-positivo de mutagenicidade por conter em sua composição, histidina no complexo de cobre, que foi completamente atenuado em concentrações de 0,12 a 0,000012 mg/placa, consideradas seguras. Mesmo em concentrações seguras do blend, a associação com a finasterida induziu mutação reversa nas cepas TA98 e TA100 (+S9), cujas evidências da literatura, pode ter sido causada pelo metabólito finasterida-ω-ácido-óico.
- DissertaçãoInvestigação sobre a adesão dos cuidadores ao tratamento com carbamazepina em crianças e adolescentes com transtornos psiquiátricos(2009) Stucchi, Hebe Karina de OliveiraA adesão ao tratamento medicamentoso é um fator determinante no sucesso terapêutico. A adesão dos cuidadores pode ser influenciada por diversos fatores, ligados à psicopatologia da criança ou do adolescente, ao tratamento, às condições sociais e econômicas, como também, relacionada ao sistema de saúde. Ainda que sejam poucos os estudos na área da psiquiatria da infância e adolescência, a questão da adesão à terapêutica tem sido discutida e estudada por vários profissionais de saúde mental. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a adesão dos cuidadores ao tratamento medicamentoso com carbamazepina em crianças e adolescentes com transtornos psiquiátricos do Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência – CAPSi, da Associação Pró-Reintegração Social da Criança de Sorocaba e os possíveis fatores que a influenciam. Por meio de estudo descritivo e observacional, foi realizada entrevista estruturada, dosagem sérica de carbamazepina e duas orientações aos cuidadores, para avaliar o grau de adesão. Os cuidadores foram caracterizados como apresentando maior ou menor grau de adesão. Esta classificação foi baseada na análise entre os dados do prontuário e as informações fornecidas pelo cuidador durante a entrevista, considerando a afirmação do cuidador que adminstra o medicamento e que conhece o nome do fármaco em uso. Na análise dos medicamentos administrados às crianças e adolescentes, foram observadas as seguintes proporções de cuidadores classificados como menos aderentes: 25,0% no grupo em monoterapia e 75,0% no grupo em politerapia. Utilizou-se também o teste de McNemar, que permitiu avaliar o grau de discordância de adesão dos cuidadores, que compareceram as duas intervenções de orientação sobre a administração correta do medicamento, entre a primeira e a segunda dosagem sérica de carbamazepina. Porém, a análise estatística mostrou que não houve diferenças estatisticamente significantes, entre os grupos de cuidadores aderentes, nos dois momentos do estudo, ou seja, antes e após as intervenções realizadas. Isto pode indicar a existência de um padrão específico de comportamento dos usuários do serviço, o que sugere a necessidade de maior atenção dos profissionais de saúde mental para o problema, bem como medidas de educação continuada aos cuidadores responsáveis pelas crianças ou adolescentes quanto à administração correta dos medicamentos.
- DissertaçãoModelo de atenção farmacêutica no tratamento com antirretrovirais, em clínica de DST/AIDS no município de Sorocaba, SP, Brasil(2012) Martinez, Adriana Michel VieiraO Programa Nacional Brasileiro de Controle da Infecção pelo HIV/ AIDS possibilita o acesso aos medicamentos antirretrovirais (ARV) e seu monitoramento, entretanto, a manutenção da terapia antirretroviral (TARV) representa um grande desafio aos serviços especializados, aos profissionais da saúde e aos pacientes. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o modelo de Atenção Farmacêutica, desenvolvido no serviço municipal especializado (SAME) em Sorocaba, SP, Brasil, quanto à adesão à TARV. Através de um estudo ecológico longitudinal analítico foi avaliado o impacto da intervenção clínica farmacêutica sobre a adesão dos pacientes HIV que faziam uso de TARV. Comparou-se o grupo de pacientes que foram assistidos pela Atenção Farmacêutica (n=130) com aqueles que não passaram por intervenção farmacêutica ao retiraram os medicamentos (n=229). No grupo que passou pela Atenção Farmacêutica foi verificada se ocorreu interferência na adesão dos pacientes que usavam TARV e concomitantemente medicamentos para infecção oportunista (IO). Foi feita a correlação do grau de adesão à TARV com os valores de carga viral e CD4. Os resultados obtidos indicam que a adesão ao TARV foi maior (p= 1,86x 10-8) e o abandono foi menor (p = 6,095 x 10-11) no grupo que recebeu Atenção farmacêutica. A adesão ao tratamento com TARV não foi menor no grupo que se encontrava em terapia para IO (p = 0,3036). Observou-se uma correlação positiva entre o grau de adesão e a porcentagem de pacientes com carga viral indetectável (p = 4,028 x 10-4) e entre o grau de adesão e a porcentagem de pacientes com aumento do nível de CD4 (p = 2,409 x10-3). O estudo demonstra que a Atenção Farmacêutica, realizada pelo profissional, com formação clínica em HIV, embasada em um modelo estruturado de Assistência Farmacêutica contribui para melhorar o perfil de adesão à TARV.
