O processo de inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular: o que nos dizem as pesquisas brasileiras?
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Resumo / Abstract
As políticas para a inclusão da pessoa com deficiência no sistema escolar representam grandes avanços para o sistema educativo brasileiro. Contudo, elas colocam importantes desafios para professores, equipe de diretores, alunos e pais. Nos últimos anos, diversas pesquisas têm sido orientadas a descrever e analisar as múltiplas dificuldades enfrentadas pelos diferentes atores educacionais assim como para documentar práticas pedagógicas bem-sucedidas que favoreçam a inclusão das pessoas com deficiência no ensino regular. Nesse quadro, a presente pesquisa busca responder à seguinte pergunta norteadora: o que nos dizem as produções brasileiras dos últimos 10 anos sobre como vem acontecendo o processo de inclusão de pessoas com deficiência em classes comuns de escolas regulares da Educação Básica? Desse modo, o objetivo geral da pesquisa foi compreender, nas produções cientificas brasileiras dos anos de 2011 a 2021, como vem se desenvolvendo o processo de inclusão de pessoas com deficiência em classes comuns de escolas regulares da Educação Básica. Com essa meta, foram traçados dois objetivos específicos. Em primeiro lugar, identificar, nas produções cientificas, quais práticas pedagógicas são desenvolvidas no cotidiano escolar para favorecer a inclusão de pessoas com deficiência em classes comuns de escolas regulares da Educação Básica. Em segundo lugar, descrever as dificuldades e as potencialidades vivenciadas por professores, alunos com deficiência e pais no processo de inclusão apontadas pela literatura. A pesquisa é fundamentada teoricamente pelos documentos normativos produzidos na história brasileira que marcaram o estabelecimento da educação inclusiva no Brasil assim como nas conceitualizações da problemática neles contidas, dando destaque para o contraste integração/inclusão. A investigação é do tipo estado da arte visando desenvolver um balanço do conhecimento já produzido na área e evidenciar questões ou temáticas em aberto que demandam novas investigações. Para constituir o corpus da investigação foi utilizado o Portal de Periódicos da CAPES do qual foram selecionados 24 artigos revisados por pares e publicados nos últimos 10 anos que tratavam a temática. Eles foram analisados em termos quantitativos revelando, principalmente: a prevalência de estudos qualitativos focados nos alunos com deficiência e/ou nos docentes, o predomínio de estudos com foco no processo de inclusão de alunos surdos/mudos ou com Transtorno do Espectro Autista e a ausência de pesquisas centradas nos alunos com deficiências físicas, auditivas ou múltiplas. Ademais, foi desenvolvida uma análise qualitativa dos artigos o que permitiu criar cinco categorias em função dos objetivos principais dos trabalhos: atuação do professor e sua atuação em relação à educação inclusiva, experiências dos pais de alunos com deficiência, o currículo na perspectiva inclusiva, experiências de inclusão bem-sucedidas de inclusão e desafios para a educação inclusiva. A pesquisa revelou que muitas práticas que favorecem a inclusão estão apoiadas no trabalho desenvolvido em equipes dos quais participam diversos profissionais ou no estabelecimento de parcerias entre escola e família. Assim, o estudo mostra que a inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular não pode ser assumida de maneira individual. Ela requer a colaboração dos distintos atores envolvidos e o estabelecimento de políticas públicas que garantam a formação docente e os recursos necessários.