Medicalização e educação: o entorpecimento da infância no cotidiano escolar
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Resumo / Abstract
Este trabalho tem o objetivo de relacionar e discutir a contemporaneidade com alguns discursos sobre o processo de medicalização no cotidiano escolar e utilizar da poesia como método para sensibilizar e levar ao estranhamento que se instala no interior das escolas, frente aos alunos que apresentam um padrão de comportamento fora do estabelecido como normal. Outro objetivo é mostrar o entorpecimento da criança pela medicalização. A metodologia usada se dá a partir de uma poética rizomática da argumentação, por uma condição ético-política da relação entre educação escolar e medicalização, relacionada aos conceitos de biopolítica, biopoder, dispositivos e mundo virtual. A tese aponta o processo de medicalização da infância na educação e relaciona o discurso higienista e biologizante do início do século XX e os dispositivos de controle foucautianos, para pensar a medicalização escolar como mecanismo de controle sobre a vida, um biopoder. Esta tese anuncia que a patologização e a biologização, se fazem presentes hoje no cotidiano escolar, por meio de laudos generalistas, “rótulos”, que descrevem a situação de não aprendizagem e dos “comportamentos inadequados" dos alunos e sustenta que a medicalização tem causado um entorpecimento da criança no seu cotidiano escolar.