Comunicação pela luz: a construção de significados na promenade da catedral de Brasília
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Resumo / Abstract
O presente estudo insere-se na interface entre Comunicação e Arquitetura: o tratamento da arquitetura como linguagem, produtora de significados, justifica essa aproximação. O objeto de estudo em foco nesse diálogo é o potencial significativo da luz em obras arquitetônicas, e o objeto empírico é a Catedral de Brasília, obra do arquiteto brasileiro Oscar Neimayer, vista como signo. A questão norteadora assim se faz: como se dão os efeitos da luz na experiência vivida por pessoas que percorrem a promenade ou no caminho que leva ao altar da Catedral de Brasília? O objetivo principal que se delineia é o de contribuir para a compreensão destes significados; os objetivos específicos consistem em apresentar a luz em diferentes âmbitos – filosofia, religião, arte, arquitetura –, explicitar conceitos da semiotica peirceana que vão ancorar o tratamento da arquitetura e da luz como signos e linguagens; descrever e explicitar interpretantes gerados pela promenade da Catedral de Brasília. O percurso feito no local pelo caminhante/autor é o foco de interpretação nesta pesquisa; portanto, foi a partir do olhar do caminhante que se estabeleceu o método: o instrumental urdido por Santaella, sustentado pela semiótica de Charles S. Peirce. Centrado nos três modos de se apreender os fenômenos requisitados a um intérprete, esse instrumental institui três tipos de olhar: contemplativo, observacional e interpretativo para desenredar os significados da luz. Contudo, para efeito de ilustrar os passos dessa experiência prática, as fotografias registradas no trajeto serão utilizadas. Valemo-nos de teóricos que fundamentam a arquitetura, como Muller, Montaner, Oliveira e Frade; de historiadores sobre os significados da luz, como Almeida, Borsa, Dias e Fontoura, além de Santaella, Drigo e Souza para tratarmos a semiótica peirceana. Pensamos assim, contribuir com conhecimentos vindos da Comunicação, sobretudo os fundados na semiótica peirceana, para a compreensão da concepção da luz como elemento fundamental da arquitetura. Essa relação fortalece a interface Arquitetura e Comunicação através da semiótica.