Pedagogias em deslocamento no cotidiano da (in)diferença: narrativas desde uma revisita à perspectiva Freire(e)Ana
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Resumo / Abstract
Às vésperas do centenário de Paulo Freire, uma professora pesquisadora tem um afortunado encontro com a viúva do maior pensador da educação brasileira. Tal encontro marca de forma definitiva sua trajetória pessoal, acadêmica e profissional. Estando no caminho de seu doutoramento em educação, um desvio de rota acaba por levá-la a frequentes viagens à terra natal de Paulo e Nita Freire onde se dedica a uma “arqueologia Freire(e)Ana”. Este trabalho funda-se na experiência de uma formadora de professoras cuja bio:grafia é registrada por meio de textos, imagens e sons. Narrativas ficcionais são tomadas como alternativa teórico-metodológica para traduzir olhares outros sobre paisagens do Brasil profundo e sobre a educação que se descortinam por ocasião do encontro dela com inusitados acontecimentos cotidianos. A andarilhagem é utilizada metaforicamente como recurso linguístico e a crônica é adotada como gênero textual para transcrever as reflexões e conhecimentos produzidos durante percursos nos quais contextos, conversas, referências, dados/achados, objetos, sujeitos e resultados da pesquisa, incluindo, neste grupo, a própria pesquisadora viajante, se transmutam ou caminham entrelaçados em espaçostempos contemporâneos. A tese defende o potencial formativo presente nos deslocamentos espaciais, cognitivos, estéticos, afetivos, éticos e políticos dos/nos cotidianos de professoras que aceitam vivenciar e propor experimentações pedagógicas em tempos de retrocessos e conservadorismos. A partir da Perspectiva Ecologista de Educação e de aportes freireanos, dedica-se à construção da noção de pedagogias em deslocamento, segundo a qual práticas pedagógicas se originam, se constituem e se modificam ao longo da vida de um(a) educador(a) e, como obras inacabadas, carregam possibilidades de educação sensível, solidária e de nutrição estética em movimentos contínuos, prenhes de inéditos viáveis quanto ao enfrentamento à indiferença e à ausência de sentidos produzidas e repercutidas no tempo presente e, portanto, também no cotidiano escolar.