- DissertaçãoPerfil de prescritores e prescrição de antimicrobianos nas infecções de vias aéreas superiores em pediatria(2010) Rocha, Maria Carolina Pereira daAs infecções respiratórias são a principal causa de atendimento no setor primário de saúde. As crianças são mais atendidas e recebem mais antimicrobianos por esse motivo do que qualquer outra faixa etária. A maioria dessas infecções é de etiologia viral, mesmo assim, muitas recebem antimicrobianos desnecessariamente. Vários fatores podem ser relacionados à grande utilização de antimicrobianos nas Infecções de Vias Aéreas Superiores (IVAS): diagnóstico incerto, falta de conhecimento por parte dos pais e prescritores sobre a real necessidade desse medicamento, pressão sócio-econômica e cultural, medo de processos judiciais e satisfação da expectativa dos pais. Diante disto, o objetivo desse estudo foi traçar um perfil dos médicos que atendem crianças no Sistema Único de Saúde (SUS) em Sorocaba-SP e em uma Cooperativa de Médicos (Unimed) nas cidades do interior de São Paulo e como eles prescrevem antimicrobianos nos casos de IVAS. Foram enviados questionários aos prescritores com perguntas sobre seu perfil, fatores que interferem em sua prescrição, casos clínicos sobre IVAS e sugestões para diminuir a prescrição de antimicrobianos. A amostra obtida foi de 170 prescritores, a média do tempo de formação foi de 23,5 anos, 13,5% deles não havia feito residência médica em pediatria, 75,3% trabalham predominantemente no SUS, 70,8% apresentam carga horária semanal de trabalho de 40 horas ou mais. Os periódicos foram a principal forma de atualização utilizada, e os que apresentavam menor tempo de formação deram mais importância aos materiais de laboratório que os demais. A grande maioria dos médicos que trabalha no SUS (97,6%) atende mais de cinco pacientes por hora versus 33,1% dos que trabalham no Setor Privado. Os exames laboratoriais foram solicitados em 10 a 15% dos casos de IVAS. Os fatores que interferiram na prescrição de antimicrobianos foram: estado geral da criança, presença de doença de base, tempo de evolução da doença entre outros. Em casos de dúvida sobre a etiologia viral ou bacteriana da infecção, novamente o estado geral foi considerado mais importante seguido de pressão dos pais (este mais importante para os formados há menos tempo), questões legais, necessidade de possíveis reavaliações entre outros. Sobre o conhecimento técnico percebe-se certa dificuldade em relação à segurança e toxicidade dos antibióticos e ainda no diagnóstico de algumas IVAS, principalmente das sinusites e amigdalites bacterianas. Na avaliação da qualidade da prescrição, 32,9% dos médicos apresentaram qualidade abaixo da média calculada e esta se relacionou significativamente com a forma de informação utilizada para sua atualização. Houve tendência à piora da qualidade da prescrição conforme aumentava o número de pacientes atendidos por hora. A partir desses dados, nota-se certo desconhecimento técnico sobre as recomendações atuais no tratamento das IVAS, sendo que essas dificuldades são maiores nos que utilizam meios pouco recomendados para atualização. Educação eficiente sobre o assunto se faz necessária para que possamos melhorar a qualidade da prescrição de antibióticos e evitarmos seu uso desnecessário.
