A imigração italiana brasileira e o contexto das escolas étnicas (1930-1950)
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Resumo / Abstract
A imigração italiana brasileira e o contexto sócio, político e econômico do Brasil no período de 1930-1950 foram objetos de análise desta tese, visando estabelecer as correlações entre o processo de nacionalização do ensino e a adaptação dos imigrantes italianos à cultura brasileira, frente ao desejo de preservação de sua identidade a partir das escolas étnicas. As similaridades entre o Estado Novo em Portugal e no Brasil foram discutidas sob o aspecto da nacionalização em ambas as nações e que denota a visão do contexto mundial no Estado Novo brasileiro, sendo os imigrantes luso brasileiros um componente fundamental e assim, importante na construção da história brasileira. Além disso, apresenta como problemática, avaliar de que forma a relação entre as escolas étnicas e o mutualismo italiano diante de um contexto de opressão e intenso viés ideológico no Brasil, puderam contribuir com inserção do ideário italiano. Diante disto, avalia o processo de nacionalização do ensino e seus efeitos sobre as escolas étnicas italianas no referido período. Sugere que as escolas étnicas foram articuladas de forma a garantir a continuidade da identidade cultural dos imigrantes italianos, que os vênetos estabeleceram maior influência no que diz respeito à manutenção das escolas étnicas a partir das Associações de Socorro Mútuo no Brasil ou ainda que Getúlio Vargas usou a repressão às escolas étnicas como estratégia política e continuidade do poderio sobre o povo brasileiro, sob a desculpa da nacionalização da educação. Tendo como predominância a política nacionalista do governo Vargas, a pesquisa utiliza como metodologia: a) pesquisa descritiva de cunho qualitativo; b) análise documental por meio do método dialético, no que diz respeito à unificação das nações através da língua, formato de educação e a nacionalização dos italianos a partir dos registros da Escola Anita Garibaldi da cidade de Salto, no interior do estado de São Paulo; c) produção bibliográfica em obras, revistas acadêmicas e periódicos qualificados, destacando-se Maschio, Rech, Tambara, Weiduschadt, Luchese, Barausse, Malikoski, Kreutz, Belusso e Panizzolo. Considera que o Brasil não estava alheio aos acontecimentos político-ideológicos na Europa, que permeavam o mundo durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial de forma que houve movimento no sentido de disseminar as ideias fascistas no país. Ainda com as dificuldades impostas, os italianos conseguiram manter sua identidade, cultura e idioma, mesmo estando o país sob constante pressão de Getúlio Vargas quanto à nacionalização.