Navegando por Assunto "Plantas medicinais - Uso terapêutico"
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- DissertaçãoEfeitos farmacológicos do guaco (Mikania laevigata Shultz Bip. ex Backer) frente às ações do propanolol e salbutamol, em modelo experimental de musculatura estriada(2013) Novaes, Lourdita FazanoO guaco (Mikania laevigata) é planta popularmente utilizada para o alívio de sintomas respiratórios, tendo suas propriedades terapêuticas reconhecidas por estudos experimentais e pré-clínicos, porém com mecanismos de ação não completamente esclarecidos e atribuídos em parte a seu principal marcador, a cumarina. O salbutamol é fármaco de reconhecida ação broncodilatadora via receptores-β₂ de musculatura lisa de vias aéreas e o propranolol antagonista não seletivo de receptores-β, utilizado na clínica com diversas finalidades e ambos em estudos experimentais. Este trabalho teve como objetivos, produzir extratos de diferentes polaridades de M. laevigata (EHA- hidroalcoólico; INF1 e 2%- aquoso por infusão; EH- hexano; ED-diclorometano; EAC- acetato de etila; EM- metanol), caracterizá-los através de cromatografia em camada delgada, utilizando como referência seu marcador (fitoquímico comercial cumarina- 1,2-benzopirona); verificar os efeitos farmacológicos dos extratos e comparar com os do salbutamol, propranolol (Prop.) e fitoqúimico em modelo experimental de nervo frênico-diafragma de camundongo, tendo em vista a ação do conjunto de fármacos, fitoquímico e extratos em musculatura estriada esquelética. Os resultados mostraram ação tanto dos fármacos quanto dos extratos na resposta contrátil por estimulação indireta (%), ao final de 1 hora: o propranolol (48,4±7,2 com 0,4µM n=6) e o fitoquímico (65,3±5,4 com 200µg/ml n=5) produziram efeito bloqueador; o salbutamol (105,9±8,7 com 20µg/ml n=4; 113,7±8,7 com 100µg/ml n=7 e 105,2±10 com 500µg/ml n=4) e os extratos (EHA 99,4±3 com 1mg/ml n=6; INF2 137±3,1 n=3; EH 200µg/ml+ PEG 400 3µl/ml 105,3±4,7 n=3; ED 200µg/ml+DMSO 6µl/ml 82,3±4,4 n=3; EAC 100µg/ml+PEG 400 3µl/ml 103±5,2 n=3) produziram efeito facilitador da contração muscular, sendo maior o do extrato aquoso (INF2) que também interferiu significativamente no bloqueio induzido pelo propranolol (INF1 com 200µg/ml+Prop. 0,4µM 92,8±7,5 n=5). O extrato hidroalcoólico mostrou interferência nas ações do propranolol (EHA 1mg/ml+Prop. 0,4µM 0±0 n=4) e salbutamol (EHA 200µg/ml+salbutamol 0,3µM 102,8±8,4 n=5) com tendência para bloqueio nos dois casos. O extrato de acetato de etila mostrou diferença significativa na resposta entre os solventes utilizados (EAC 200µg/ml+PEG 400 3µl/ml 94,5±5,1 n=5 e EAC 200µg/ml+DMSO 6µl/ml 72,1±1,4 n=5). O fitoquímico cumarina, não apresentou no modelo ação correspendente à dos extratos e interferiu no efeito facilitador do salbutamol (T=20 salbutamol 0,3µM 111,3±2,4 T=30 salbutamol 0,3µM/cumarina 500µg 105,7±2,4 n=5). Os extratos com presença marcante do ácido o-cumárico apresentaram resposta farmacológica mais expressiva. Estes resultados sugerem que as ações do guaco se desenvolvem por meio de fitocomplexo e através de múltiplos mecanismos de ação, dentre os quais a possível participação de vias adrenérgicas. Palavras chave: Mikania laevigata. Propranolol. Salbutamol. Junção neuromuscular. Músculo estriado esquelético.