- DissertaçãoPreparação e caracterização de filmes poliméricos mucodesivos com potencial de uso para o tratamento da mucosite oral aguda induzida por quimioterapia e radioterapia(2013) Lopes, Daiane TenorTratamentos antineoplásicos como quimioterapia e radioterapia para tratamento de câncer na região de cabeça e pescoço causam, invariavelmente, mucosite oral. Esta grave consequência leva a modificações indesejadas no protocolo do tratamento antineoplásico, prejudica o estado nutricional e diminui a qualidade de vida de pacientes em tratamento. Tratar ou prevenir o agravamento da mucosite oral destes pacientes é, sobretudo, um grande desafio científico. O desenvolvimento de sistemas de liberação de fármacos para aliviar a dor local, estimular a reepitelização do tecido, manter a umidade da mucosa, e promover a descontaminação seletiva de microrganismos pode contribuir significativamente para tratamento da doença e para o bem estar dos pacientes. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi à preparação e avaliação in vitro e in vivo de dispositivos orais, na forma de filme mucoadesivos e hidrogelatinosos, para liberação bucal de fármacos para prevenir e tratar a mucosite oral. Os dispositivos orais foram preparados na forma de uma mistura de polímeros, cuja base foi composta de carboximetilcelulose ultrapurificada (CMC), polivinilpirrolidona K30 (PVP), hidroxipropilmeticelulose K4M (HPMC K4M), hidroxipropilmetilcelulose 100 (HPMC 100), hidroxietilcelulose (HEC) e quitosana de baixa massa molar (QT). Para obtenção dos filmes foi adotada 2 técnicas, sendo uma delas por moldagem e a outra técnica por extensão do hidrogel. As propriedades morfológicas, mecânicas e biofarmacotécnicas dos filmes foram avaliadas in vitro. Estudo piloto in vivo foi realizado para avaliar, preliminarmente, a mucoadesão. Os resultados dos estudos com os hidrogéis mostraram o comportamento de fluxo de cada polímero bem como da mistura e das concentrações adequadas de cada polímero no hidrogel para a formação de um dispositivo oral na forma de filme bicamada, hidrogelatinoso e mucoadesivo. A mucoadesão e a resistência mecânica medidas in vitro foram plenamente satisfatórias para alcançar o produto desejado. Estudo piloto realizado in vivo demonstrou que o dispositivo oral adere á superfície do epitélio e que a erosão da camada apical observada visualmente foi gradual. Nesta perspectiva de produto com alto valor agregado, os dispositivos orais na forma de filme hidrogelatinoso mucoadesivo podem ser uma alternativa promissora na prevenção e tratamento da mucosite oral. O efeito da concentração dos polímeros sobre a liberação dos fármacos será avaliado posteriormente.
- TeseSegurança no uso de medicamentos por pacientes com doença de Alzheimer: usuários da farmácia de medicamentos especializados do Município de Sorocaba(2019) Ferreira, Tânia ReginaA doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum e apesar de poder atingir pessoas adultas em qualquer idade, a maioria são idosos. Devido ao crescente aumento do número desta população, esta doença é considerada problema de saúde pública mundial. Os idosos são o grupo que mais consome medicamentos o que pode ocasionar aumento do número de reação adversa aos medicamentos (RAM) e de prescrições inapropriadas, com consequente prejuízo para a sua saúde. Dados nacionais relacionados à segurança do tratamento medicamentoso da doença de Alzheimer não foram encontrados na literatura pesquisada. Esta tese teve por objetivo analisar a segurança no uso de medicamentos prescritos para pessoas com doença de Alzheimer, usuários da Farmácia de Medicamentos Especializados (FME) do município de Sorocaba, estado de São Paulo, a fim de: i) determinar a prevalência e a gravidade de reações adversas autorreferidas aos medicamentos prescritos para o tratamento da doença de Alzheimer, em específico aos anticolinesterásicos (donepezila, galantamina, rivastigmina) e o antagonista dos receptores N-metil-D-aspartato (memantina) (artigo 1); e ii) determinar a prevalência de medicamentos e de prescrições potencialmente inapropriados nos idosos com doença de Alzheimer, bem como descrevê-los (artigo 2). Neste estudo de desenho transversal, as informações a respeito do número de pacientes com cadastro ativo para a retirada dos medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer foram coletadas do sistema informatizado MEDEX, no período entre dezembro e abril de 2017. No período entre junho e setembro