As jornalistas e as relações de trabalho: percepções dos impactos da reforma trabalhista de 2017
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Resumo / Abstract
Com a reforma trabalhista de 2017, regulamentaram-se muitas formas de trabalho precário. Para entender como isso afetou as profissionais mulheres no campo do jornalismo, esta pesquisa partiu da seguinte pergunta norteadora: como as jornalistas entendem seu trabalho a partir da reforma trabalhista de 2017? Sendo assim, como objetivo geral busca-se identificar qual a percepção das jornalistas a respeito do impacto da reforma de 2017 no trabalho delas. Como objetivos específicos propõemse entender como as jornalistas se veem dentro do mercado de trabalho atual, apresentar qual a perspectiva pessoal sobre as mudanças promovidas pela reforma trabalhista e refletir em que medida a questão de gênero interfere no mercado de trabalho do jornalismo. Para atingir os objetivos, partiu-se do entendimento de jornalismo na perspectiva de Cremilda Medina. A autora também forneceu suporte teórico-metodológico para o desenvolvimento da entrevista aberta, estratégia escolhida para coletar, como diria Cicilia Peruzzo, os observáveis, isto é, as informações apresentadas pelas seis jornalistas ouvidas nesta pesquisa. As entrevistas foram registradas na íntegra em um diário de campo. No que concerne ao contexto social, as mudanças históricas das relações de trabalho e as principais alterações promovidas pela reforma trabalhista de 2017 foram retomadas com suporte no paradigma marxista. A partir principalmente, dos estudos de Cristina Bruschini, Sueli Carneiro e bell hooks; são abordados; o histórico das relações de trabalho das mulheres, a partir do século XIX; suas perspectivas femininas em relação ao trabalho; e a importância de um olhar interseccional para perceber os impactos que cada mulher, em sua especificidade, sente em suas relações de trabalho; bem como o conceito de Gênero de Joan Scott. A reflexão sobre o trabalho no campo do jornalismo tem como ponto de partida o binômio comunicação e trabalho de Roseli Fígaro. Ao longo da pesquisa, discorre-se sobre as mudanças no trabalho do jornalista, os impactos da tecnologia na profissão e as consequências das mudanças legislativas no campo, levando em consideração o recorte de gênero. Ao longo das entrevistas e, com base no referencial teórico, entendeu-se que a maioria das mulheres sente a discriminação de gênero no campo do jornalismo, principalmente quanto à presença feminina em cargos de liderança. Por isso, o “teto de vidro” comprova-se, especialmente, na experiência das mulheres pretas. Em relação às mudanças nas relações de trabalho regulamentadas pela reforma trabalhista, concluiu-se que a nova legislação regulamentou práticas que já eram observadas como tendência no mercado de trabalho. Espera-se, com essa pesquisa, contribuir com o campo do jornalismo e devolver às mulheres jornalistas os resultados alcançados de forma a promover a reflexão e a discussão sobre as condições de trabalho.