- DissertaçãoFitoterápicos de uso oral comercializados no Brasil para o tratamento da osteoartrite: revisão sistemática e metanálise(2016) Moura, Mariana Del GrossiA osteoartrite (OA) afeta 1% da população mundial e é a causa mais comum de incapacidade músculo-esquelética em idosos. Medicamentos à base de plantas medicinais são comumente comercializados e usados pela população brasileira para controlar os sintomas associados à OA. O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade e a segurança de 13 medicamentos à base de plantas comercializados no Brasil para o tratamento da OA. Trata-se de uma revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos controlados randomizados em pacientes adultos com OA de joelho e/ou quadril tratados com fitoterápicos das plantas: Harpagophytum procumbens, Uncaria tomentosa, Salix alba (ambos financiados pelo governo brasileiro), Curcuma longa (ou Curcuma domestica), Chenopodium ambrosioides, Cordia curassavica (ou Cordia verbenacea), Zingiber officinale, Persea gratissima (ou Persea americana) (pertencem a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde), Boswellia serrata, Bowdichia virgilioides, Salix daphnoides, Salix purpurea e Uncaria guianensis, em comparação com placebo ou controles ativos. A busca por estudos elegíveis foi realizada nas bases de dados eletrônicas: CENTRAL; MEDLINE; EMBASE; CINAHL; Web of Science; Health Star; AMED, the database of the Cochrane Complementary Medicine Field, LILACS; CAB abstracts, clinical trial.gov, WHO Trial Register e Banco Nacional de teses da CAPES. Foram combinados os termos que descrevem OA e as plantas medicinais, individualmente. Foram medidos os desfechos primários: dor, função física, rigidez, edema, qualidade de vida e os desfechos secundários: eventos adversos, número de pacientes que relataram eventos adversos, satisfação com o tratamento, consumo de medimento de resgate e mudança na estrutura da articulação. De 2.241 estudos encontrados, 16 foram incluídos na revisão sistemática, e destes, nove foram incluídos na metanálise. Apenas três estudos preencheram todos os critérios de análise crítica e apresentaram risco mínimo de viés. H. procumbens teve eficácia semelhante à diacereína, apresentou melhor perfil de segurança e usou menos medicamento de resgate. B. serrata foi mais eficaz para dor e função física, e foi considerada mais segura comparada ao placebo e ao valdecoxibe. Os resultados da metanálise não comprovaram o benefício da U. guianensis em relação ao placebo para reduzir a dor; e nem da S. purpurea e S. daphnoides em relação ao placebo e ao diclofenaco para redução da dor, embora tenham se mostrados seguros. C. longa não foi superior ao ibuprofeno para a redução da dor e melhora da função física, mas foi considerada mais segura. Z. officinalle mostrou ser mais eficaz que placebo na redução da dor, e apresentou perfil de segurança semelhante ao diclofenaco e placebo. Os resultados deste estudo devem ser vistos com cautela devido ao baixo número de estudos incluídos. As evidências não foram suficientes para afirmar a efetividade e segurança destes fitoterápicos para AO. Desta forma, este estudo orienta os gestores do sistema de saúde pública e prescritores na tomada de decisão quanto ao uso destes fitoterápicos para OA.
- DissertaçãoPlantas medicinais brasileiras no tratamento de doenças do trato respiratório superior e doenças brônquicas: revisão sistemática(2014) Silva, Maria Carolina de Oliveira eNo Brasil, os medicamentos fitoterápicos são usualmente recomendados como tratamento de primeira escolha para doenças respiratórias. No entanto, existem incertezas sobre a efetividade deste tipo de tratamento. Esta revisão sistemática teve por objetivo avaliar quatorze plantas medicinais registradas na Anvisa, no tratamento de doenças trato respiratório superior e doenças brônquicas (Ananas comosus L. Merril, Echinacea purpurea Moench, Eucalyptus globules L., Glycyrrhiza glabra L., Hedera helix L., Malva sylvestris L., Mentha spp* (M. piperita ou M. villosa), Mikania spp* (M. glomerata or M. laevigata), Pelargonium sidoides D.C., Petasites hybridus L., Pimpinella anisum L., Polygala senega L., Psychotria ipecacuanha (Brot.) Stokes, Sambucus nigra L.). Foram incluídos estudos randomizados em pacientes adultos ou pediátricos com tal doença tratada por qualquer forma farmacêutica da planta medicinal em comparação com placebo, nenhum tratamento, ou uma terapia alternativa. A busca por estudos elegíveis foi realizada por meio de bases eletrônicas (Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) que contém Cochrane Acute Respiratory Infections Group’s Specialized Register; MEDLINE; EMBASE; CINAHL (Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature); Web of Science; Health Star (via OVID); AMED, the database of the Cochrane Complementary Medicine Field, LILACS; CAB abstracts, clinical trial.gov, WHO Trial Register e Banco de Teses brasileiro (CAPES)), foi realizada a análise de dados com verificação cruzada dos mesmos. A busca resultou em 199 artigos potencialmente elegíveis. Após revisão do artigo completo, os revisores por consenso decidiram incluir 16 artigos. A revisão envolveu 4.220 pacientes com doenças respiratórias, tratados com E.purpurea e P.sidoides. Para os resultados obtidos dos estudos incluídos (n=9) da planta medicinal E.purpurea, não houve padronização na forma de avaliação dos desfechos. No entanto, oitos estudos (n=9) apontaram benefícios para os sintomas globais no tratamento do trato respiratório e doenças brônquicas. Três dos quatro estudos que avaliaram o desfecho tosse, indicaram benefícios, quanto a gravidade e dias com sintomas. A planta P.sidoides, apresentou evidências bastante promissoras, os sete estudos avaliaram a redução da severidade dos sintomas, todos apresentaram superioridade no grupo tratamento. Dois estudos confirmaram a relação dosedependente da intervenção. Não houve em nenhum estudo, avaliação para o desfecho tosse. Ambas as plantas apresentaram efeitos adversos relatados, principalmente ligados a sintomas do sistema gastrointestinal considerados não grave. Para as outras doze plantas, pode-se afirmar que não existe evidência suficiente para as condições clínicas que esta revisão atende. Destaca-se, que dessas, duas plantas (M.glomerata e M.piperita) são financiadas pelo Ministério da saúde e distribuídas gratuitamente no SUS. Tendo em vista importantes discrepâncias entre a realidade da prática clínica e a abrangência deste estudo, sugere-se uma revisão dos registros e financiamento desses fitoterápicos nos respectivos órgãos responsáveis.