de 2017 ocorreram as entrevistas com os pacientes e/ou os seus responsáveis, a fim de coletar os desfechos: prevalência de reações adversas autorreferidas aos medicamentos donepezila, galantamina, rivastigmina e memantina; caracterização das RAM em relação à frequência de acometimento e gravidade (artigo 1); prevalência de prescrições potencialmente inapropriadas (PPI) de acordo com os critérios de Beers 2019; prevalência de medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) segundo as classes terapêuticas; e prevalência de MPI que devem ser evitados em idosos (artigo 2). Encontrou-se uma população de 285 pessoas com doença de Alzheimer cadastradas no sistema MEDEX. No artigo 1 “Frequência e gravidade das reações adversas medicamentosas prescritas para a doença de Alzheimer no Brasil: estudo transversal”, 250 (88,4%) pessoas foram entrevistadas e participaram do estudo. Desta amostra, houve predomínio de mulheres (63,1%), faixa etária de 75 anos ou mais (70,3%), com comorbidades (70,3%) e que não faziam uso de polifarmácia (63,0%). A presença de pelo menos uma RAM foi observada em 209 (83,6%) pacientes (933 relatos de RAM), sendo 41,6% para donepezila, 21,5% para galantamina, 13,8% para rivastigmina e 4,3% para memantina. Os efeitos adversos mais prevalentes estiveram associados ao sistema nervoso central e foram caracterizados de comum frequência (57,1%) e gravidade leve (89,0%). Seis pacientes foram hospitalizados, em maioria, devido ao uso da galantamina. No artigo 2 “Prescrições potencialmente inapropriadas para idosos com doença de Alzheimer: estudo transversal”, de um total de 237 idosos, 234 atenderam aos critérios de elegibilidade e participaram do estudo que verificou a prevalência de PPI. Das 234 prescrições avaliadas (uma prescrição/idoso), 66,7% (n=156) era inapropriada. Esta população caracterizou-se também por mulheres (62,2%), com 75 anos ou mais (76,8%) e que não faziam uso de polifarmácia (38,5%). Dos 1.073 medicamentos prescritos, 30,5% (n=327) era MPI, sendo pertencentes principalmente ao sistema nervoso central e ao aparelho cardiovascular; com destaque para quetiapina (12,8%) e ácido acetilsalicílico (11,6%), respectivamente. Em torno de 45,2% dos MPI deveriam ser evitados em idosos, com destaque para a sertralina (14,2%). Observou-se número elevado de relatos de RAM relacionados aos medicamentos prescritos para o tratamento da doença de Alzheimer bem como de PPI, demonstrando a necessidade de intervenções que melhorem aspectos relacionados à segurança do uso de medicamentos por esta população. Os achados deste estudo podem contribuir para o profissional de saúde na melhoria dos cuidados relacionados à segurança do uso de medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer.
- DissertaçãoUso prévio de antimicrobianos em pacientes hospitalizados com pé diabético(2011) Quilici, Maria Teresa VerroneA infecção dos pés em pacientes diabéticos é uma complicação frequente, complexa, de alto custo, determinando a amputação imediata em 25% a 50% dos casos. Os agentes de infecção isolados descritos na literatura mostram resistência aos medicamentos de menor custo, sendo necessário estabelecer o tratamento ambulatorial empírico na maioria dos casos. Além disso, diversas especialidades médicas estão envolvidas no atendimento ambulatorial desses pacientes dificultando a implantação de protocolos de tratamento. O objetivo deste projeto foi avaliar o uso prévio de antimicrobianos no tratamento anti-infeccioso em pacientes internados com pé diabético. Foi realizado um estudo transversal envolvendo 100 pacientes diabéticos com complicações infecciosas em membros inferiores, internados no Conjunto Hospitalar de Sorocaba. As variáveis estudadas foram aquelas relacionadas com a doença, infecção e adesão ao tratamento. Os indivíduos foram submetidos à entrevista através de questionário estruturado e dados de prontuários foram colhidos. No intuito de identificar as variáveis independentemente associadas à evolução para amputação em pacientes diabéticos procedeu-se à análise com a regressão múltipla de Cox (com variância robusta), utilizando-se as variáveis que apresentaram valores de p menores que 0,25 à análise univariada. A idade dos pacientes variou de 31,9 a 89,7 anos (mediana de 62 anos). A casuística formada por 68 homens, sendo a maioria branca (78%), de baixo nível sócio econômico e de instrução. A maioria referia fazer acompanhamento do diabetes (79%), mas os níveis glicêmicos