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Nifedipino e sulfato de terbutalina: estudo comparativo de eficácia tocolítica e riscos de efeitos maternos e neonatais

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2012

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Dissertação

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Resumo / Abstract

[ANTECEDENTES] Os agentes tocolíticos são usados para inibir o trabalho de parto prematuro a despeito de limitados benefícios neonatais. O nifedipino (bloqueador de canais de cálcio) parece ser mais eficaz como tocolítico que o sulfato de terbutalina (beta- 2adrenérgico), com efeitos secundários maternos mínimos, mas ainda não existem evidências conclusivas sobre os efeitos sobre o concepto. [OBJETIVOS] Comparar nifedipino e sulfato de terbutalina quanto à eficácia tocolítica e os riscos de efeitos adversos maternos, fetais e neonatais no parto prematuro. [MÉTODO] Ensaio clínico controlado, randomizado realizado em três hospitais de Sorocaba-SP, Brasil incluindo mulheres sem comorbidades com idade entre 18 e 40 anos, gravidez única e tópica, entre 24 a 33 semanas e 6 dias, com dilatação cervical de até 4 cm e bolsa das águas íntegras, com diagnóstico de trabalho de parto prematuro, para o qual a tocólise está indicada. As pacientes foram randomizadas para receber nifedipino (via oral) ou sulfato de terbutalina (via intravenosa). Os desfechos primários para medir efetividade tocolítica foram: inibição das contrações uterinas em 12 horas, intervalo médio de tempo entre o início da terapia tocolítica e a tocólise efetiva, recorrência de trabalho de parto prematuro em 48 horas. Os indicadores de segurança maternos (alterações hemodinâmicas, respiratórias e aparecimento de efeitos adversos comuns e sérios consequentes ao uso dos tocolíticos utilizados) e fetais (alterações dos batimentos cardíacos fetais e sinais de sofrimento fetal) foram também avaliados. Os efeitos neonatais incluíram: Apgar, peso, oxigenioterapia, entubação oro traqueal, necessidade de tratamento intensivo, dias de internação em UTI e ocorrências de sepse, icterícia, síndrome de dificuldade respiratória, enterocolite necrotizante, hemorragia intracraniana e óbito. [RESULTADOS] Selecionaram-se 663 mulheres, das quais 66 preencheram os critérios de inclusão. A inibição eficaz das contrações uterinas no trabalho de parto prematuro dentro de 12 horas foi semelhante após administração de nifedipino (90,6%, N= 32) e sulfato de terbutalina (91,1%, N= 34), p=0,832. A mediana do prolongamento do parto foi de 19 dias para o nifedipino e 14 dias para o sulfato de terbutalina (p =0,743). A média de tempo para tocólise também foi semelhante: 2,2 horas nifedipino versus 2,4 horas sulfato de terbutalina (p =0,911). Não houve diferença entre os grupos quanto à recorrência de trabalho de parto prematuro em 48 horas (3,1% nifedipino versus 5,8% sulfato de terbutalina, p = 0,536), nem na frequência de parto prematuro dentro das 48 horas (12,5% do nifedipino versus 17,6%, p =0,733). Efeitos adversos comuns como rubor (RR = 0,07; IC95% 0,04 – 2,28; p=0,001) e cefaleia (RR = 0,20; IC95%, 0,12 - 2,10; p =0,023) foram mais frequentes após administração de nifedipino. A administração do sulfato de terbutalina aumentou o risco para tremor (76,4%, p=0,001), náuseas (RR = 6,67; IC 95%, 0,75 – 6,94, p =0,001) e tonturas (RR = 5,0; IC 95%, 0,48 – 8,49, p =0,023). O número de efeitos adversos totais foi maior no grupo do sulfato de terbutalina ( p =0,001). As informações sobre os conceptos prematuros apontaram diferenças entre as terapias quanto ao Apgar, em cinco minutos (sulfato de terbutalina: x =7,6 e dp=1,4; nifedipino: x =8,2 e dp=0,9; p=0,043) [CONCLUSÃO] Concluí-se que não existem diferenças quanto a efetividade tocolítica entre nifedipino e sulfato de terbutalina nas doses utilizadas, no entanto, nifedipino se mostrou mais seguro pois apresentou menos efeitos adversos maternos e neonatais.


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