Pandemias contemporâneas: o Sars-Cov-2 e a desinformação no Brasil bolsonarista: análise da perspectiva discursiva construcionista
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Resumo / Abstract
Em 2020, a humanidade foi marcada por duas pandemias: a do novo Coronavírus (SARS-COV2) e a da desinformação. Uma vez que faltava à informação um direcionamento claro e seguro, norteado pelos procedimentos preconizados pela Ciência, a verdade foi eclipsada pela confusão de fontes e interpretações. Partindo desta problemática, esta pesquisa tem por objetivo compreender como a agência de checagem Lupa buscou persuadir o(a) leitor(a) da falta de veracidade do conteúdo sobre a Covid-19 publicado durante o período de pico pandêmico (março de 2020). A primeira estratégia metodológica constituiu na detecção da autoridade comunicacional no embate da checagem entre as mensagens formais de responsabilidade médicas contrárias às declarações de personalidades públicas, militantes nas redes sociais, e carentes de amparo científico. Para analisar tais declarações, valeu-se do arcabouço teóricometodológico de uma Análise de Discurso de base construcionista, capaz de refletir sobre quais relações sociais são estabelecidas e sustentadas pelos discursos sob investigação. Os autores utilizados como fontes principais são Lupicínio Iñíguez, Mary Jane Spink e John Thompson, entre outros. A estratégia metodológica final consistiu na análise de três materiais publicados durante esse período e selecionados como referência para a avaliação do objeto proposto. Partindo desta reflexão sobre a autoridade e responsabilidade no combate à desinformação, foi analisada a forma de legitimação da veracidade destas posições apresentadas por este órgão comunicacional de aferição e checagem da informação — sobretudo em tempos em que a sociedade se viu diante de um volume incalculável de informações, frente às questões de saúde pública potencializadas ao longo daquele período. A conclusão apontou para a conscientização mais criteriosa da sociedade ao ser confrontada com as informações publicadas – incluindo as próprias agências de checagem.