na internação estavam elevados. As complicações crônicas mais prevalentes foram: neuropatia (91%) e doença a vascular periférica (63%). A hipertensão arterial e dislipidemia estavam presentes em 72 % e 41%. A maioria apresentou pé diabético neuroisquêmico (86%) e 75% internaram com úlcera grau 4 de Wagner. Ao teste de Morisky, 71% eram não aderentes ao tratamento e os medicamentos mais referidos foram os antidiabéticos (84%) e os anti-hipertensivos (62%). O uso prévio de antibióticos foi verificado em 66% dos casos e durante a internação o uso foi em 95%. Evoluíram para amputação 61% dos pacientes, 14% com desbridamento e 9% com revascularização. Os resultados mostram um risco aumentado de 42% de evolução para amputação em pacientes que fizeram uso prévio de antimicrobianos e sugerem risco aumentado de 26% para os menos aderentes ao tratamento medicamentoso. Além disso, notou-se que para o aumento de um grau na classificação de úlcera pelo critério de Wagner houve um incremento de 65% no risco de amputação. Os pacientes que haviam realizado procedimento conservador antes da internação tiveram risco 63% menor de amputação. Pacientes diabéticos com úlceras no pé devem ser diagnosticados e tratados precocemente, com esquemas antimicrobianos preconizados e adequados à gravidade da lesão, condições clínicas e socioeconômicas. A adesão ao tratamento e a prevenção do pé diabético através de medidas educativas devem ser estimuladas nos serviços que prestam atendimento aos diabéticos e requer abordagem multidisciplinar, evitando-se a progressão das complicações crônicas e a evolução das úlceras para graus mais avançados, que teriam risco maior de amputação. O tratamento conservador realizado antes da internação indica que a atenção e orientação especializada prévia diminuiu o risco de amputação.
- DissertaçãoUtilização de antimicrobianos em gestantes com infecção do trato urinário(2011) Festa, Marisol AlvesA Infecção do Trato Urinário (ITU) é a principal síndrome infecciosa que acomete as gestantes, expondo-a e ao feto, a riscos que podem ser irreparáveis. Pode-se apresentar de três formas, a saber, como bacteriúria assintomática, cistite também conhecida como ITU baixa ou a pielonefrite conhecida como ITU alta. A grande preocupação gira em torno da opção segura para a realização do tratamento das afecções urinárias. A detecção precoce, já nas primeiras consultas do acompanhamento pré-natal, garante a terapêutica para a bacteriúria assintomática (BA) evitando casos de pielonefrite devido ao desconhecimento do caso. Foi realizado um estudo retrospectivo, epidemiológico, quantitativo, transversal, documental, por meio de análise de dados dos prontuários de pacientes gestantes com urocultura positiva pertencentes à rede pública do município de Sorocaba. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização dos antimicrobianos prescritos para o tratamento das infecções do trato urinário (ITU) em gestantes e a relação com os agentes causadores e perfil de sensibilidade. A idade média de 24,8 anos (DP 7,38), variando de 13 a 51 anos de idade, foi encontrada na população analisada. Notou-se o predomínio de Escherichia coli com cerca de 38% dos casos isolados (p<0,05), diferindo de todos os microrganismos encontrados, seguido de Staphylococcus aureus com cerca de 13% dos casos e em terceiro o Citrobacter diversus, com cerca de 12% dos casos. Ao avaliar a presença de leucocitúria com o agente, em destaque os Enterococos associados de maneira muito forte em 100% dos casos. A presença de Candida albicans no terceiro trimestre gestacional mostrou-se mais prevalente, porém sem significado estatístico (p=0,054). Quanto ao perfil da Escherichia coli, não houve nenhum fármaco com resistência total (100%), porém, muito próximo. O que se nota claramente é que com relação aos fármacos de maior segurança, temos opções seguras de tratamento com diminuição considerável para a ampicilina e amoxicilina. As gestantes que estiveram sob terapêutica antimicrobiana durante o primeiro trimestre da gestação, foram todas tratadas com fármacos da categoria B (FDA), com relação ao segundo trimestre gestacional, encontramos 6,90% das gestantes tratadas com fármacos da categoria C (FDA) e, finalmente para o terceiro trimestre de gestação, houve prescrição de fármacos da categoria C em 5,56% das gestantes. Embora a resistência aos fármacos disponíveis não tenha sido elevada, há uma preocupação para os fármacos considerados seguros segundo o FDA.