Experiências no cotidiano escolar do ensino superior: a prática do diálogo freireano em tempos líquidos
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Resumo / Abstract
Esta tese tem como foco o cotidiano escolar do Ensino Superior, inserido numa sociedade, definida por Zygmunt Bauman, como líquida, em contraposição a um período sólido, de respostas certas ou erradas, com determinada estabilidade das relações interpessoais, denominada “Modernidade líquida”, em que as certezas são fluídas, as relações superficiais, passageiras, com as pessoas incentivadas ao consumo, entre outras características que podem transformar essas interações. Esse contexto contemporâneo apresenta alterações na maneira de se comportar, o que, cada vez mais, pode ser percebido na sala de aula com os universitários. Dessa forma, o problema desta pesquisa indaga como as relações entre professores e alunos, no ensinar/aprender, podem ocorrer em tempos líquidos, com ênfase na formação humanista. Utilizando-se do referencial teórico freireano, defende-se nesta tese que, por meio do diálogo e das experimentações (círculos de cultura, por exemplo) em sala de aula, torna-se possível conectar realidades e ampliar o pensamento para além da formação específica, incluindo uma ética voltada ao humano. Para tanto foi objetivo geral deste trabalho apresentar o percurso da pesquisadora, que, utilizando-se de uma perspectiva de narrativas, faz entrelaçamentos científicos, ficcionais e de práticas docentes. Num delineamento de pesquisa participante foram apresentadas três experiências de práticas em sala de aula, que colocam em evidência o exercício do diálogo como alternativa para uma relação horizontal, que envolve o aluno no processo dialógico para pensar a própria realidade. Tais experiências ocorreram em 2019 em cursos de Ciências Sociais Aplicadas de uma universidade comunitária. As narrativas e os relatos de experiências mostram um percurso pessoal, inacabado, com resultados que apontaram ressonâncias entre os diálogos realizados em sala de aula e os trabalhos apresentados pelos alunos, num processo de ação-reflexão, que reforça a importância do diálogo em tempos líquidos para uma educação crítica.