No jardim das memórias: cotidianos escolares a partir das narrativas dos trabalhadores rurais
Arquivos
Data
Tipo de documento
Curso
Assunto
Autor(es)
Orientador(es)
Título da Revista
ISSN da Revista
Título do Volume
Resumo / Abstract
Este trabalho propõe um passeio no jardim de memórias da autora, jardineira-professora-pesquisadora e de seus sujeitos de pesquisa: trabalhadores da lavoura do interior de São Paulo - seus pais, tios e antepassados. Os relatos das memórias ensejam contemplar os objetivos diversos desta tese: tornar visíveis e relevantes as histórias destes sujeitos (retratos do Brasil Profundo) e, assim, trazer à tona cotidianos escolares diferentes, que transbordam e invadem as práticas pedagógicas da autora, quando se vê (e assume a) posição ética, política e pedagógica de educadora freireana (Reigota, 2020). A tese é organizada em capítulos intitulados “cantos do jardim”, blocos de sentido não sequenciais, que podem ser lidos à escolha do leitor. Os primeiros capítulos recebem o nome flore: Flores de Uva, A flor do professor, Girassóis e Dente de Leão. Há também outros cantos, que não recebem o nome de flores, uma vez que são espaços diferentes do jardim: o canto “banco do jardim” é o espaço do diálogo com os autores que acompanham durante o processo de escrita desta tese: Fernando Frochtengarten (2005), Eclea Bosi (1983), Marcos Reigota (1999, 2008, 2019 e 2020), Antonio Cândido (2017), bell hooks (2021), Paulo Freire (2011, 2013, 2019, 2020 e 2021), Peter Spink (2008), entre outros. O canto “Flores perfumadas” apresenta o momento em que a tese torna-se objeto de si mesma: quando afeta-se e transforma-se por meio do contato com outras narrativas e memórias de estudantes trabalhadores que chegam ao Ensino Superior (sendo eles, muitas, vezes, os primeiros representantes de suas famílias a ocupar estes espaços). Por fim, o canto Passaredo, tem o nome dedicado à colega do grupo Perspectiva Ecologista, Marta Catunda, que faleceu durante o processo des escrita desta tese. O Passaredo, apresenta aos leitores um “jogo de memórias” desenvolvido a partir dos objetos geradores que motivaram as lembranças narradas neste trabalho. O jogo, como conteúdo pedagógico, convida para que outros educadores-jardineiros possam cultivar sentidos e aprendizagens. Desta forma, entende-se que as memórias desta jardineira e de seus sujeitos, partem de uma dimensão individual para pertecimento coletivo, uma vez que se que a pesquisa gera reflexos e reflexões a partir de sua leitura, além de almejar lançar sementes para o cultivo de outros jardins.