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O que faz a escolha: formas de seleção de livros de literatura por docentes de 5ª a 8ª série

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Data

2008

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Dissertação

Curso



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Resumo / Abstract

Este trabalho buscou identificar critérios de escolha e indicação de leitura de livros de literatura para alunos do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série. Interessava reconhecer os referenciais predominantes, entre professores, coordenadores, lideranças escolares, de suas escolhas. A leitura de literatura tem lugar garantido no currículo escolar de primeiro grau e, no segundo grau, passa a ser uma disciplina. Buscou-se no referencial teórico o papel da escola, o significado da formação escolar e o tipo de sujeito que esta escola está pretendendo formar. Centrou-se a investigação na forma como são escolhidos os materiais para a prática formadora de alunos/leitores, o que sugeriu que os professores, com freqüência, supõem partir dos ―interesses‖ dos educandos, sem romper com seu ―estado de acomodação‖, com base em teses que pregam que ―o aluno pode escolher o que gosta‖. A análise dos referenciais teóricos permitiu observar que, a partir da década de 70, embora não se verifique uma tendência única, generalizou-se um discurso da formação do leitor que gira em torno da livre escolha, critério relacionado com a leitura de prazer e de projeção subjetivista: ler levaria a mundos mágicos, de fantasia e aventura. Para verificar de que modo tais tendências repercutem na prática dos professores, realizou-se uma pesquisa de caráter qualitativo em que foram entrevistados cinco professores de português pertencentes à rede pública e privada de ensino. Os resultados indicam que, tanto no que concerne aos hábitos de leitura dos professores como nos critérios de escolha e indicação de livros para os alunos, predomina a idéia de leitura livre, que teria supostamente o objetivo de motivar o aluno a gostar de ler. Verificou-se que há, sim, critérios de escolha e indicação de livros de literatura para alunos de 5ª a 8ª série, mas estes se revelam de maneira indireta. As principais fontes de orientação das escolhas são catálogos de editoras, livros recebidos do governo e orientações das secretarias de Educação, sugestões de revistas e programas televisivos. À idéia da grande literatura, da literatura/arte capaz de abalar e de provocar transformações, contrapõe-se um valor de senso comum: o de que ler faz bem, ler é bom, ler por prazer.


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