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Rap e escolaridade: um estudo de caso com afro-descendentes na condição de liberdade assistida em Sorocaba/SP

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Data

2005

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Dissertação

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Resumo / Abstract

Entendendo a escola como um espaço institucional e autoregulado, com características e objetivos bem definidos – tratar um aluno que não seja mais do que um aluno necessitando apenas de conhecimento, assim delineando modos de relações correspondentes, esta dissertação trata de RAP e escolaridade no universo de adolescentes afro-descendentes na condição de Liberdade Assistida em Sorocaba/SP. No resgate da história de vida do próprio autor, desde o abandono familiar, a vida em orfanatos, a experiência de rua até a formatura em Educação Artística é que se encontra a busca de sentido de ser adolescente, no cenário hodierno socializado pelo movimento Hip Hop, nele especificamente o RAP, espaço no qual o adolescente encontra apoio, estabelece trocas e elabora projetos que dão sentido à vida no presente, no contraponto da escola, espaço distante dos interesses e necessidades do mundo da vida. A empiria tomou adolescentes afro-descendentes, autores de atos infracionais, em Liberdade Assistida, acompanhados por orientadores da unidade Vale da Benção, de Sorocaba, e matriculados em escolas estaduais, para explorar significativamente o pensar desses adolescentes sobre a escola e o pensar dos mesmos sobre o que a escola pensa a respeito deles. Partindo do plano discursivo das respostas, obtidas em conversas gravadas, para efeito de análise, inferiu-se que os adolescentes pesquisados constroem-se como sujeitos, na escola, na especificidade dos recursos que dispõem, privados de desenvolver todas as suas potencialidades e de viver plenamente a condição humana, mas não alienados ou passivos, que não nutram sonhos e desejos, quase sempre ligados à uma realização artística, em especial na esfera musical. Em simultâneo, inferiu-se que no contexto escolar a justiça social não é algo diferente da educação, visto que é imperativo investir nas “práticas educativas como lugares de justiça” para que seja cumprida uma das metas da própria justiça – a educação, sendo que, de maneira congruente, justiça como eqüidade, proposta por John Rawls, compreendida como um conjunto de regras estabelecidas contratualmente, pode tornar possível a convivência de projetos e concepções de vida diferentes.


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